"Brasil precisa investir na ampliação de centros de tratamentos de dependentes químicos"
08/02/2011 09:27
07/02/2011 - 18h30
Wellington Dias defende ampliação da rede de atendimento a dependentes químicos
O senador Wellington Dias (PT-PI) afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil precisa investir na ampliação de centros de tratamentos de dependentes químicos. Ele disse que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve recentemente no Piauí e conheceu as iniciativas do estado no tratamento psicossocial de dependentes de álcool e outras drogas. O senador apresentou um requerimento solicitando a criação de uma frente parlamentar no Congresso e de um grupo de trabalho no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para que o tema seja mais debatido e aprofundado.
Wellington Dias, que foi governador do Piauí por dois mandatos (2003 a 2006 e 2007 a 2010), disse que o Brasil poderia criar um sistema nacional de prevenção ao consumo de drogas, que seria chefiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e teria escritórios em todas as capitais e em importantes cidades-polo para que as ações preventivas fossem realizadas de maneira integrada em todo o território nacional. Esse tipo de coordenação já vem sendo praticada no Piauí, disse Wellington Dias, e o ministro da Saúde conferiu isso de perto.
- O que nós queremos é integrar à estrutura de saúde todo o conhecimento que a humanidade domina sobre esse tema. O ministro da Saúde está autorizando a primeira pesquisa nacional para se saber qual é o verdadeiro mapa da dependência química no nosso país. É a primeira vez que se faz isso no Brasil - declarou o senador.
Wellington Dias afirmou que cada capital brasileira poderia ter um centro integrado para coordenar ações de prevenção às drogas e tratamento de dependentes nas áreas de saúde, educação, social e de capacitação para o trabalho, além de apoio às famílias dos viciados. O senador disse que, em todo o país, 10 milhões de pessoas apresentam algum nível de dependência de álcool, crack, maconha, cocaína, medicamentos e outros.
- A área pública tem de agir, tem de ter o seu sistema próprio, tem de ter parcerias com o setor privado, com as entidades filantrópicas e as comunidades terapêuticas devem, também, ter essa participação - disse.
Em apartes, os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) elogiaram o pronunciamento do colega. Mozarildo chamou a atenção para a necessidade de ações de desestímulo ao consumo de álcool, como o governo vem sendo feito na última década com o tabaco. Para Mozarildo, em vez de "beba com moderação", os rótulos de bebidas alcoólicas poderiam apresentar informações sobre os males causados pelo consumo de álcool à saúde. Gleisi Hoffmann disse que o estado do Paraná conta com diversas comunidades terapêuticas que atuam em conjunto com o poder público na prevenção e tratamento de dependentes.
Agência Senado