TJMG reduz tempo de espera da mulher por proteção contra violência

Crédito: Divulgação/CGJ-GO

TJMG reduz tempo de espera da mulher por proteção contra violência

05/11/2015 - 10h12

Para as mulheres que buscam proteção contra a violência doméstica, o tempo de resposta do poder público pode ser decisivo para sua segurança. Foi com essa visão que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) colocou em funcionamento, em 29 de outubro, na comarca de Belo Horizonte, uma ferramenta eletrônica destinada a agilizar a decretação judicial de medidas protetivas, entre elas a proibição de o agressor se aproximar da vítima. Com o novo sistema, a resposta ao pedido de proteção, que antes demorava até um mês, agora pode ser conhecida no mesmo dia.

A experiência é piloto, por enquanto, e está restrita a Belo Horizonte, que registra uma média anual de 5 mil pedidos de medidas protetivas. Os procedimentos se dão da seguinte forma: quando a vítima registra um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), o delegado, antes mesmo de abrir um inquérito, elabora um Expediente Apartado de Medida Protetiva (EAMP) e o encaminha por e-mail ao setor de distribuição das varas criminais competentes para julgar crimes previstos pela Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). Em poucos minutos, de posse do documento, o juiz pode decidir e remeter o despacho digitalizado para a polícia.

No envio do EAMP à Justiça, o delegado deve informar se a vítima e o agressor ainda estão na delegacia. Se estiverem no local, eles recebem a intimação judicial ali mesmo. Por outro lado, se decidirem se ausentar da delegacia antes da chegada da decisão judicial, são intimados pelo delegado de que devem comparecer a uma vara criminal em até 48 horas para tomar conhecimento do despacho do juiz. Já no caso de o agressor não comparecer à unidade policial, sua intimação é feita por meio de oficial de Justiça.

Antes do novo sistema, o delegado encaminhava o EAMP e também o inquérito policial, em meio físico, ao Ministério Público, a quem competia solicitar a medida protetiva ao juiz. Essa logística envolvia transporte do material, cópias, impressões, protocolos e outros procedimentos que impediam uma resposta mais rápida às solicitações de medidas protetivas. Após a chegada da decisão judicial à delegacia, oficiais de Justiça procuravam as partes envolvidas na ocorrência para intimá-las sobre a decisão judicial. Todos esses trâmites, segundo o TJMG, levavam até um mês para serem concluídos.

“O encurtamento de tempo é essencial para a segurança da mulher. Imagina uma mulher que precisa de uma medida protetiva ter que esperar toda aquela tramitação, de 30 dias ou mais, para receber a proteção. Isso sendo despachado no mesmo dia, ou em 24 horas, ou no dia seguinte pela manhã, vai facilitar e evitar que o agressor reapareça e agrave a ofensa. É uma medida que nós torcemos para que dê certo”, afirmou a desembargadora Evangelina Castilho Duarte, superintendente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (COMSIV) do TJMG.

A COMSIV foi criada em cumprimento à Resolução 128/2011 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou aos Tribunais de Justiça a criação de Coordenadorias Estaduais das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar. Entre as atribuições dessas unidades está a elaboração de sugestões para o aprimoramento da estrutura do Judiciário na área do combate e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. Além disso, conforme a norma do CNJ, essas coordenadorias devem promover a articulação interna e externa do Poder Judiciário com outros órgãos governamentais e não governamentais.

Segundo a desembargadora Evangelina Castilho Duarte, a nova ferramenta foi desenvolvida pelo setor de Tecnologia da Informação do TJMG, a partir de proposta do juiz Relbert Chinaidre Verly, da 13ª Vara Criminal de Belo Horizonte. O sistema interliga a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) da capital ao setor de distribuição das quatro varas da comarca competentes para julgar casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

A magistrada acrescentou ainda não haver prazo para conclusão da experiência piloto em Belo Horizonte. Ela disse que, dependendo dos resultados, a iniciativa poderá ser levada a outras comarcas do estado.

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

 

Notícias

Inadimplência em parcelas de imóvel gera dever de indenizar

11/05/2011 - 09h22 DECISÃO Inadimplência em parcelas de imóvel gera dever de indenizar Mesmo se o imóvel é destinado a pessoas de baixa renda e as prestações de seu contrato forem de valor ínfimo, o inadimplemento do pagamento gera a obrigação de indenizar. A maioria dos ministros da Terceira...

Cópias autenticadas indevidamente por advogado resultam em extinção do processo

10/05/2011 Cópias autenticadas indevidamente por advogado resultam em extinção do processo A apresentação de cópias de documentos sem a devida autenticação levou a Subseção 2 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho (TST), na sessão de hoje (10), a extinguir,...

Violência doméstica

  Réu tem direito à liberdade mesmo sem pagar fiança Por Marília Scriboni   Sem meios para pagar a fiança arbitrada em R$ 500 pela primeira instância, um homem acusado de violência doméstica conseguiu liberdade provisória no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A 2ª Câmara Criminal, ao...

Porte de armas

    Porte de armas Decreto 7.473/11 regulamenta registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição No mesmo dia em que o governo lança a Campanha Nacional de Desarmamento 2011, é publicado hoje, no DOU, o decreto 7.473/11, que dispõe sobre o decreto 5.123/04, que regulamenta a...

Banco não pode cobrar tarifa para compensar cheque

Extraído de JusBrasil Banco não pode cobrar tarifa para compensar cheque Extraído de: Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão - 2 horas atrás A 2ª Câmara Especial Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concluiu que é abusiva a cobrança de tarifa de compensação de cheques, mesmo sendo...