Movimento Recode (reprogramador)

ONG lança movimento para avançar na inclusão digital

27/08/2015 07h57  Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

O Comitê para Democratização da Informática (CDI) comemora hoje (27) 20 anos de trabalho pela inclusão digital no Brasil, no Morro Santa Marta, em Botafogo, onde tudo começou, mas agora lançando um novo desafio, o Movimento Recode (reprogramador). A organização não governamental (ONG) usa a tecnologia para transformação social, repassando conhecimentos às comunidades e estimulando o empreendedorismo, a educação e a cidadania. A rede está presente em 15 países, totalizando 1,64 milhão de vidas transformadas nessas duas décadas de existência, sobretudo de jovens de comunidades carentes. “Influenciamos diversas gerações”, disse a diretora executiva do CDI, Elaine Pinheiro.

Ela lembrou que, na missão de promover a inclusão digital, o CDI usou a tecnologia sempre aliada à cidadania, para "empoderar o indivíduo como cidadão para que ele promova o desenvolvimento comunitário”. No Brasil, o CDI está presente em 16 estados onde atende, anualmente, a 80 mil pessoas, em média.

Elaine destacou que hoje, o CDI evoluiu da missão de promover a inclusão digital para o desenvolvimento, acrescentando que a tecnologia pode estar associada à cidadania, mas também à capacidade criativa do indivíduo e à capacidade de trabalho em rede que esses cidadãos podem exercer. “Esse é o grande trabalho que a gente está fazendo na missão que vê na tecnologia um meio de promover o desenvolvimento da sociedade, de reprogramar alguns sistemas que estão se esgotando, como o educacional, o político, de saúde."

A diretora citou, entre esses espaços, a escola, a biblioteca, os centros comunitários. “São espaços onde as microrrevoluções começam”. A tecnologia é empregada pelo CDI como mecanismo para mudar a lógica de funcionamento desses locais. Um dos programas é o TecEscola, resultado de parceria com a B2W Digital, líder em comércio eletrônico na América Latina, e a Secretaria estadual de Educação, que convida professores de 50 escolas da rede pública a inserir tecnologia no planejamento e na prática em sala de aula, a partir de plataformas virtuais cedidas pelo CDI. Com isso, cria-se uma comunidade de aprendizagem também entre professores, observou Elaine Pinheiro.

Nas bibliotecas, o CDI visa a estimular a dinamização do espaço com atividades interativas. “Que ela vire um local de criação, que as dinâmicas de leitura sejam permeadas por tecnologia e convidem aquela comunidade a se apropriar desse espaço que é dela”, disse ela. O bibliotecário é apoiado pelo CDI com novas formas de apresentar a biblioteca, usando redes sociais e se aproximando da comunidade do entorno.

O Movimento Recode quer reprogramar sistemas, espaços e práticas da sociedade. “Ele é também um movimento pela reprogramação da sociedade, que convida os agentes de transformação para colocar a mudança em curso nos espaços citados”, destacou a diretora.

Os multiplicadores do CDI, que incluem professores, bibliotecários e educadores sociais, são embaixadores de um movimento para jovens de 14 a 29 anos, que farão parte da plataforma virtual, em que produzirão conteúdo, participarão de projetos e desafios, que poderão ser compartilhados com uma rede maior de mais  jovens e parentes, inclusive de outros países. “O jovem é o público que a gente quer engajar, porque acredita no poder dele como recode".

O movimento está sendo levado pelo CDI para outros países. Qualquer organização que utilize a tecnologia como oportunidade para reprogramar sua comunidade e transformar a realidade pode ser parceira do projeto. Elaine explicou que a ideia do CDI é criar uma legião que engaje outras organizações que usam tecnologia, para que elas se apropriem dos conteúdos, das plataformas e da dinâmica da ONG, de modo a promover na sociedade mais complementaridade. “Que ela seja mais orgânica e viral”. O CDI quer ser o facilitador das comunidades que aprendem, apoiando os jovens, por meio de sua metodologia, no desenvolvimento de competências socioemocionais, explorando soluções locais que possam ser exportadas para outros lugares.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Notícias

Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA

Usucapião afastado Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA 8 de outubro de 2025, 12h19 O julgador explicou que a ocupação do imóvel — ainda que por um longo período de tempo — ocorreu por mera liberalidade da proprietária. Leia em Consultor...

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...

Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência

Proteção Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência Magistrado reconheceu que a família do devedor explora diretamente a terra para sua subsistência e que os imóveis se enquadram como pequena propriedade rural. Da Redação domingo, 5 de outubro de 2025 Atualizado em 3 de outubro de...

Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico

Opinião Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico Cícero Alisson Bezerra Barros 2 de outubro de 2025, 18h25 A confusão entre os termos reside justamente no fato de a assinatura digital ser uma modalidade específica de assinatura eletrônica, mas dotada de requisitos...