Celso Amorim vem ao Senado para explicar acordo com o Irã
28/05/2010 - 12h18
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, será ouvido, nesta terça-feira (1º), pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) sobre a posição brasileira em relação ao Programa Nuclear do Irã. Essa audiência pública visa a esclarecer o papel do Brasil no acordo negociado com a Turquia e o Irã para dirimir o impasse que envolve o programa nuclear iraniano.
O próprio ministro Celso Amorim sugeriu o debate, formulado mediante requerimento do senador João Tenório (PSDB-AL). O presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que se diz preocupado com a aproximação do Brasil com o Irã, providenciou então a convocação de todos os integrantes da comissão para essa audiência pública, prevista para as 14h30 de terça-feira (1º).
Azeredo tem dito que o presidente Mahmoud Ahmadinejad exibe um histórico pouco confiável, demonstrado no fato de que já quebrou acordos semelhantes ao assinado no último dia 17 de maio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o primeiro-ministro da Turquia, Tyyiq Erdogan. Ao enumerar suas restrições ao governo iraniano, Azeredo aponta, sobretudo, a falta de democracia naquele país, o pouco respeito aos direitos humanos e a falta de cumprimento de acordos.
Conhecido como Declaração de Teerã, o acordo sobre a troca de urânio foi negociado pelos chanceleres do Brasil, da Turquia e do Irã e depois avalizado pelos governantes dos três países. "Nunca pretendemos dizer que a Declaração de Teerã resolve todos os problemas. Mas, sim, que é uma medida de segurança", afirmou Celso Amorim, ao voltar ao Brasil.
Logo depois de firmado, o acordo foi rejeitado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança, que, liderados pelos Estados Unidos, anunciaram um consenso para aplicar nova rodada de sanções contra o Irã. Isso porque, para os norte-americanos e parte da comunidade internacional, persistem as suspeitas de que os iranianos continuam, de forma secreta, a desenvolver programa para fabricação de armas atômicas. Para a Casa Branca, o acordo Brasil-Turquia-Irã foi apenas uma tentativa de Teerã de evitar as sanções.