Big brother dos aeroportos

Entenda como você será vigiado pelo "big brother" do governo nos aeroportos

A partir do ano que vem, sempre que você desembarcar no Brasil após uma viagem internacional, o governo saberá qual é sua profissão, o lugar em que estava e quanto tempo ficou fora.

Chamado de "big brother" dos aeroportos, o novo sistema de fiscalização implantado pela Receita quer coibir o contrabando e a lavagem de dinheiro. Previsto para funcionar no primeiro semestre de 2015, ele terá como base informações fornecidas por companhias aéreas e pela Polícia Federal (PF).

Aos que gastam mais do que a cota permitida, o cerco vai apertar. A Receita cruzará as informações obtidas com as empresas e fará análises de risco. Alguns aspectos como a regularidade em que a pessoa embarca, a duração da viagem e o peso da bagagem serão levados em conta. Se você sair do país com 10 kg e retornar com 20 kg na mala, por exemplo, há grandes chances de ter de prestar contas.

Um banco de informações será criado e alimentado digitalmente. Cada passageiro terá um histórico e, por meio dele, a Receita atuará contra os potenciais "muambeiros". Para evitar filas nos balcões de imigração e dar eficiência ao controle de irregularidades, o monitoramento ocorrerá enquanto o passageiro estiver no ar. O limite para compras no Exterior é de US$ 500 em mercadorias de uso pessoal.

– A seleção de passageiros será mais objetiva, com dados qualificados. Vamos evitar triagens desnecessárias. Quem não tem nada de errado nem precisa se preocupar, pois não será chamado – explica o inspetor da Alfândega no Aeroporto Salgado Filho Ricardo Zanotto.

Já os que forem flagrados com compras além da cota pagarão imposto de 50% sobre o valor do produto e mais 50% de multa. Assim, a mercadoria acaba custando o dobro. Um balanço divulgado pela Receita no dia 24 de setembro traduz em números a preocupação do governo com o contrabando: no primeiro semestre deste ano, foi apreendido o equivalente a R$ 889 milhões em mercadorias ilegais nos portos, aeroportos e postos de fronteira – 20,6% acima do mesmo período de 2013.

"O mundo é um big brother"

Para o professor de Direito Tributário e integrante do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (Ibet) Robson Maia Lins, a modernização do controle das alfândegas passa a ser um importante "elemento indiciário" contra os fraudadores. Ele não vê problemas éticos ou legais com a mudança, mas salienta que a Receita terá de orientar bem os fiscais para evitar perseguições políticas:

– O mundo é um big brother hoje. Para o viajante comum, não muda nada. Em tese, o governo já pode fiscalizar todos que entram no território, só que não o faz porque é inviável em termos operacionais. Não existe mais privacidade para ninguém. O que não pode é a Receita exigir informações pessoais desnecessárias e cair na perseguição política.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Danilo Martins, critica o excesso de impostos do governo, que estimula, segundo ele, os brasileiros a comprarem no Exterior:

– Quando saímos do país, compramos tudo que é possível, pois convivemos com tributos abusivos aqui. Muitos aproveitam as viagens de lazer para fazer compras. Não vejo como positivo o controle nesse caso.

No primeiro semestre do ano, 10,6 milhões de passageiros desembarcaram nos aeroportos brasileiros de voos internacionais. Em média, 130 tiveram as bagagens revistadas por voo. Quase R$ 130 milhões foram pagos em tributos pelos não declarantes.

Extraído de Jurisite

Notícias

"Processo eletrônico exclui cidadão do Judiciário"

OAB denuncia: processo eletrônico caótico exclui cidadão do Judiciário Belo Horizonte (MG), 03/06/2011 - O Colégio de Presidentes do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciou hoje (03) o fato de o processo eletrônico estar excluindo o cidadão da Justiça brasileira. Em...

Lei de Propriedade Industrial

03/06/2011 - 08h43 DECISÃO Fabricante do Sorine não consegue impedir concorrência de marca parecida A empresa Pharmascience Laboratórios Ltda. poderá continuar produzindo e vendendo o descongestionante nasal Sorinan. A marca vinha sendo contestada pela Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A, que...

Avaliação insatisfatória

Fonte: MEC Cursos de direito com avaliação insatisfatória terão de reduzir vagas      Quinta-feira, 02 de junho de 2011 - 10:08  A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do Ministério da Educação determinou a 136 cursos de direito a redução de...

Guerra fiscal

  Lei não pode dar incentivo sem acordo entre estados O Supremo Tribunal Federal assumiu papel importante na guerra fiscal entre os estados brasileiros na quarta-feira (1º/6). Por decisão unânime do Plenário, definiu que os estados não podem conceder benefícios fiscais sem acordo entre todas...

Ministro da Saúde reconhece no Judiciário brasileiro um aliado da pasta

Ministro diz que proximidade com Judiciário ajuda a reduzir demandas na área de saúde 02/06/2011 - 12h02 JustiçaSaúde Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou hoje (2) que reconhece no Judiciário brasileiro um aliado da pasta....

Manutenção da penhora em residência de família

Supremo Tribunal Federal (STF) Segunda-feira, 30 de maio de 2011   Ministro mantém penhora de imóvel residencial dado como garantia hipotecária   O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou pedido do empresário O.S. para que fosse suspensa decisão do Tribunal de...