Brasileira está adiando o casamento e a maternidade

Casamentos de mulheres mais velhas com homens mais novos aumentam no país

Brasileira também está adiando o casamento e a maternidade. Entre 2002 e 2012, proporção de registros de nascimento fora da época apropriada caiu de 26,3% para 6,2%. 

RIO - A brasileira está demorando mais para incluir em sua vida o casamento e a maternidade. Idades mais avançadas também estão relacionadas a outra mudança nas uniões conjugais registradas no país: tem se tornado cada vez mais comum encontrar mulheres mais velhas ao lado de homens mais novos. O fenômeno, ao contrário do que costuma acontecer com vários indicadores sociais, ocorre numa proporção muito similar para todas as regiões do país, com variações mínimas, que vão de 23,3% (Nordeste) para 24,5% (Sudeste). As constatações fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2012, divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento deste tipo de união formal, no qual a mulher tem idade superior à do homem, tem sido constante desde 2002. De lá para cá, o percentual subiu de 20,7% para 24%, em 2012.

Na última década, aliás, a idade mediana das solteiras na data do casamento passou dos 23 anos, em 2002, para os 25 anos, em 2012. O plano de dividir as escovas fica especialmente para mais tarde no Amapá, estado onde as mulheres casam aos 28 anos. O mesmo ocorre com os homens, que, no caso, põe a aliança no dedo, em média, aos 30 anos.

Embora, em 2012, a maior taxa de nupcialidade legal para as mulheres tenha permanecido no grupo etário de 20 a 24 anos (30 casamentos por 100 mil habitantes), este valor variou pouco na comparação com 2002 (subiu de 28,1 para 30,2). Considerando o mesmo período, houve queda na faixa de 15 a 19 anos e um aumento considerável nos grupos de 25 a 29 anos (21,2 para 29) e 30 a 34 anos (11,5 para 20,2).

No Brasil, considerando os números do IBGE, está mais difícil encontrar solteiros para casar hoje do que há uma década. É que, embora os casamento entre cônjuges permaneçam como os mais usuais no país, houve uma redução de 8,4 pontos percentuais desde 2002, chegando a 78,2% em 2012. Em contrapartida, 1 em cada cinco uniões formalizadas na mesmo ano foram recasamentos. Segundo o IBGE, este crescimento é um dos fatores que têm puxado a alta das taxas de nupcialidade legal e da idade mediana de homens e mulheres na data do casamento.

Assim como o casamento, a maternidade também tem chegado mais tarde para a brasileira. As estatísticas divulgadas pelo IBGE revelam uma elevação dos percentuais de registros de nascimentos no grupo etário de 30 a 34 anos. No Brasil, a alta foi registrada em todas as regiões e, no conjunto do país, a proporção passou de 14,4% para 19%, na última década. No Sul e no Sudeste, o registro nesta faixa etária mais madura foi mais comum do que na faixa entre 15 a 19 anos. No Distrito Federal (11,9%), no Rio Grande do Sul (11,3%) e em São Paulo (11%) foram encontrados os maiores percentuais de registros de nascimentos de mães com idades entre 35 e 39 anos. Situação contrária foi registrada em Alagoas, Pará e Maranhão, onde os nascimentos ocorreram mais entre mulheres com até 24 anos.

Cai proporção de registros de nascimento fora da época

Documento fundamental para o exercício da cidadania, o registro civil de nascimento está mais acessível ao brasileiro. Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, que traz uma série revisada dos sub-registros de nascimento, ou seja, aqueles não realizados no ano em que ocorreram ou nos primeiros três meses do ano seguinte, revela que, em uma década, o percentual de sub-registros caiu de 20,3% para 6,7%, considerando o período entre 2002 e 2012.

Além disso, no país, a proporção de registros extemporâneos, ou seja, fora da época considerada apropriada, passou de 26,3% para 6,2%, entre 2002 e 2012. O avanço foi particularmente notado no Maranhão, onde a proporção passou de 67,4% para 15,4%, no mesmo período. Desde a aprovação da lei 9.534, de 1997, que instituiu a gratuidade na emissão do documento, uma série de iniciativas governamentais tentam ampliar a cobertura da população registrada em cartórios, dentro dos prazos legais.

Cláudio Crespo, responsável pela Coordenação de População e Indicadores Sociais, observa que a melhoria no indicador é reflexo de uma série de esforços, como a realização de mutirões de registro de nascimento.

- É uma informação importante não só para os estudos demográficos, mas também porque representa um número crescente de crianças que são registradas no próprio ano de nascimento. Essa é uma preocupação social, e a década mostrou que houve um esforço significativo, um conjunto de campanhas que vem sendo realizadas continuamente. Há uma ação dos cartórios junto com as maternidades, em especial as públicas, que tem propiciado que pais e mães registrem seus filhos logo nos primeiros dias após o nascimento. É uma importante medida de diagnóstico dos direitos humanos das crianças. 

 
 
Fonte: Site O Globo
Publicado em 20/12/2013
Extraído de Recivil

Notícias

Juíza reconhece impenhorabilidade de imóvel de família em ação de cobrança

BEM PROTEGIDO Juíza reconhece impenhorabilidade de imóvel de família em ação de cobrança 18 de outubro de 2024, 15h54 No recurso, a embargante argumentou que o imóvel é utilizado como moradia pela sua família, o que o torna impenhorável conforme a Lei 8.009/1990, que protege este tipo de...

TJ/PR vê fraude e anula venda de imóvel durante ação de execução

Alienação TJ/PR vê fraude e anula venda de imóvel durante ação de execução Tribunal ressaltou que ausência de penhora não isenta terceiros de investigarem regularidade do imóvel. Da Redação quinta-feira, 17 de outubro de 2024 Atualizado às 14:30 A 16ª câmara Cível do TJ/PR reconheceu como fraude a...

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro Vitor Frederico Kümpel e Thaíssa Hentz de Carvalho quarta-feira, 16 de outubro de 2024 Atualizado em 15 de outubro de 2024 18:03 A separação de fato, embora não dissolva formalmente o vínculo matrimonial, é uma realidade que afeta...

STJ veta repasse de dívidas tributárias do imóvel ao arrematante em leilão

IPTU e outros STJ veta repasse de dívidas tributárias do imóvel ao arrematante em leilão Danilo Vital 13 de outubro de 2024, 13h25 Há uma exceção: os casos em que exista ação judicial ou pedido administrativo pendente de julgamento. Para esses, a aplicabilidade da tese é imediata. Confira em...

Juiz reconhece impenhorabilidade de imóvel familiar e cancela execução

Bem de família Juiz reconhece impenhorabilidade de imóvel familiar e cancela execução Imóvel tem alienação fiduciária da Caixa e serve como residência da família. Da Redação domingo, 13 de outubro de 2024 Atualizado em 9 de outubro de 2024 10:15 O juiz de Direito Thiago Cavicchioli Dias, da 1ª vara...