Parceria entre Poderes e apoio a reformas

02/02/2011 - 23h14

 

Legislatura é aberta com discurso de parceria entre Poderes e apoio a reformas

[Foto:]

O Congresso Nacional deu início à nova legislatura (2011-2015) prometendo um esforço cooperativo com o Executivo de modo a superar os desafios gigantescos que se apresentam para o Brasil nos próximos anos, inclusive o da erradicação da miséria. Entre esses desafios, estão as reformas política e tributária, matérias em torno das quais a classe política tem travado um debate há quase duas décadas.

A necessidade e a disposição para essas duas empreitadas foram mencionadas com destaque nos discursos do presidente do Senado e do Congresso, José Sarney; do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS); e da presidente da República, Dilma Rousseff.

- Enfrentemos as reformas, política, eleitoral e tributária. Vamos concluir a reforma judiciária e tomar as medidas que ajudem a erradicar a pobreza e a miséria - conclamou Sarney, no discurso que fechou a solenidade de abertura dos trabalhos do Congresso nesta quarta-feira (2). 

O senador reafirmava, dessa forma, pregação que vinha fazendo desde o início de semana e que esteve presente no discurso de abertura do evento, pronunciado por Dilma Roussef. 

- Trabalharemos em conjunto com estas Casas para a retomada da agenda da reforma política. São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros - declarou, repetindo a frase e pedindo apoio dos parlamentares. 

Minutos depois, o presidente da Câmara seguiria na mesma direção, classificando as reformas política e tributária como "prioridades". 

A parceria entre o Congresso e o Executivo, ainda que alicerçada num quadro de amplo apoio partidário ao governo, foi condicionada pelos presidentes das duas casas à valorização da autonomia do Legislativo.

- O parlamento brasileiro não se furtará a ajudar o Executivo, mas o fará com a sua responsabilidade republicana de ser um parlamento independente, que tem as próprias demandas e a responsabilidade que nos foi confiada pelo povo brasileiro - salientou Marco Maia.

Sarney enfatizaria mais tarde a necessidade de Executivo e Legislativo encontrarem uma solução para o sempre criticado instrumento da Medida Provisória. Norma baixada pelo Poder Executivo, a MP passa a valer no instante em que se publica e ocupa um tempo considerado excessivo da agenda do Congresso, muitas vezes bloqueando as pautas de votação. 

- As medidas provisórias se transformaram em um grave problema, uma armadilha que perturba o funcionamento das instituições - disse Sarney. Ele propôs a redução do alcance das MPs. Em troca, o Congresso devolveria ao Executivo atribuições administrativas que deveriam ser de sua "competência exclusiva". 

Sarney, propôs em seu discurso o fim do voto proporcional para deputados, a seu ver "responsável pela desintegração dos partidos" e que "impede a formação de homens públicos, programas e idéias".

Na opinião dele, por esse mecanismo, nem sempre os candidatos mais votados são os eleitos, pois a divisão das vagas é feita de acordo com os votos recebidos pelos partidos. O atual sistema permite que um candidato muito popular, e que receba grande votação, leve para a Câmara candidatos de seu partido pouco votados.

A complexidade do tema dessas reformas, que são de interesse imediato da classe política, mostrou-se já no primeiro dia da nova legislatura. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que seu partido é "totalmente contrário" ao fim do voto proporcional para a eleição de deputados.  

- Esperamos que a reforma política aconteça e venha reafirmar o voto proporcional e não essa idéia de instituição de uma espécie de 'distritão' ou voto majoritário para a Câmara dos Deputados. Nós entendemos que a democracia só se fortalece com partidos fortes - frisou.  

Para o líder, a adoção do voto majoritário na Câmara representa a negação dos partidos políticos. Ele defendeu uma reforma ampla, que abranja pontos como financiamento público de campanha, voto em lista partidária e legislação rígida para fidelidade partidária e ainda ponha fim à prevalência do poder econômico, entendida por ele como danosa.

Judiciário

 

A mudança da legislação eleitoral foi sugerida também pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, primeira vez convidado a discursar na abertura dos trabalhos legislativos. Seu colega do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, voltou a defender um "pacto republicano" entre os poderes, de modo a consolidar a modernização do Judiciário. Uma das propostas a serem debatidas nesse pacto seria a revisão dos critérios para aceitação dos recursos extraordinários ao Supremo.

Agência Senado
 

Notícias

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório Gabriel Vaccari Holding/Sucessão: Cuidado online! Artigo expõe riscos de soluções fáceis (procuração, S.A., 3 células). Evite armadilhas fiscais/legais. Leitura essencial para famílias e advogados. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado...

Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido

Processo Familiar Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido Mário Luiz Delgado 20 de abril de 2025, 8h00 Os bens recebidos em antecipação da herança necessária (legítima), nos moldes do artigo 544 do CC [6], quando “conferidos” pelo herdeiro após a abertura da sucessão, NÃO...

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário Amanda Fonseca Perrut No presente artigo, abordamos pontos cruciais sobre inventário, como prazo, multas e recolhimento de tributos, dentre outros. segunda-feira, 21 de abril de 2025 Atualizado em 17 de abril de 2025 14:23 De modo a auxiliar...

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório Amanda Fonseca Perrut A indicação de bens específicos pelo testador a determinado herdeiro é possível e evita eventuais disputas sucessórias. quinta-feira, 17 de abril de 2025 Atualizado às 09:11 É juridicamente possível atribuir...