Oito em cada dez acidentes de trabalho atingem terceirizados, diz pesquisa

Oito em cada dez acidentes de trabalho atingem terceirizados, diz pesquisa

29/04/2015 17h19  Brasília
Katiana Rabelo - Repórter da Radioagência Nacional*   Edição: Stênio Ribeiro

De dez acidentes de trabalho no Brasil, oito acontecem, em média, com funcionários terceirizados, disse hoje (29) a secretária nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa, com base em dados de uma pesquisa feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Ao participar de reunião do Comitê Executivo da Agenda Nacional de Trabalho Decente, Graça ressaltou que o mesmo percentual médio se reflete no número de mortes nos acidentes com trabalhadores terceirizados. Ela citou, como exemplo, o setor elétrico, que registrou 79 mortes por acidentes em 2011, sendo 80% das vítimas funcionários terceirizados.

Os números foram questionados, porém, pelo diretor da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, José Ricardo Alves. Defensor do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a contratação de terceirizados, Alves disse que o projeto não cria esse tipo de contrato. "A terceirização está neste prédio, enquanto conversamos. Falamos de 12 milhões e meio a 14 milhões de pessoas terceirizadas. Podemos perguntar para cada um deles o que preferem: estar na sua situação atual de trabalhador terceirizado, sem esse projeto, ou ser trabalhador com a dupla proteção desse projeto?”

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, reafirmou que a regulamentação dos terceirizados é necessária. Dias defendeu o diálogo para que se defina o melhor texto para o projeto. “O debate é importante", disse ele o ministro, admitindo que os parlamentares podem aprovar o que quiserem. Ele salientou, porém, que "a presidenta [Dilma Rousseff] vai fazer a avaliação, e um veto dela pode desfigurar todo o projeto”.

Crítico do projeto que regulamenta a terceirização, o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, entende que a medida fragiliza as relações trabalhistas. "A medida expõe muito o trabalhador e desmonta o processo de relação entre empregado e empregador, via representação sindical, e desestrutura toda essa cadeia. Por isso, sou conceitualmente contra essa fragilização”, disse Gabas.

Um dos pontos mais polêmicos do projeto permite a terceirização da atividade-fim da empresa. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto vai ser analisado pelo Senado. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou sessão temática para o dia 12 de maio, quando os senadores farão o primeiro debate sobre a regulamentação da terceirização.

*Colaborou Danyele Soares, da Radioagência Nacional

Agência Brasil

Notícias

Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão

Extraído de Portal do Holanda  03 de Maio de 2011   Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão - Com a vigência do Projeto de Lei 4.208/2001 , que altera o Código de Processo Penal, a prisão processual estará praticamente inviablizada no Brasil. Essa é...

Prisão em flagrante

  Novo CPP dificulta prisão preventiva após flagrante Por Rodrigo Iennaco   Dando sequência à reforma do Código de Processo Penal, no âmbito da comissão constituída pela Portaria 61/2000, foi encaminhado à sanção presidencial o Projeto de Lei 4.208/2001, que altera dispositivos do CPP...

Erro médico

03/05/2011 - 13h20 DECISÃO Prazo para prescrição de ação por erro médico se inicia quando o paciente se dá conta da lesão O prazo para prescrição do pedido de indenização por erro médico se inicia na data em que o paciente toma conhecimento da lesão, e não a data em que o profissional comete o...

Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável

Extraído de Recivil Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável Para o TJRS, não basta o que o tempo de um relacionamento amoroso seja longo para que se caracterize como união estável. “Relacionamento mantido entre o autor e a falecida, ainda de longa data, sem caracterizar a entidade...

Nova ordem

  EC do divórcio torna separação inútil Por César Leandro de Almeida Rabelo   Concebido por valores morais, religiosos e sociais, o casamento pretende a união duradoura entre os cônjuges, ressalvada a possibilidade de dissolução nas hipóteses previstas na legislação. Contudo o princípio...