"Agora é a vez do Brasil"

 

29/03/2011 - 19h06

Parlamentares estrangeiros pedem que Brasil seja o próximo a garantir casamento civil a gays 

[vereador Pedro Zerolo, que representou o presidente da Espanha, José Luiz Zapatero, na cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar  LGBT. ]

"Agora é a vez do Brasil. O mundo olha o Brasil, um país muito importante e que precisa avançar na justiça social. E garantir direitos iguais a seus cidadãos é justiça social", afirmou o vereador de Madri, Pedro Zerolo, que representou o presidente da Espanha, José Luiz Zapatero, na cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT nesta terça-feira (29).

Zerolo pediu aos parlamentares da frente para terem coragem, porque "nela está o segredo da liberdade e da igualdade". A Espanha aprovou a igualdade no casamento civil em 2005.

- Hoje é um dia histórico, hoje o Brasil começa o caminho para garantir a igualdade LGBT. Não vai ser fácil, mas vamos conseguir e aqui no Brasil haverá o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo - afirmou Pedro Zerolo.

Também presente ao lançamento da frente parlamentar, a deputada argentina Vilma Ibarra - autora do projeto de lei que garantiu em 2010 a aprovação da igualdade no casamento naquele país - afirmou que a sociedade argentina discutiu profundamente o assunto e aprovou uma proposta que tratava de igualdade e que mudava as leis civis de um estado laico.

- Desejo que o Brasil possa percorrer o mesmo caminho que a Argentina, porque isso fará muito bem à América Latina - disse a deputada.

Durante os debates, afirmou a deputada, os argentinos conheceram a realidade de cidadãos que eram discriminados em função de sua orientação sexual.

- Toda a sociedade debateu a necessidade de igualdade de direitos. E essa história nasceu em uma reunião como essa, quando pensávamos que era impossível. Cinco anos depois temos uma lei aprovada e um país orgulhoso por ser o primeiro da região a garantir a igualdade de seus cidadãos - afirmou a deputada.

Segundo Vilma Ibarra, todos os parlamentares que votaram a favor da lei foram reeleitos e hoje fazem questão de divulgar que foram favoráveis à proposta. Os que se opuseram são vistos atualmente como os que não queriam a igualdade, disse Ibarra.

Silvia Gomide / Agência Senado
 

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