CAS aprova validade nacional para receitas de remédios manipulados

Marcos Oliveira/ Agência Senado

CAS aprova validade nacional para receitas de remédios manipulados

  

Da Redação | 05/04/2017, 13h58

Projeto aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta quarta-feira (5), atribui validade nacional para receitas médicas e odontológicas de medicamentos manipulados, aqueles preparados diretamente por estabelecimentos farmacêuticos. O texto (PLS 367/2013) da senadora Ana Amélia (PP–RS) recebeu decisão terminativa e deve seguir agora para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja requerimento para votação também no Plenário do Senado.

Atualmente, há casos em que normas infralegais de controle sanitário ainda impedem a aquisição de medicamentos manipulados em estado da federação diferente daquele em que a receita foi emitida pelo profissional. Isso acontece, por exemplo, com remédios que incluem no preparo substâncias sujeitas a controle especial, com venda autorizada apenas mediante a retenção da receita.

Se o projeto se tornar lei, a validade nacional se estenderá, portanto, a receitas para fornecimento de todos os tipos de medicamentos formulados, da mesma forma como acontece com os industrializados (produzidos em série pelos laboratórios).

Viajantes

Segundo a autora, as atuais restrições atrapalham a vida de quem está em tratamento e precisa viajar a outro estado. Se faltar o remédio, mesmo já tendo uma receita em mão, a pessoa será obrigada a consultar outro médico.

Ana Amélia acrescenta que essa limitação pode acarretar inclusive a interrupção do tratamento medicamentoso, “com o risco de prejuízo irreparável para o paciente”. Oficialmente, as restrições são justificadas pelas dificuldades no controle da expedição dos medicamentos que exigem controle especial.

Para a autora, no entanto, hoje já existem soluções tecnológicas suficientes para permitir a fiscalização integrada da prescrição e comercialização de medicamentos em qualquer tipo de estabelecimento. Por isso, afirmou, nada impede que se conceda validade nacional também para as receitas dos chamados medicamentos “magistrais e oficinais”.

Relatório

A matéria foi inicialmente rejeitada pela relatora, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), em razão da existência de outro projeto (PLS 325/2012), de igual teor, com tramitação mais adiantada na Câmara. A parlamentar, no entanto, mudou o voto e deu parecer favorável à proposta de Ana Amélia que deverá ser apensada à primeira, se for aprovada.

Vanessa concorda que a tecnologia eletrônica hoje disponível é suficiente para possibilitar que os órgãos de vigilância sanitária.

Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o comércio nacional dificultaria o trabalho de controle, pois os formulários de receita passariam a ser impressos pelo próprio profissional responsável pela prescrição do remédio, o que traria maior risco de desvios.

Mudanças trabalhistas

A comissão adiou o exame de diversos projetos que estavam na pauta do dia, inclusive duas propostas que modificam normas trabalhistas. Um deles é o PLS 218/2016, do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que inclui na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a modalidade de contrato intermitente de trabalho. O outro (PLS 411/2016), do senador Suplente Deca (PSDB-PB), modifica a CLT para permitir que o trabalhador divida os seus períodos de férias.

Mas foi aprovado requerimento para que, dentro do já programado ciclo de debates sobre a reforma trabalhista, sejam realizadas audiências públicas para tratar dos seguintes temas: reforma da Previdência e questões de gênero; especificidades da aposentadoria para trabalhadores e trabalhadoras rurais e urbanos; e critérios para concessão de aposentadoria. A proposta foi de Marta Suplicy (PMDB-SP).

 

Agência Senado

Notícias

Negado pedido de aviso prévio proporcional

Justiça do Trabalho Negado pedido de aviso prévio proporcional à trabalhadora demitida antes da nova lei O juiz do Trabalho Luiz Gustavo Ribeiro Augusto, de SP, negou pedido de aviso prévio proporcional retroativo a uma trabalhadora demitida antes da lei 12.506/11 entrar em vigor. Para o...

Parte indissociável

Plano de saúde que cobre cirurgia deve custear os acessórios necessários De: AASP - 02/03/2012 10h52 (original) Se o plano de saúde cobre cirurgia de catarata, e o implante intraocular é parte indissociável desta, não se pode cogitar a exclusão de sua cobertura. Sob essa assertiva, a 5ª...

Motorista é absolvido por inconstitucionalidade de artigo do CTB

Decisão   Motorista é absolvido por inconstitucionalidade de artigo do CTB Um motorista que fugiu do local do acidente foi absolvido pela 2ª câmara Criminal do TJ/SC, em virtude de entendimento do Tribunal de inconstitucionalidade do artigo 305 do CTB - Código de Trânsito Brasileiro. O...

Escuta telefônica não é invalidada

01/03/2012 - 08h07 DECISÃO Escuta telefônica não é invalidada por eventual captação de diálogo entre cliente e seu advogado O sigilo profissional da relação entre advogado e cliente não invalida a integralidade das interceptações telefônicas autorizadas judicialmente contra o cliente se,...

Prerrogativa de foro no STF não abrange representação eleitoral

Terça-feira, 28 de fevereiro de 2012 Prerrogativa de foro no STF não abrange representação eleitoral O direito constitucional garantido aos membros do Congresso Nacional de serem processados e julgados originariamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas infrações penais comuns (conhecido...