Prazo curto

30/08/2012 - 18h28 Orçamento - Atualizado em 30/08/2012 - 18h55

Congresso terá prazo reduzido para discutir Orçamento de 2013, diz Romero Jucá

Paulo Sérgio Vasco

Com as eleições municipais de outubro, o Congresso Nacional vai ter um prazo curto para trabalhar o Orçamento de 2013, e uma de suas principais tarefas será definir um valor para compensar os estados pelas perdas da Lei Kandir.

A observação foi feita nesta quinta-feira (30) pelo relator do Orçamento de 2013, senador Romero Jucá (PMDB-RR), após entrega do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013 ao presidente do Senado, José Sarney, pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

A exemplo dos últimos três anos, o projeto orçamentário de 2013 encaminhado pelo Executivo não define um valor para compensar as perdas da Lei Kandir, que isentou a exportação de produtos primários e semielaborados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Esse tema acaba sempre mobilizando a oposição durante a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que dá origem à LOA, sobretudo os parlamentares ligados a estados exportadores como Pará, São Paulo e Minas Gerais.

Jucá lembrou que todos os anos o Congresso Nacional consegue alocar R$ 3,8 bilhões para compensar os estados pelas perdas decorrentes da Lei Kandir. Ele disse que os parlamentares vão discutir a questão e verificar se esta é uma prioridade do Congresso.

- Se é uma prioridade, vamos ter que conseguir recursos – disse Jucá.

Reajuste dos servidores

Em relação ao aumento salarial dos servidores públicos federais, Jucá explicou que os projetos contendo os acordos que já vêm sendo acertados entre o governo e diversas categorias funcionais precisam ser encaminhados ao Congresso até 31 de agosto para que haja reajuste em 2013.

- Se não houver lei, não haverá instrumento autorizativo para dar reajuste. Se não há lei, não tem como pagar servidores – afirmou.

Juca defendeu o diálogo e disse esperar que o governo conclua os entendimentos com os servidores. “Esperamos que a maioria, ou que todas as categorias possam ser atendidas. No caso do Judiciário, a ministra [do Planejamento, Miriam Belchior] informou que colocou o reajuste dado ao Executivo e Legislativo, que é 15,8%, no período de três anos”.

Para um reajuste maior, Jucá reiterou que a proposta, em todo caso, precisa ser aprovada antes da aprovação final do orçamento, que precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.

- Não adianta só colocar a dotação orçamentária, ela é pré-requisito para o pagamento. Tem que haver lei que determine o pagamento e defina o reajuste a cada categoria – explicou.

Jucá minimizou o risco de votação tumultuada do orçamento, com a presença no Congresso de servidores pressionando por aumentos salariais, mas admitiu que o prazo para votação da proposta é curto, em razão das eleições municipais de outubro.

- Temos todos os anos um debate bastante intenso do orçamento, sempre aprovado na última hora, tendo-se construído um entendimento. Este ano, com as eleições, o prazo fica mais curto. O prazo para o relatório preliminar, realização de emendas e votação dos relatórios setoriais fica para depois das eleições municipais. Vamos ter que compactar prazos, fazer sessões de madrugada e votar a matéria ate o final do ano – afirmou.

Cronograma

Já o presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse que o cronograma de votação da proposta será definido na semana de 9 a 11 de setembro.

- Vamos iniciar o planejamento antes mesmo do período eleitoral, definir passo a passo o prazo e as datas. Não tive oportunidade de fazer analise técnica do orçamento, mas acho que não atrasa. Não creio que teremos dificuldades para votar dentro da normalidade – afirmou.

Por sua vez, a ministra Miriam Belchior disse que o Orçamento de 2013, que totaliza R$ 2,14 trilhões, é importante por garantir os investimentos que o país precisa para continuar crescendo e garantindo as políticas sociais do governo, que “está satisfeito” com o resultado das negociações com os servidores públicos federais. A ministra confirmou ainda que as propostas de reajustes serão entregues ao Congresso nesta sexta-feira (31)

 

Agência Senado

 

Notícias

Dado é fundamental para identificação e registro civil

Dado é fundamental para identificação e registro civil 24 Julho 2024 | 10h33min A insatisfação de ordem subjetiva não deve se sobrepor à garantia da imutabilidade e da segurança jurídica dos registros públicos. Com esse entendimento, o Tribunal de Justiça manteve sentença de comarca do Oeste que...

Mais de 91 mil crianças foram registradas sem o nome do pai em 2024

LACUNA PATERNA Mais de 91 mil crianças foram registradas sem o nome do pai em 2024 22 de julho de 2024, 10h30 Para combater essa realidade, o Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) promove desde 2022 a campanha nacional “Meu Pai Tem Nome”, que tem como objetivo...

Contrato de namoro e o atual entendimento jurisprudencial

OPINIÃO Contrato de namoro e o atual entendimento jurisprudencial Daniel Araújo Freitas Oliveira Maria Gabriela Fernandes 18 de julho de 2024, 13h14 Apesar de um contrato atípico, ou seja, que não possui previsão expressa na legislação, verifica-se sua validade com o cumprimento dos requisitos...

Sem indução ao erro, não é possível anular registro de paternidade

segunda-feira, 15 de julho de 2024 Sem indução ao erro, não é possível anular registro de paternidade Para ser possível a anulação do registro de nascimento, um dos requisitos é a prova robusta de que o pai foi induzido a erro, ou ainda que tenha sido coagido a documentar como filho uma criança com...

Mudanças no Código Civil e criação do Direito Digital

Mudanças no Código Civil e criação do Direito Digital Izabela Rücker Curi Ao definir a licitude e a regularidade dos atos e das atividades no ambiente digital, o objetivo é fortalecer a autonomia privada, preservando a dignidade de pessoas e organizações. terça-feira, 16 de julho de 2024 Atualizado...