Senador propõe Sistema Nacional do Conhecimento e de Inovação
09/11/2012 - 17h55 Comissões - Educação - Atualizado em 09/11/2012 - 20h05
Cristovam propõe Sistema Nacional do Conhecimento e de Inovação
Da Redação
Para discutir uma alternativa ao 2º Plano Nacional de Educação, cujo projeto já foi aprovado na Câmara e agora tramita no Senado, foi realizado nesta sexta-feira (9) um seminário sobre o Sistema Nacional do Conhecimento e de Inovação (SNCI), proposto pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), coordenador da área de educação da Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública.
A proposta do SNCI foi elaborada com a participação de um grupo de pesquisadores e especialistas em educação. Um dos autores, Waldery Rodrigues Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lembrou que a implantação do sistema está prevista em cinco partes, conforme detalhado nas quase 50 páginas da proposta: Revolução na Educação Básica, Fundação de um Novo Sistema Universitário, Ampliação de Institutos de Pesquisas, Bases para a Produção Criativa no Setor Produtivo e Fortalecimento do Entorno Social Favorável ao Conhecimento e à Inovação.
Para reiterar a importância de um sistema nacional de conhecimento e inovação, outro integrante do grupo, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Marcos Formiga, citou o exemplo da Coreia do Sul, que possui algo equivalente a um “Ministério de Economia e Conhecimento”. Ele destacou que o investimento em educação naquele país foi prioridade e durou décadas, “independentemente do governo”.
Como resultado, Formiga citou as avaliação que apontam o Brasil como a 10ª economia do mundo em termos estritamente industriais, enquanto a Coreia do Sul seria a 11ª. Ele afirmou que não há muita dúvida de quem vai ganhar essa disputa "entre a indústria tradicional brasileira e a indústria moderníssima e tecnologicamente avançada da Coreia".
Outro exemplo de investimento no conhecimento e na educação citado pelo professor foi o da Índia, que mantém uma comissão específica para tratar da questão do conhecimento.
– A China será nos próximos anos a maior economia do mundo. Mas em cerca de 40 anos será ultrapassada pela Índia – projetou ele. E acrescentou:
- Não é mais o modelo ocidental europeu e americano que nos guia. Na Coreia, educação foi prioridade por mais de 30 anos, independente de governos. Fizeram o dever de casa, honraram o compromissão de nação com educação e agora estão numa fase posterior, na qual o desafio é o conhecimento.
Waldery Rodrigues alertou para a necessidade de se discutir a forma de aplicação dos recursos em educação previstos no Plano Nacional de Educação (PNE) em tramitação no Senado. Para ele, tão importante quanto a quantidade é a qualidade do investimento.
- O PNE traz a exigência de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Isso é muita coisa, um valor elevado e que precisa ser discutido - recomendou.
O pesquisador lembrou que o percentual de investimento no setor hoje é de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro,algo em torno de R$ 236,1 bilhões, levando-se em consideração a renda nacional de 2012, calculada em R$ 4,143 trilhões.
Agência Senado