ABO: 27 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista

ABO: 27 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista

25/10/2012 - 6h59
Saúde
Aline Leal
Repórter da Agência Brasil

Brasília - No Dia Nacional do Cirurgião-Dentista e da Saúde Bucal, o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Newton Miranda de Carvalho, diz que gostaria de voltar ao sistema antigo em que, em vez de o profissional estar apenas no consultório, ele atuava nas escolas primárias. ”Nós reduzimos muito o número de cáries com esse sistema”, informa.

“O problema básico é que a educação para a saúde ainda é deficiente. A ação governamental ainda é insuficiente” acrescenta.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 22.139 equipes de saúde bucal em atuação. Mesmo assim, Carvalho conta que ainda há 27 milhões de brasileiros que nunca foram a um dentista, por falta de informação ou por falta de acesso. “As 22 mil equipes de saúde bucal que existem no Brasil são um grande avanço, mas insuficientes para colocar o problema da saúde bucal em patamares aceitáveis”, diz Carvalho. 

Aline Lopes, dentista de um núcleo de saúde da família em Samambaia, cidade do Distrito Federal,destaca a importância da atuação de uma equipe como essa na comunidade. ”A grande vantagem é que a gente consegue ficar próxima do paciente. Eu conheço as famílias que atendo. Consigo rastreá-las, acompanhá-las desde a raiz dos seus problemas”, conta.

O Brasil concentra o maior número de dentistas do mundo, mas “a má distribuição geográfica é o problema” , diz o presidente da ABO. Newton de Carvalho explica que em um simples exame o dentista pode detectar o início de problemas que vão de uma simples cárie até algo mais sério, como o câncer de boca.

"O câncer bucal esta aumentando de forma absurda. Em 2012, estimamos que cerca de 7 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. Para 2013, estimamos 14 mil. Isso é um índice muito alto, está dobrando em pouco espaço de tempo. É o fumo, o álcool, o sol sem proteção, a radiação ataca o lábio", alerta Carvalho.

Além disso, o presidente da ABO explica que a literatura científica médica e odontológica é rica em exemplos de relações comprovadas entre a boca e doenças cardíacas e pulmonares, diabetes, hipertensão e até o nascimento de bebês prematuros.

Newton de Carvalho recomenda a ida ao dentista de seis em seis meses. “Que escovem os dentes de três a quatro vezes por dia e não deixem de ir ao dentista.  Não é só quando o dente dói que devemos ir ao dentista. Muitas vezes quando o dente dói, o problema já está avançado”. Para ele, o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista “não é só de comemorações, é para lembrar que existem doenças bucais”.

 

Edição: Graça Adjuto

Agência Brasil

 

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No Brasil, mais de 50% das crianças de 5 anos têm cárie, alerta associação

25/10/2012 - 6h38
Saúde
Aline Leal
Repórter da Agência Brasil 

Brasília - Dados do Ministério da Saúde mostram que, aos 5 anos de idade, mais de 53% das crianças já tiveram cárie. A Associação Brasileira de Odontologia (ABO), com base em informações do ministério, alerta que as crianças nessa idade já têm, em média, mais de duas cáries nos dentes de leite. 

De acordo com a consultora da ABO em odontopediatria, Márcia Vasconcelos, o índice é baixo quando comparado a dados anteriores. Para ela, é fácil uma pessoa chegar à idade adulta sem cáries. “Com tudo que se sabe hoje sobre como prevenir a cárie, a criança com 5 anos não deve ter duas cáries, não deve ter nenhuma. É possível chegar à idade adulta sem cárie. E não é difícil”, garante.

No Dia da Saúde Bucal e também do Cirurgião-Dentista, lembrados hoje (25), a odontopediatra recomenda que as mães façam um pré-natal odontológico, ou seja, consultem o dentista antes do nascimento do bebê, para que possam ser orientadas sobre os cuidados com a própria saúde bucal e da criança. "As mães costumam soprar a papinha e dar beijo na boca da criança. Se ela tiver a boca contaminada, vai contaminar o bebê”.

Vídeo divulgado este ano na internet mostra uma atriz de Hollywood mastigando a comida e depois passando para a boca da filha. O presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, diz que isso não é aconselhável. “É uma excrescência. Ela está fermentando a comida e a fermentação do alimento é um meio ideal para o crescimento de bactérias. Ela está aumentando o risco de passar alguma doença para a criança”, alerta Carvalho.

Márcia Vasconcelos sugere que nos primeiros meses de vida, os pais levem a criança para uma consulta odontológica, a fim de que o profissional possa orientá-los sobre como fazer a higiene bucal. “A mãe tem muito medo de pôr a mão na a boca da criança, tem medo de machucar o bebê. Por isso, o profissional mostra como limpar a boca com uma fralda molhada com água filtrada. Ela vai limpar a gengiva, onde fica resto de leite. É preciso limpar a língua também”, explica.

Para a especialista, o ideal é que até o nascimento do primeiro dente, os pais limpem a boca da criança uma vez por dia. Depois que nasce o primeiro dente, é preciso aumentar a atenção, limpando ainda com uma fralda ou gaze depois das principais refeições.

Márcia diz que não há uma fórmula que permita dizer, após determinado número de visitas ao dentista, que a criança não terá problemas de saúde bucal. Ela destaca, no entanto, a importância de um profissional acompanhar o nascimento dos primeiros dentes e os hábitos de higiene que estão sendo seguidos. Márcia lembra que o odontopediatra é o especialista apto a atender pacientes até 18 anos.

 

Edição: Graça Adjuto

Agência Brasil

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