Estádio Mané Garrincha pode ter certificação máxima de edificações sustentáveis

Estádio Mané Garrincha pode ter certificação máxima de edificações sustentáveis

05/06/2013 - 7h27
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Estádio Nacional Mané Garrincha pode ser o primeiro do mundo a ter a certificação máxima de edificações sustentáveis. O selo platinum depende apenas da avaliação de técnicos do Green Building Council (US GBC), organização criada para estimular projetos verdes em todo o mundo e emitir a certificação dessas obras.

A expectativa é que a aprovação do selo seja divulgada até o final do ano, disse Marcos Casado, diretor técnico e educacional do GBC no Brasil. Ele destacou que os demais estádios cumprem requisitos para o selo básico ou selo ouro. Assim que a obra do Mané Garrincha estiver totalmente concluída e a documentação de auditoria for entregue, a certificação poderá ser feita entre quatro e seis meses.

“Desde o início pensamos na possibilidade de uma certificação  de nível máximo, que inclui entre 80 e 100 pontos na lista de procedimentos para essa meta”, explicou Eduardo Castro Mello , arquiteto responsável pela obra do Estádio Mané Garrincha.

O projeto, criticado por ter o mais alto custo entre os estádios nacionais que abrigarão os jogos da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, deu prioridade à ventilação natural de ambientes internos para reduzir uso de ar-condicionado.

As obras do Mané Garrincha foram adequadas para captar e reaproveitar a água de chuva que cai na cobertura do estádio e no entorno, como nos estacionamentos. A água é direcionada para cinco reservatórios de quase 8 milhões de litros que vão suprir a irrigação, as descargas e a lavagem do piso.

“A obra é cara porque é grande e especial. Não tem desperdício. O importante é que foi projetada dentro do princípio de sustentabilidade”, disse o arquiteto. Ele ponderou que a obra permitirá uma economia de R$ 7 milhões anuais em gasto com manutenção.

Diante da expectativa de alto consumo de energia, os projetistas propuseram a criação de uma usina de captação de energia solar, a partir de 9,6 mil placas fotovoltáicas capazes de gerar mais de 2,5 megawatts, quantidade suficiente para abastecer 2 mil residências.

No entanto, a usina e o sistema de reaproveitamento de água só começam a funcionar em julho, depois da Copa das Confederações.  O Distrito Federal ainda aguarda a certificação de outros 20 projetos sustentáveis, entre eles o do Tribunal de Justiça, a nova sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e dois projetos residenciais. Apenas um edifício em todo o Distrito Federal é certificado pelo GBC (Venâncio Green Building).

O GBC analisa outros 700 projetos no país considerados referências de edificações sustentáveis, entre elas, prédios comerciais em São Paulo e o Hospital Albert Einstein.  “As pessoas passam a acreditar quando percebem o projeto funcionando. Primeiro questionam se aquilo vai dar retorno. Isso está provocando uma mudança no setor”, avaliou Marcos Casado.

 

Edição: Marcos Chagas

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Fotos/Fonte: Agência Brasil

 

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Soluções sustentáveis são levadas cada vez mais em conta pelos brasileiros

05/06/2013 - 7h03
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Moradores de um edifício residencial em Brasília conseguiram uma economia de mais de R$ 1 mil por mês. Depois de descobrir uma caixa d’água que estava desativada há anos, a síndica do prédio observou a quantidade de água que escorria da calha da cobertura quando chovia e se perdia na rua.

“Vi que caía muita água. Como queria fazer um jardim, decidi usar essa água para irrigação”, contou Vanda Maria Ramos. Segundo ela, a obra foi muita rápida e simples. “Tive que chamar um eletricista para colocar uma bomba para captação da água e um pedreiro fez o buraco em volta do prédio, levando a tubulação até a caixa d’água”, explicou.

Segundo Vanda Maria, enquanto a conta de água dos prédios vizinhos que fazem irrigação de jardim ultrapassa R$ 4 mil, a fatura mensal do edifício que administra não chega a R$ 3 mil.

O retorno desses investimentos, como o aproveitamento de água, energia solar e outras medidas ambientalmente sustentáveis, é levado cada vez mais em conta pelos brasileiros.  Especialistas ambientais e da construção civil acreditam que os gastos na obra se pagam entre seis meses e um ano com a economia que é feita, por exemplo, na conta de água ou energia elétrica.

As placas de aquecimento solar (fotovoltáicas) têm sido cada vez mais usadas no país, principalmente para o aquecimento da água de chuveiro. Marcos Casado, diretor técnico e educacional do Green Building Council no Brasil, organização internacional de estímulo às construções verdes que emite certificações de construções sustentáveis em várias partes do mundo, acompanha o mercado há quase sete anos.

Segundo ele, os custos com esse tipo de construção já chegaram a ser 30% mais caro do com obras tradicionais. Casado ressaltou que hoje gasta-se, em média, 5% a mais do que em um empreendimento comum e esse custo inicial se viabiliza pela redução de custo operacional nas edificações.

A maior oferta de produtos e tecnologias oferecidas pelo mercado resultou no barateamento dos custos no decorrer dos anos. Marcos Casado disse que a redução no preço final do empreendimento é reflexo, também, do maior número de unidades produzidas.

O Ministério do Meio Ambiente disponibilizou uma cartilha em sua página na internet, com dicas de medidas que podem ser adotadas por qualquer cidadão. Entre essas informações estão, por exemplo, o posicionamento solar, a manutenção de vegetação nativa para o equilíbrio térmico e os sistemas de reaproveitamento de água da chuva.

O Rio de Janeiro é o segundo estado com o maior número de certificações em andamento no país - são 134 projetos em andamento e 12 empreendimentos certificados. São Paulo está em primeiro lugar, com 419 projetos que aguardam a certificação e outros 75 empreendimentos certificados.

De acordo com o GBC Brasil, os estados que mais investem em empreendimentos sustentáveis são os que têm maior participação de profissionais em cursos de especialização nesse tipo de obra. A organização capacita diversos especialistas do setor a partir de um programa que já formou mais de 45 mil profissionais em cursos realizados em 20 cidades do país
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Edição: Marcos Chagas

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Agência Brasil
 


 

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