Guia Alimentar é lançado no Conselho Nacional de Saúde

Guia Alimentar é lançado no Conselho Nacional de Saúde

Instrumento de educação alimentar, o novo Guia Alimentar para a População Brasileira foi lançado nesta quarta-feira (05/11) pelo Ministério da Saúde, durante reunião no Conselho Nacional de Saúde. “A intenção do guia é que o cidadão brasileiro tenha um consumo alimentar mais saudável, e, a partir desta prática, previna doenças crônicas não transmissíveis causadas pela má alimentação, como diabetes, hipertensão, obesidade, além de AVC, infarto e câncer”, explica Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar.

Redigido em linguagem acessível, o guia se dirige às famílias, profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da saúde da população. A versão impressa do documento, com 151 páginas ilustradas, será distribuída às unidades de saúde de todo o país, e a versão digital estará disponível no portal do Ministério e foi fruto de um processo longo e responsável que contou com a parceria do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e substitui versão anterior de 2006.

O processo de elaboração, iniciado em novembro de 2011, incluiu a realização de duas oficinas nacionais com pesquisadores, profissionais de saúde, educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil e oficinas regionais conduzidas em todas as 27 unidades da federação. A conclusão deste processo envolveu consulta pública que contou com 436 participantes, entre instituições de ensino, órgãos públicos, conselhos e associações profissionais, setor privado e pessoas físicas, e da qual resultaram 3.125 valiosos comentários e sugestões.

ORIENTAÇÃO - O guia orienta as pessoas a darem preferência por alimentos in natura ou minimamente processados. Há informações desde como selecionar os alimentos e transformá-los em refeições saudáveis e saborosas – resgatando os hábitos tradicionais da culinária brasileira – até informações sobre o ambiente ideal para desfrutar a alimentação, evitando assistir à televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou atividades profissionais durante as refeições. “O guia também mostra como podemos superar alguns obstáculos do nosso cotidiano, como tempo, ambiente, acesso e preços dos alimentos, muitas vezes barreiras para uma alimentação saudável”, observa Patrícia Jaime.

“Entendemos a alimentação não só na perspectiva biológica, no aporte de energia e nutrientes. O guia traz mensagens também no contexto social, dentro do sistema alimentar .  Quando compartilhamos o momento da nossa refeição com membros da família, colegas de trabalho ou escola, também compartilharmos vivências. É um momento importante de convívio social e para desfrutar da alimentação. Por isso uma recomendação do guia é dar à alimentação o tempo que ela merece, considerando o seu papel na saúde e preservação da cultura brasileira”, exemplifica.

Patrícia Jaime ressalta que este conjunto de orientações foram sintetizados nos Dez passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, resumo que pode ser utilizado na comunicação em saúde, no processo da educação alimentar e nutricional pelos profissionais da atenção básica, de educação e outros agentes comunitários envolvidos com a agenda da promoção da Saúde e educação da Saúde.

São eles:

•          Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação

•          Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias

•          Limitar o consumo de alimentos processados

•          Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

•          Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

•          Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados

•          Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias

•          Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece

•          Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora

•          Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

O novo guia dá grande importância às formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentável como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.  ‘O Guia Alimentar para a População Brasileira contém recomendações que trazem benefícios para as pessoas, para a sociedade e para o planeta’, destaca Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular de Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo e responsável pela orientação da equipe técnica que elaborou o Guia Alimentar.

Saiba quais são os diferentes tipos de alimentos:

Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e frutas.

Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.

Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

Ana Paula Ferraz
Agência Saúde
Fonte: Portal da Saúde

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