CAE aprova projeto para evitar inadimplência de empresas terceirizadas

Requião, relator da matéria, quer fiscalização pelo governo

21/05/2013 - 17h30 Comissões - Assuntos Econômicos - Atualizado em 21/05/2013 - 17h31

CAE aprova projeto para evitar inadimplência de empresas terceirizadas

Da Redação

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 254/2012, que tem por objetivo impedir que empresas terceirizadas contratadas por órgãos públicos deixem de pagar seus funcionários, foi aprovado nesta terça-feira (21) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Mas houve polêmica: o autor do projeto, senador Blairo Maggi (PR-MT), criticou as mudanças feitas pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da matéria. Blairo disse que Requião "está equivocado" e que tentará "corrigir" o texto durante a discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Para evitar um problema comum – que ocorre quando as empresas terceirizadas recebem do governo, mas não pagam os salários ou não recolhem as obrigações trabalhistas –, a proposta original de Blairo Maggi exigia das terceirizadas uma garantia (seguro ou fiança bancária) correspondente a um mês de obrigações trabalhistas. Além disso, incluía outras exigências, como a apresentação mensal dos comprovantes de quitação das obrigações.

Assim como Blairo, Requião lembrou que, quando a terceirizada não paga seus funcionários, a Justiça acaba transferindo a responsabilidade ao governo. Ou seja, além dos trabalhadores, quem acaba sendo prejudicado é o Poder Público, que contratou a terceirizada.

Garantia x fiscalização

Apesar da concordância, em seu relatório, Roberto Requião retirou do projeto a exigência de uma garantia, argumentando que isso representaria mais um custo para o governo. Ao explicar as alterações que promoveu, ele disse que a fiscalização passará a ser feita pelo próprio governo, que acompanhará o recolhimento, fará a retenção das obrigações sociais e, somente quando a terceirizada comprovar os recolhimentos, liberará a próxima parcela. Requião afirmou que essas operações acarretam somente "o custo de um contador", encarregado de verificar as guias de recolhimento.

As mudanças feitas por Requião tiveram o apoio do senador Pedro Taques (PDT-MT), mas foram contestadas pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE). Armando disse que, na proposta original de Blairo Maggi, "a garantia é subsidiária, ou seja, a responsabilidade é da empresa contratada [a terceirizada] em qualquer hipótese, enquanto que na redação dada por Requião a responsabilidade é do contratante [o governo]".

Ao responder a Monteiro, Requião declarou que, em última análise, a responsabilidade é sempre do Poder Público quando a terceirizada não paga.

Protesto

Blairo Maggi, que chegou à reunião logo após a matéria ser votada – e quando Requião já havia deixado a comissão –, lamentou que o presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), não o tivesse esperado. Ele informou não que havia chegado antes porque estava presidindo uma reunião da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Lindbergh se desculpou, explicando que Requião estava com pressa devido a outro compromisso.

– O senador Requião está equivocado [em suas mudanças]. Vou tentar corrigir isso na próxima comissão [em que a matéria vai tramitar, a CCJ] – protestou Blairo.

 

Agência Senado

 

Notícias

Pactos conjugais e convenciais e o anteprojeto de revisão do Código Civil

Pactos conjugais e convenciais e o anteprojeto de revisão do Código Civil Luciana Faisca Nahas segunda-feira, 15 de julho de 2024 Atualizado às 06:58 A ampliação da liberdade de pactuar nas relações familiares conjugais e convivenciais é uma demanda crescente no cenário jurídico e social, e é...

Sem citação válida, ação de execução de título extrajudicial é anulada

LOCAL INCERTO Sem citação válida, ação de execução de título extrajudicial é anulada Paulo Batistella 11 de julho de 2024, 20h39 Além de anular a ação, a juíza ainda determinou que a instituição financeira pague os honorários de sucumbência, uma vez que deu causa à nulidade. Confira em Consultor...

Por abandono afetivo, mulher consegue retirar sobrenome paterno de registro

quinta-feira, 11 de julho de 2024 Por abandono afetivo, mulher consegue retirar sobrenome paterno de registro Para magistrada, manutenção do nome do suposto genitor condenaria mulher a reviver passado de abandono. Mulher consegue o direito de retirar sobrenome paterno do registro civil devido a...

Casal homoafetivo consegue adotar criança após criá-la por nove anos

Direito de família Casal homoafetivo consegue adotar criança após criá-la por nove anos Magistrada identificou prática ilegal de adoção dirigida, mas optou por destituir genitora do poder familiar em prol do melhor interesse da criança, já adaptada ao lar do casal. Da Redação segunda-feira, 8 de...

Juíza permite paternidade biológica e socioafetiva em registro

Dupla paternidade Juíza permite paternidade biológica e socioafetiva em registro Magistrada considerou que a paternidade não é apenas um fato biológico, mas também um fato cultural e afetivo. Da Redação sexta-feira, 5 de julho de 2024 Atualizado às 15:29 Criança poderá ter dupla paternidade em...