Projeto dos 'royalties' do petróleo volta a causar polêmica

08/11/2012 - 19h50 Especial - Atualizado em 09/11/2012 - 11h56

Depois de aprovado no Senado e Câmara, projeto dos 'royalties' do petróleo volta a causar polêmica

Da Redação

O impasse sobre a redistribuição dos royalties do petróleo ressurgiu nesta semana tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. O embate envolve, além da batalha política empreendida pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo por recursos perdidos com aprovação do PLS 448/2011 nas duas casas do Congresso, questões regimentais e constitucionais relativas ao processo legislativo.

O cerne do problema é um lapso no cálculo de porcentagem na tabela proposta pelo Senado para repartição dos royalties de 2012 a 2020. Um aumento de 1 ponto percentual a partir de 2017 na quantia destinada aos municípios afetados por operações de embarque e desembarque de petróleo – que não fica clara na tabela – leva o total distribuído a 101%.

A discussão atual é se o lapso constitui um erro formal, de redação, que pode ser corrigido no texto que seguirá para a sanção presidencial ou se ele constitui um erro material, de conteúdo, o que obrigaria uma nova tramitação pelas duas Casas do Congresso.

Histórico

Durou sete horas a queda de braços pelos royalties do petróleo no Plenário do Senado durante a sessão do dia 19 de outubro do ano passado. Ao final, os estados produtores de petróleo, ou confrontantes, já que a exploração quase que somente no mar, foram suplantados pela vontade da maioria. Aprovou-se o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) ao PLS 448/11.

Pelo texto de Vital, a fatia da União nos royalties em regime de concessão será reduzida de 30% para 20%, já em 2012. A dos estados produtores cai de 26,25% para 20%. Os municípios produtores são os que sofrem maior redução: de 26,25% para 17% em 2012, chegando a 4% em 2020. Os municípios afetados pela exploração de petróleo também sofrem cortes: de 8,75% para 2%. Estados e municípios não produtores saltam de 8,75% para 40%.

Demorou um ano para que a Câmara construísse um acordo em torno da proposta de Vital. Já no Plenário, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) anteviu o problema do texto do Senado: “Ele não fecha em alguns pontos e não se sustenta, com equívocos de redação ou matemática", disse.

Ele se referia à tabela de repartição dos royalties de 2012 a 2020 e seus índices previstos para vigorar a partir de 2017, que somam 101% no caso dos contratos de concessão para o petróleo extraído da plataforma continental (mar), seja da camada pré-sal ou não.

Denunciado o erro, os deputados contrários ao texto começaram a apostar num veto da presidente Dilma. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, minimizou o problema, garantindo que a matéria não deve voltar ao Senado para ser consertada.

Ele informou à Agência Câmara na tarde desta quinta-feira (8) que houve erro de impressão do texto que foi analisado pela Casa. Assim, como a Câmara referendou o projeto do Senado, não haveria porque fazer uma nova análise da proposta. Marco Maia afirmou que o presidente do Senado, José Sarney, e Vital já haviam verificado que a cópia aprovada pelos senadores estava correta.

Após reunião com José Sarney, Marco Maia informou que a alteração será feita de acordo com o Regimento Interno das duas Casas parlamentares, e deverá ser concluída na próxima semana.

Senado

No Plenário do Senado, entretanto, o próprio Vital quis garantir a clareza do substitutivo. Na noite de quarta-feira (7), apresentou ofício à Mesa admitindo que a "redação dá margem à imprecisão do texto" e pediu sua correção. O ofício foi enviado à publicação e à Câmara dos Deputados, mas não passou em branco para os senadores que ainda lutam para minimizar o prejuízo de seus estados.

Na sessão plenária de hoje, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) foi enfático ao dizer que o erro não pode ser corrigido como se fosse um lapso de redação, uma vez que altera em um terço o percentual recebido pelos municípios afetados pelas operações de embarque e desembarque.

- Vai além da simples correção redacional. Afeta substancialmente o mérito do projeto por alterar os percentuais devidos aos entes da Federação.

Nessa mesma linha falou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), para quem houve “erro grosseiro”, com “alteração do sentido”. Na opinião dele, é preciso voltar o texto para correção desde o início da tramitação, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

 

Agência Senado

 

Notícias

Compreensão do processo

  Relações de trabalho exigem cuidado com contrato Por Rafael Cenamo Juqueira     O mercado de trabalho passou por determinadas alterações conceituais nos últimos anos, as quais exigiram do trabalhador uma grande mudança de pensamento e comportamento, notadamente quanto ao modo de...

Portal da Transparência

CNJ lança Portal da Transparência do Judiciário na internet Quinta, 20 de Janeiro de 2011     Informações sobre receitas e despesas do Poder Judiciário federal estão disponíveis no Portal da Transparência da Justiça (https://www.portaltransparencia.jus.br/despesas/), criado pelo Conselho...

Dentista reclama direito a aposentadoria especial

Quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 Cirurgião dentista que atua no serviço público de MG reclama direito a aposentadoria especial Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Reclamação (Rcl 11156) proposta pelo cirurgião dentista Evandro Brasil que solicita o direito de obter sua aposentadoria...

OAB ingressará com Adins no STF contra ex-governadores

OAB irá ao Supremo propor cassação de pensões para os ex-governadores Brasília, 17/01/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, afirmou hoje (17) que a OAB ingressará com ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) no Supremo Tribunal Federal contra todos...

Desmuniciamento de arma não conduz à atipicidade da conduta

Extraído de Direito Vivo Porte de arma de fogo é crime de perigo abstrato 14/1/2011 16:46   O desmuniciamento da arma não conduz à atipicidade da conduta, bastando, para a caracterização do delito, o porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar....

Prática de racismo no ambiente de trabalho

Extraído de JusBrasil Apelidos racistas no ambiente de trabalho geram danos morais Extraído de: Direito Vivo - 38 minutos atrás   Na Justiça do Trabalho de Minas ainda é grande a incidência de processos que denunciam a prática de racismo no ambiente de trabalho. Mas a sociedade moderna e as...