Projeto de Lei 6204/2019 propõe desjudicialização das execuções civis no Brasil

sexta-feira, 14 de março de 2025

Projeto de Lei 6204/2019 propõe desjudicialização das execuções civis no Brasil

Iniciativa da senadora Soraya Thronicke busca simplificar cobranças de dívidas, desafogando o Judiciário e aumentando eficiência dos processos

Está em tramitação no Senado Federal o Projeto de Lei nº 6204, de 2019, que prevê a desjudicialização da execução civil de títulos executivos judiciais e extrajudiciais, atribuindo aos Cartórios de protesto a competência para realizar ações como citação, penhora e avaliação de bens. A proposta, apresentada pela senadora Soraya Thronicke (PSL/MS), visa agilizar a cobrança de dívidas e desafogar o Poder Judiciário.

Segundo a senadora Soraya Thronicke (PSL/MS), autora do PL, a principal motivação para a proposta é a necessidade urgente de desafogar o Poder Judiciário, hoje sobrecarregado com milhões de execuções civis pendentes. “Queremos oferecer uma solução mais rápida, eficiente e menos custosa para credores e devedores”, afirmou.

Segundo a senadora, o principal desafio enfrentado pelo projeto até o momento foi a resistência cultural e questionamentos sobre a constitucionalidade. “Magistrados temem uma eventual perda de competência, enquanto outros questionam a segurança jurídica das medidas extrajudiciais”, destacou Thronicke.

“Temos boa receptividade entre os Cartórios, que veem uma oportunidade para ampliar suas funções. Entre os magistrados, porém, há divisões: muitos reconhecem o potencial de redução da carga processual, mas outros expressam receio quanto ao impacto da medida nas garantias jurídicas dos cidadãos”, comentou a senadora.

Soraya avalia que o projeto poderá aliviar significativamente a carga do Judiciário. “Ao transferir atribuições administrativas das execuções para os Cartórios, juízes poderão se dedicar a causas mais complexas, melhorando a qualidade e rapidez do Judiciário.”

A senadora destacou que o projeto é inspirado em iniciativas bem-sucedidas em países europeus, principalmente em Portugal, onde o sistema de desjudicialização reduziu expressivamente o tempo médio dos processos e melhorou significativamente a eficiência do sistema de cobrança de dívidas.

Embora não haja uma estimativa exata, Soraya Thronicke prevê uma redução significativa no tempo médio dos processos de execução, que atualmente levam anos para serem concluídos no Judiciário. “Esperamos que, com a implantação desse sistema extrajudicial, possamos diminuir substancialmente o prazo médio para resolução das execuções civis”, declarou.

A fiscalização dos Cartórios será realizada pelas corregedorias locais e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), garantindo que os processos sejam conduzidos com transparência e eficiência. “As corregedorias terão um papel fundamental na supervisão das atividades cartorárias, assegurando que os direitos das partes sejam sempre preservados”, concluiu.

Atualmente, o projeto tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com 25 emendas sendo analisadas. A expectativa é que após aprovação na CCJ, a matéria siga para o plenário do Senado ainda este ano.

Gian Fróiz, AssCom ANOREG/BR
Fonte: Anoreg/BR

                                                                                                                            

Notícias

Autorização excepcional

28/02/2011 - 14h14 DECISÃO Avô que vive com a filha e o neto consegue a guarda da criança A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu ao avô de uma criança, todos moradores de Rondônia, a guarda consensual do menor, por entender que se trata de uma autorização excepcional. O...

A prova da morte e a certidão de óbito

A PROVA DA MORTE E A CERTIDÃO DE ÓBITO José Hildor Leal Categoria: Notarial Postado em 18/02/2011 10:42:17 Lendo a crônica "Um mundo de papel", do inigualável Rubem Braga, na qual o autor critica com singular sarcasmo a burocracia nas repartições públicas, relatando acerca de um suplente de...

Cópias sem autenticação inviabilizam mandado de segurança

Extraído de AnoregBR Cópias sem autenticação inviabilizam mandado de segurança Seg, 28 de Fevereiro de 2011 08:54 O objetivo era extinguir uma reclamação trabalhista com o mandado de segurança, mas, depois dos resultados negativos nas instâncias anteriores, as empregadoras também tiveram seu...

O mercado ilegal de produtos

27/02/2011 - 10h00 ESPECIAL Decisões judiciais imprimem mais rigor contra a pirataria “Receita continua a fiscalizar comércio irregular em São Paulo.” “Polícia estoura estúdio de pirataria e apreende 40 mil CDs e DVDS.” “Quadrilha tenta pagar propina de R$ 30 mil e é desarticulada.” Todas essas...

A idade mínima para ser juiz

  Juízes, idade mínima e reflexos nas decisões Por Vladimir Passos de Freitas A idade mínima para ser juiz e os reflexos no comportamento e nas decisões é tema tratado sem maior profundidade. As Constituições de 1824 e de 1891 não fixaram idade mínima para ser juiz. Todavia, o Decreto 848,...

Quando o anticoncepcional falha

Quando o anticoncepcional falha (25.02.11) O TJ de Santa Catarina decidiu que uma indústria Germed Farmacêutica Ltda. deve continuar pagando pensão de um salário mínimo mensal - mesmo enquanto apelação não é julgada - a uma mulher da cidade de Navegantes que teria engravidado apesar de utilizar...