Com juros em queda, BC espera que endividamento das famílias recue

Com juros em queda, BC espera que endividamento das famílias recue em breve

25/05/2012 - 14h53
Economia
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Dados preliminares do Banco Central (BC) mostram que a queda das taxas de juros manteve o ritmo neste mês. Até 14 de maio, a taxa média do crédito para empresas e pessoas físicas caiu para 33,7% ao ano, redução de 1,6 ponto percentual em relação a abril. Se esse patamar se confirmar no fechamento do mês, será o mais baixo já registrado pelo BC, que foi 33,8% ao ano em dezembro de 2007.

No caso das empresas, a taxa média anual caiu 0,9 ponto percentual, para 25,4% ao ano. Para pessoas físicas, a redução foi 2 pontos percentuais, para 40,1% ao ano.

Essa queda nos juros é decorrente da redução do spread, diferença entre a taxa de captação e a cobrada de quem pega empréstimo, que caiu 1,1 ponto percentual na comparação entre abril e o dado preliminar de maio. Para pessoas físicas, a redução foi 1,4 ponto percentual e, para as empresas, 0,6 ponto percentual.

Os cortes feitos pelo BC na taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para as demais taxas, também se refletem no custo dos financiamentos. Agora, os bancos estão repassando esses cortes para as taxas cobradas dos clientes. Atualmente a Selic está em 9% ao ano.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que o BC não via quedas mensais tão expressivas das taxas de juros e de spread desde 2009, com exceção de períodos de greve bancária. Segundo explicou, quando o sistema bancário para por força de movimentos grevistas, as pessoas tomam crédito pré-aprovado com taxas mais altas e, quando o sistema volta a operar normalmente, os juros médios caem porque há acesso a operações com custos menores. “Fora isso, vimos reduções significativas mensais no início de 2009, naquela conjuntura de crise [econômica internacional]”, disse.

Na avaliação de Maciel, o crédito mais barato vai contribuir para a redução da inadimplência. “Nossa expectativa é que isso [inadimplência] venha a se acomodar e arrefecer à frente”. Mas ressalvou que o BC está atendo ao “patamar relativamente alto” da inadimplência.

Os dados divulgados hoje mostram que as dívidas não pagas das famílias voltaram a aumentar em abril. De março para o mês passado, a taxa de inadimplência teve alta de 0,2 ponto percentual, para 7,6%, atingindo o mesmo nível do início do ano. Esse patamar é o maior desde dezembro de 2009, quando ficou em 7,7%. O BC considera inadimplência o percentual do saldo com atraso superior a 90 dias. No caso das empresas, a inadimplência ficou estável, em 4,1%.

 

Edição: Vinicius Doria
Agência Brasil

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Inadimplência no crédito de veículos em abril é recorde da série histórica iniciada em 2000

25/05/2012 - 14h31
EconomiaNacional
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A inadimplência do crédito para a compra de veículos registrou recorde em abril. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados hoje (25), o nível de 5,9% no descumprimento de obrigações financeiras pelos compradores de automóveis, em abril, é a maior da série histórica iniciada em 2000.

Em relação a março, a inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,2 ponto percentual. Este foi um dos grupos de indicadores econômicos que o BC apresentou hoje.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento atual da inadimplência ainda é decorrente da “elevação expressiva” do saldo de crédito para a compra de carros em 2010, com alta de 50%. Maciel disse ainda que, a partir de meados de 2011, as instituições financeiras passaram a ser mais cautelosas na concessão de crédito para veículos.

Além disso, o BC adotou no final de 2010 medidas de restrição ao crédito, parcialmente revertidas em 2011. Segundo Maciel, com isso, em 2011, o ritmo de expansão do crédito para veículos caiu para 23% e atualmente está em torno de 17%.

“De meados de 2011 para cá, a postura mais conservadora dos bancos tem sido importante para contenção, para melhorar a qualidade do crédito”, destacou. Por isso, a expectativa do BC é de acomodação e de reversão da inadimplência.

Os dados do BC também mostram que a média diária de concessões de crédito para a compra de veículos caiu 4,6%, em abril, em relação a março. Essa média ficou em R$ 337 milhões. No caso das concessões acumuladas no mês, a queda foi de 13,2%, com R$ 6,747 bilhões.

Por conta dessa redução nos financiamentos de veículos, no último dia 21, o governo anunciou medidas de estímulo ao segmento. Para Maciel, as medidas não devem mudar a postura das instituições financeiras de cautela na concessão de financiamentos de carros.

Apesar disso, o economista avalia que esse tipo de crédito vai crescer porque há aumento de demanda. “Os novos estímulos vão dar fôlego”, destacou. Ele acrescentou que a diferença entre a situação atual e a de 2010 é que houve “uma lição aprendida ao longo desse período, que se traduziu na maior cautela dos bancos”, disse.

Os dados do BC também mostram que houve queda na taxa de juros para a compra de carros de 0,5 ponto percentual de março para abril, ao ficar em 26% ao ano. O prazo médio para esse tipo de crédito caiu quatro dias corridos, alcançando agora 515 dias. No mesmo mês do ano passado, estava em 560 dias corridos.

 

Edição: Davi Oliveira
Agência Brasil

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