Projetos de senadores podem auxiliar na atualização da Lei de Execução Penal

02/10/2012 - 18h10 Especial - Atualizado em 02/10/2012 - 19h26

Projetos de senadores podem auxiliar na atualização da Lei de Execução Penal

Augusto Castro

Na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney, apresentou proposta de criação de uma comissão de juristas com o objetivo de atualizar a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984). O requerimento de Sarney ainda precisa ser aprovado pelo Plenário. Em seguida, a Presidência do Senado indicará os 11 especialistas que integrarão o colegiado. Caso siga os passos de comissões similares, a comissão debaterá as possíveis alterações na norma levando em conta os projetos que tramitam no Senado com objetivo de modificar a Lei de Execução Penal.

No Senado, pelo menos 12 matérias relacionadas à questão da execução penal, de autoria de senadores e ex-senadores, tramitam em comissões permanentes. Além disso, há projetos de lei sobre o tema originários da Câmara dos Deputados.

Apresentado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), o PLS 7/2012 estabelece que a saída temporária dos presos deverá ocorrer apenas uma vez ao ano e ser concedida somente aos primários. A proposta aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O PLS 7/2012 modifica os artigos 123 e 124 da Lei de Execução Penal. Atualmente, o artigo 123 permite o benefício da saída temporária após o cumprimento de um sexto da pena, se o condenado for primário, e de um quarto, se reincidente. Já pelo artigo 124, a autorização para as saídas temporárias, que devem durar no máximo sete dias, pode ser renovada por mais quatro vezes no ano.

Na justificativa do projeto, Ana Amélia ressalta a elevação do número dos delitos praticados durante o “saidão”, forma como é conhecida a saída temporária dos presos.

Já o PLS 190/2007, da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), foi aprovado pela CCJ em 2009 e aguarda inclusão na pauta do Plenário. A proposta estabelece a volta do exame criminológico, que existia até 2003. Assim, o preso que tiver bom comportamento e estiver em condições de ter seu regime prisional alterado, evoluindo para situações de liberdade condicional, indulto ou comutação de pena, deverá antes ser submetido ao exame criminológico por especialistas.

O exame será coordenado por uma Comissão Técnica de Classificação formada por psicólogos, assistentes sociais e representantes da penitenciária em que ele estiver cumprindo pena.

Também da Maria do Carmo, o PLS 75/2012 veda o uso de algemas em presidiárias durante trabalho de parto. A senadora defende o tratamento humanitário e livre de constrangimento e violência às presas em trabalho de parto.

Conforme explicou, mesmo que se trate de pessoas perigosas, elas não oferecem risco durante um momento tão delicado como o parto, tornando injustificável o uso de algemas. A matéria recebeu parecer favorável do relator José Agripino (DEM-RN) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde está pronta para ser votada.

Do senador Gim Argello (PTB-DF), o PLS 322/2012 aguarda designação de relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A proposta concede incentivo tributário a pessoas jurídicas que realizem cursos de reutilização e reciclagem de materiais, ou outros cursos de capacitação, para egressos do sistema prisional e para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), duas propostas da ex-senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) tramitam em conjunto: o PLS 674/2007 determina a obrigatoriedade da separação entre homens e mulheres nas prisões, mesmo na ausência de estabelecimento próprio, e o PLS 683/2007 assegura a mulheres e a homossexuais presos o cumprimento do direito legal a visitas íntimas. Segundo a autora, as vítimas íntimas, na práticas, são desfrutadas regularmente por detentos heterossexuais do sexo masculino.

De acordo com o PLS 683/07, ficará garantido às pessoas presas o direito à "visita de cônjuge, de companheiro (a), de parentes e amigos em dias determinados". A proposta determina ainda que o direito às visitas é válido para todos os presos "sem distinção de gênero ou orientação sexual, sendo reconhecida a união estável entre pessoas do mesmo sexo". Ou seja, os presos homossexuais, sejam homens ou mulheres, também terão o direito a visitas íntimas assegurado.

 

Agência Senado

 

Notícias

Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada

Derrota dos estados Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada 30 de outubro de 2024, 21h22 A rejeição do Congresso Nacional em dispor no texto da lei sobre a incidência do ITCMD nos planos de VGBL é um bom indicativo de que a pretensão dos estados não deve ser...

Consequências da venda de lote desprovido de registro

Opinião Consequências da venda de lote desprovido de registro Gleydson K. L. Oliveira 28 de outubro de 2024, 9h24 Neste contexto, o Superior Tribunal de Justiça tem posição pacífica de que o contrato de compromisso de compra e venda de imóvel loteado sem o devido registro do loteamento é nulo de...