Aumento do uso de defensivos preocupa deputados

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

29/10/2015 - 18h20

Aumento de uso de agrotóxicos preocupa deputados

O tema foi debatido durante reunião da Comissão de Meio Ambiente que apresentou dados sobre aumento do uso de defensivos no País

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre os resultados dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS). Coordenador geral de Avaliação e Controle de Substancias Quimicas do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Márcio Freitas
Márcio Freitas: processo para concessão de registro para agrotóxicos é rigoroso

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo; de 2008 até hoje, dobrou a quantidade do produto comercializada no país. Só em 2014, foram 520 mil toneladas usadas nas lavouras. Os dados são de estudo do IBGE, apresentado nesta quinta-feira (29) em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.

Márcio Freitas, Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, afirmou que o Brasil sempre esteve entre os maiores consumidores de agrotóxicos, desde os anos 50. Ele garantiu, no entanto, que os órgãos reguladores, como o Ibama, o Ministério da Agricultura e a Anvisa, são bastante rigorosos na hora de conceder o registro desses produtos.

Segundo Freitas, o Ibama faz um estudo sobre a toxicidade do defensivo agrícola, o que gera uma classificação. A grande maioria dos produtos usados no país, segundo ele, são da classe 3 e da classe 2, que têm nível intermediário de periculosidade.

“Nós temos sempre um perigo associado ao agrotóxico e o que nós fazemos no Ibama é avaliar a toxicidade a organismos não alvo - peixes, minhocas, organismos que garantem a fertilidade do solo”, explicou.

As culturas que mais usam agrotóxicos são tomate, batata e os cítricos - como laranja e limão. Essa classificação, conforme o representante do Ibama, vai ter repercussão na regulação do uso do produto e nas suas restrições.

Novas tecnologias
Júlio Sérgio de Britto, que é Coordenador Geral de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, destacou que, sem o controle de pragas, a produção agrícola no país poderia cair pela metade. Ele afirmou que o Ministério da Agricultura incentiva o uso de agrotóxicos biológicos, que são menos agressivos à saúde humana que os químicos tradicionais.

"Há uma busca maior de eficácia de produtos agrotóxicos e busca de novas tecnologias para controle de pragas, de defensivos naturais, biológicos. Só este ano, tivemos 20 produtos biológicos registrados para uso na agricultura", informou.

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre os resultados dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS). Dep. Nilto Tatto (PT-SP)
Dep. Nilto Tatto: Brasil deve incentivar práticas mais modernas para garantir competitividade na produção de alimentos

O autor do requerimento para audiência, deputado Nilto Tatto (PT-SP), acredita que o Brasil deve incentivar práticas mais modernas para evitar perda de competitividade no setor agrícola. Ele destacou que alguns países, como a Dinamarca, já exigem alimentos que sejam produzidos sem o uso de agrotóxicos.

"Daqui a pouco, não teremos mercado para nossos produtos da agricultura porque estamos cada vez mais produzindo e consumindo veneno", alertou.

Já o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Átila Lira do PSB do Piauí, destacou a importância de divulgar para a sociedade os dados sobre agrotóxicos.

"Para justamente fazer o papel educativo de seleção de alimentos, porque temos hoje vários estudos mostrando que esses agrotóxicos passam para esses alimentos e passam para o organismos humano", disse o deputado.

Durante a audiência, os debatedores pediram especial atenção ao projeto de lei em discussão na Casa (PL 3200/15) de autoria do deputado Covatti Filho (PP-RS) que flexibiliza a comercialização de agrotóxicos e poderia tornar a regulação do setor menos rigorosa.

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Mônica Thaty
Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Afeto não pode ser parâmetro para união homoafetiva, diz CNBB

Quarta-feira, 04 de maio de 2011 Afeto não pode ser parâmetro para união homoafetiva, diz CNBB Advogados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Associação Eduardo Banks realizaram sustentação oral perante a tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF), na qualidade de amici curiae...

Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão

Extraído de Portal do Holanda  03 de Maio de 2011   Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão - Com a vigência do Projeto de Lei 4.208/2001 , que altera o Código de Processo Penal, a prisão processual estará praticamente inviablizada no Brasil. Essa é...

Prisão em flagrante

  Novo CPP dificulta prisão preventiva após flagrante Por Rodrigo Iennaco   Dando sequência à reforma do Código de Processo Penal, no âmbito da comissão constituída pela Portaria 61/2000, foi encaminhado à sanção presidencial o Projeto de Lei 4.208/2001, que altera dispositivos do CPP...

Erro médico

03/05/2011 - 13h20 DECISÃO Prazo para prescrição de ação por erro médico se inicia quando o paciente se dá conta da lesão O prazo para prescrição do pedido de indenização por erro médico se inicia na data em que o paciente toma conhecimento da lesão, e não a data em que o profissional comete o...

Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável

Extraído de Recivil Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável Para o TJRS, não basta o que o tempo de um relacionamento amoroso seja longo para que se caracterize como união estável. “Relacionamento mantido entre o autor e a falecida, ainda de longa data, sem caracterizar a entidade...