Casamento infantil atinge 115 milhões de meninos no mundo

Casamento infantil atinge 115 milhões de meninos no mundo

por Celio Martins[09/06/2019] [20:45]

Quando se trata de casamento infantil, na maioria das vezes os estudos se referem a meninas. Apesar de os casos de casamentos precoces terem maior incidência no sexo feminino, um grande número de meninos em todo o mundo casa-se antes dos 18 anos de idade. Isso é o que mostra um levantamento divulgado pelo Unicef – o fundo das Nações Unidas para a infância.

De acordo com o estudo, estima-se que 115 milhões de meninos e homens em todo o mundo casaram-se quando crianças. Destes, 1 em cada 5 – ou 23 milhões de crianças – casaram-se antes mesmo dos 15 anos.

O levantamento usou dados de 82 países e revela que o casamento infantil de meninos ocorre em vários países, sendo mais comum na África Subsaariana, América Latina e Caribe, Sul da Ásia e o Leste Asiático e Pacífico.

"O casamento rouba a infância", disse a Diretora Executiva do Unicef, Henrietta Fore, ao apresentar o estudo. “Os noivos infantis são forçados a assumir responsabilidades adultas para as quais podem não estar preparados. O casamento precoce traz a paternidade precoce e, com isso, aumenta a pressão para que o menino sustente a família, reduzindo o acesso à educação e às oportunidades de emprego”, acrescentou.

Ainda de acordo com os dados, a República Centro-Africana tem a maior prevalência de casamento infantil entre os homens (28%), seguida pela Nicarágua (19%) e Madagáscar (13%).

"O casamento antes dos 18 anos é uma violação fundamental dos direitos humanos. Muitos fatores interagem para colocar uma criança em risco de casamento, incluindo a pobreza, a percepção de que o casamento proporcionará 'proteção', honra familiar, normas sociais, leis consuetudinárias ou religiosas que tolerem a prática, uma estrutura legislativa inadequada eo estado de um país. sistema de registro civil. Embora a prática seja mais comum entre meninas do que meninos, é uma violação de direitos, independentemente do sexo.

Meninos e meninas

Somados os meninos que se casaram crianças às 650 milhões de meninas e mulheres hoje vivas que também se casaram ainda crianças, o número total de noivas e noivos infantis chega a 765 milhões. Os números mostram que as meninas são muito mais afetadas globalmente: 1 em cada 5 mulheres jovens com idades entre os 20 e os 24 anos casou-se antes dos 18 anos, em comparação com 1 em cada 30 rapazes.

O Brasil supera a média mundial de casamentos infantis de meninas. Segundo os dados do Unicef, 36% das mulheres com idade entre 20 e 24 anos contraíram matrimônio antes dos 18 anos. O porcentual supera também a média registrada na América Latina e Caribe, que é de 25%.

Os pesquisadores da Unicef observam que, embora a prevalência, as causas e o impacto do casamento infantil de meninas já tenham sido amplamente estudados, pouca pesquisa existe sobre o casamento infantil de meninos. “Mas independentemente do gênero, sabe-se que as crianças com o maior risco de contrair matrimônio provêm dos agregados familiares mais pobres, vivem em áreas rurais e têm pouca ou nenhuma educação”, diz o relatório.

“Precisamos lembrar que casar meninos e meninas enquanto eles ainda são crianças vai contra os direitos consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança”, reforçou Fore.

O Unicef ressalta que as estimativas da prevalência global e regional de casamentos infantis são calculadas com base nas estimativas nacionais das bases de dados globais do fundo das Nações Unidas, compostas de dados nacionalmente representativos de 82 países. “Os dados nacionais sobre o casamento infantil são extraídos principalmente de pesquisas domiciliares, incluindo Inquéritos de Indicadores Múltiplos apoiados pelo Unicef e Inquéritos Demográficos e de Saúde (DHS). Os dados demográficos são extraídos do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Divisão de População”, observa."

Fonte: Gazeta do Povo

Notícias

STJ admite penhora de direito aquisitivo de imóvel do Minha Casa, Minha Vida

DEVE, TEM QUE PAGAR STJ admite penhora de direito aquisitivo de imóvel do Minha Casa, Minha Vida Tiago Angelo 12 de janeiro de 2025, 9h45 “Nesse contexto, como ainda não se adquiriu a propriedade plena do imóvel, eventual penhora não poderá recair sobre o direito de propriedade – que pertence ao...

Artigo 5º - Contratos de namoro: precaução ou burocracia?

Artigo 5º - Contratos de namoro: precaução ou burocracia? O Artigo 5º aborda o crescimento do uso dos contratos de namoro no Brasil, que registrou um aumento significativo em 2023. O programa traz a advogada Marcela Furst e a psicóloga Andrea Chaves para discutir os motivos que levam os casais a...

Imóvel como garantia: O que muda com a nova regulamentação do CMN?

Imóvel como garantia: O que muda com a nova regulamentação do CMN? Werner Damásio Agora é possível usar o mesmo imóvel como garantia em várias operações de crédito. A resolução CMN 5.197/24 amplia o acesso ao crédito imobiliário para pessoas físicas e jurídicas. domingo, 5 de janeiro de...

Câmara aprova marco legal das garantias de empréstimos

Projeto de lei Câmara aprova marco legal das garantias de empréstimos Projeto autoriza empresas a intermediar oferta de garantias entre cliente e instituições financeiras. Texto segue para o Senado. Da Redação quinta-feira, 2 de junho de 2022 Atualizado às 08:17 A Câmara dos Deputados aprovou nesta...

Defesa global do vulnerável: a dicotomia notarial entre civil law e common law

Opinião Defesa global do vulnerável: a dicotomia notarial entre civil law e common law Ubiratan Guimarães 26 de dezembro de 2024, 11h12 A atuação notarial é, então, fundamental para garantir o cumprimento desses princípios e a formalidade da escritura pública é crucial para assegurar que as partes...