Acusação contra livro é equivocada, defende Haddad
Acusação contra livro é equivocada, defende Haddad
19/05/2011 - 11h44
Educação
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu hoje (19) a abordagem utilizada pelo livro Por uma Vida Melhor, de alfabetização de adultos, que defende o uso da norma popular em situações de fala. O livro causou polêmica ao incluir frases com erro de concordância como “nós pega o peixe” em uma lição que apresentava a diferença da norma culta e a falada. No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar do “jeito errado”, mas devem dominar as regras da norma culta e ter atenção quanto ao seu uso. Para o ministro, acusação de que o livro “ensina a falar errado” é um equívoco.
“O livro parte da situação da fala, mas induz o jovem a se apropriar da norma culta. Os críticos infelizmente não leram o livro, fizeram juízo de valor com base em uma frase pinçada do contexto”, defendeu Haddad durante entrevista ao programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Haddad comparou os erros de concordância muito comuns na língua falada, especialmente na população mais pobre e não escolarizada, à linguagem utilizada pelos usuários da internet e de redes sociais.
“Quando um jovem manda mensagens no seu Twitter, no seu e-mail ou Orkut, ele faz uso da linguagem habitualmente utilizada naquele ambiente, até de maneira lúdica, ele modifica a língua e cria sinais próprios. Ali também tem norma e para você entender tem que se familiarizar com determinados padrões. Mas ele sabe que se migrar para um ambiente formal, seja um entrevista de emprego ou uma prova da escola, a linguagem não será apropriada”, afirmou.
O ministro ponderou que a escola tem que ensinar a norma culta, mas a abordagem pode partir da linguagem popular. “Há formas e abordagens diferentes para ensinar a norma culta. Você ensina a norma culta para uma criança de um jeito, para o adulto de 40 anos, de outro. Aquele adulto já tem uma história de vida da qual você tem que partir para que ele se familiarize da norma culta”, defendeu.
Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil