Pesquisa aponta apoio de 81% ao fim da maioridade penal

 

07/03/2014 - 16h45 Institucional - Atualizado em 07/03/2014 - 17h16

Pesquisa do DataSenado aponta apoio de 81% ao fim da maioridade penal

Da Redação

O fim da maioridade penal recebeu o apoio de 81% dos internautas que participaram de enquete promovida pelo DataSenado e Agência Senado no período de 17 de fevereiro a 5 de março. Projeto do senador Magno Malta (PR-ES) revoga o art. 27 do Código Penal para que, independentemente da idade, qualquer pessoa possa ser julgada no âmbito penal (PLS 147/2013). Hoje, quem tem menos de 18 anos responde à Justiça com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê a aplicação de medidas socioeducativas, como a internação, aos menores em conflito com a lei. Os demais, 19%, se posicionaram contrários à mudança na legislação.

De acordo com a justificativa do projeto, a presunção de que o jovem com idade inferior a 18 anos não tem capacidade de entender o caráter ilícito de seus atos tem gerado revolta na sociedade brasileira, que presencia quase diariamente crianças e adolescentes cometendo diversos delitos penais, valendo-se, inclusive, da impunidade. A proposta está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e foi encaminhada ao senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), relator do projeto que altera o Código Penal (PLS 236/2012).

Ao todo, 4.200 internautas responderam à enquete: “Você é a favor ou contra o projeto que visa acabar com a maioridade penal, permitindo que crianças e adolescentes sejam julgados por seus atos como adultos (PLS 147/2013)?”. Os resultados representam a opinião das pessoas que votaram, não sendo possível extrapolá-los para toda a população brasileira.

Comentários

Na página do DataSenado na internet, cidadãos encaminharam mensagens no espaço "Comente o Projeto". Aquelas favoráveis à proposta afirmam que todos devem responder por seus atos sem levar em conta o fator biológico. “Acho que crianças e adolescentes devem responder criminalmente pelos atos praticados, independente da idade que tiverem. Hoje eles são aliciados por marginais, exatamente por não responderem criminalmente. Nossa sociedade precisa de limites. Este projeto não vai acabar com a criminalidade, mas com certeza vai reduzir muito”, declarou a cidadã Maria do Carmo de Oliveira, de Contagem (MG).

Entre os que se manifestaram contra a mudança na legislação, parte citou a necessidade de mais investimentos em educação e segurança. Alguns disseram também que reduzir a maioridade penal já será suficiente, sem precisar extinguir o fator idade, enquanto outros pediram a aplicação da proposta somente para crimes de maior potencial ofensivo. “O governo tem que dar prioridade e maiores investimentos à educação”, disse a cidadã Anita Fernandes, de Belo Horizonte.

Tema rejeitado

Em fevereiro, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou proposta que abria a possibilidade de a Justiça aplicar, a adolescentes a partir de 16 anos envolvidos em crimes como homicídio qualificado; extorsão mediante sequestro; e estupro, penas impostas hoje a criminosos adultos, ou seja com 18 anos ou mais. Foram 11 votos contrários e 8 favoráveis à PEC 33/2012, do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Com a derrota na CCJ, Aloysio Nunes apresentou recurso para levar a proposta ao exame do Plenário do Senado, obtendo os apoios necessários, mas a votação não tem data prevista.

 

Agência Senado

 

Notícias

Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa

Caso de divórcio Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa Homem alegou que se casou sem saber de problema psiquiátrico, mas juíza não viu requisitos do CC para anulação. Em vez disso, concedeu o divórcio. Da Redação segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 Atualizado às...

TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio

Cadê o dinheiro? TJ-MG concede a quebra de sigilo bancário em uma ação de divórcio 4 de fevereiro de 2025, 19h12 Ao decidir, o desembargador entendeu que estavam presentes no caso os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil para a concessão de pedido liminar: probabilidade do direito e...

STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula

Doação inoficiosa STJ: Partilha em que filho recebeu R$ 700 mil e filha R$ 39 mil é nula Relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou a necessidade de respeitar a legítima dos herdeiros. Da Redação terça-feira, 4 de fevereiro de 2025 Atualizado às 18:04 STJ declarou nula partilha em vida realizada...

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...