Copa: "legislação prevê punição para quem cometer abusos nos estádios"

06/03/2012 20:22

Comissão aprova Lei Geral da Copa e mantém venda de bebidas alcoólicas

Diogo Xavier
Dep. Vicente Cândido (relator)
Vicente Candido: a legislação prevê punição para quem cometer abusos nos estádios.

A comissão especial que analisa a Lei Geral da Copa (PL 2330/11) aprovou nesta terça-feira (6) o texto final da proposta, que pode ir a Plenário já na sessão de amanhã. Os deputados mantiveram a liberação para a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, em votação nominal decidida por 15 votos a 9.

O relatório aprovado estabelece ainda a venda de meia-entrada para idosos e a reserva de 300 mil ingressos populares para estudantes e beneficiários de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. A previsão é que os ingressos populares sejam vendidos a 25 dólares (cerca de R$ 43).

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o governo pretendem ver a proposta definitivamente aprovada até abril. Após o Plenário da Câmara, o projeto ainda terá de passar pelo Senado.

 

Bebidas
Pelo texto aprovado hoje, será possível consumir cerveja em copos plásticos em todos os setores dos estádios, e qualquer bebida dentro das áreas VIPs. O relator na comissão, deputado Vicente Candido (PT-SP), lamentou que o tema tenha tomado tanto espaço nas discussões. Segundo ele, atualmente, sete das doze sedes da Copa vedam a comercialização de bebidas alcoólicas em estádios, porém o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/03) não é claro nessa proibição.

Candido argumentou ainda que o Brasil vive um momento diferente, em que há controle do acesso aos estádios e punição para quem comete abusos. “Não acho razoável que façamos um investimento tão grande nessas arenas para depois penalizarmos os estabelecimentos durante os jogos”, comentou.

Diogo Xavier
Dep. Carmem Zanotto (PPS-SC)
Carmen Zanotto: a liberação vai assciar a Copa ao consumo de álcool.

A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), no entanto, lamentou a decisão. Na opinião dela, a liberação manda uma mensagem errada sobre o consumo de álcool em partidas de futebol e pode levar a uma futura medida similar nos campeonatos nacionais. “Não é apenas o perigo das torcidas, da rivalidade, mas associar a Copa ao consumo de álcool”, disse.

Por sua vez, outros parlamentares defenderam a liberação por entender que a vedação prevista no Estatuto do Torcedor precisa ser rediscutida. “Na verdade, a proibição da venda de bebidas nos estádios não foi benéfica, porque as pessoas continuam bebendo nas imediações dos estádios e os confrontos são rotineiros”, afirmou o deputado André Figueiredo (PDT-CE).

Plenário
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) espera reverter, em Plenário, a liberação da venda de bebidas. “A partir de agora, temos uma grande luta a ser feita no Plenário. Aqui, na comissão, o governo tem maioria, mas esperamos que o Plenário seja mais sensível aos apelos da sociedade quanto aos malefícios que o álcool provoca, principalmente com relação à violência nos estádios", disse.

Já para o presidente da comissão, deputado Renan Filho (PMDB-AL), o texto tem boa chance de ser aprovado tal como foi debatido no colegiado, pois recebeu contribuições de todos os partidos, inclusive da oposição. “Mesmo a questão das bebidas, quem é contra é contra a bebida na vida das pessoas em geral, e não somente na Copa. Não é uma discussão apenas sobre essa legislação”, declarou.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Marcello Larcher e José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

Fotos/Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

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