CCJ adia projeto que impede guarda compartilhada em caso de violência

Moro pediu vistas de projeto que impede guarda compartilhada em caso de ameaça ou violência doméstica
Edilson Rodrigues/Agência Senado

CCJ adia projeto que impede guarda compartilhada em caso de violência

Da Agência Senado | 15/03/2023, 13h02

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decidiu adiar para a próxima semana a votação do projeto de lei (PL) 2.491/2019, do senador Rodrigo Cunha (União-AL), que impede a guarda compartilhada em caso de ameaça ou risco de violência doméstica ou familiar. Dos 16 itens previstos na pauta da reunião desta quarta-feira (15), 14 foram adiados por pedidos de vistas ou falta de quórum para votação em caráter terminativo. 

A relatora do PL 2.491/2019, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), chegou a apresentar parecer favorável à matéria. O texto altera o Código Civil (Lei 10.406, de 2002) e o Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 2015) para estabelecer que, em caso de histórico, ameaça ou risco de violência doméstica ou familiar, o juiz não deve aplicar a guarda compartilhada entre os pais e (ou) familiares da criança.

A proposta estabelece ainda que o juiz, no processo de guarda, deve indagar às partes e ao Ministério Público se há ou não risco de violência doméstica ou familiar, abrindo prazo de cinco dias para a juntada de provas. O pedido de vistas partiu do senador Sérgio Moro (União-PR). 

— Houve um pedido aqui da AMB [Associação dos Magistrados Brasileiros], que quer se debruçar sobre o projeto e, eventualmente, apresentar alguma sugestão — explicou Moro. 

Contratação 

Outro projeto que teve votação adiada foi o PL 1.899/2019, do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A matéria determina que a administração pública fica proibida de contratar pessoa condenada em segunda instância por crimes hediondos, tráfico de drogas, violência contra a mulher e os que tenham sido cometidos contra a criança ou adolescente e sejam punidos com pena de reclusão.

O relator, senador Esperidião Amin (PP-SC), apresentou substitutivo alterando o texto original. Ele ajustou a redação para respeitar o critério constitucional de hierarquia ou proporcionalidade da penalidade do crime relativo ao tráfico de drogas. 

 São necessários alguns ajustes, a fim de atender ao critério constitucional e lógico da proporcionalidade ou hierarquia do crime. Por exemplo: na Lei Antidrogas, há crimes equiparados a hediondo e há outros de menor potencial ofensivo, em relação aos quais nem sequer é cominada pena de prisão. Então, não havendo pena de prisão, não há por que enfileirar da lei tudo — detalhou. 

Nesse caso, ele restringiu a contratação na administração pública de pessoas que tenham sido condenadas por crimes que não prescrevem, como racismo e ação de grupos armados contra o Estado e a ordem democrática. Além desses, ele inseriu no rol de crimes impeditivos de contratação na esfera pública: aqueles insuscetíveis de graça ou anistia, como tráfico de drogas, tortura, terrorismo e crimes hediondos, além dos delitos de violência contra a mulher. 

Também tiveram votação adiada o PL 5.461/2019, do senador senador Irajá (PSD-TO), que transfere o domínio de terras da União a estados e ao Distrito Federal; o PL 1.822/2019, do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que estabelece segredo de Justiça nos processos sobre crimes praticados no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher; e o projeto de lei complementar (PLP) 21/2019, do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que oficializa as responsabilidades do vice-presidente da República no assessoramento ao presidente do país. 

Confira aqui todos os itens que tiveram votação adiada na reunião da CCJ desta quarta-feira.

Fonte: Agência Senado

Notícias

STJ reconhece filiação socioafetiva entre homem e pai falecido

STJ reconhece filiação socioafetiva entre homem e pai falecido 12/02/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do Migalhas) Atualizado em 13/02/2025 Um homem conseguiu no Superior Tribunal de Justiça – STJ o reconhecimento da filiação socioafetiva entre ele e seu pai já...

STJ valida uso de assinatura eletrônica não certificada pela ICP-Brasil

Avançada X Qualificada STJ valida uso de assinatura eletrônica não certificada pela ICP-Brasil José Higídio 12 de fevereiro de 2025, 12h48 Para a relatora, a assinatura avançada é equivalente à firma reconhecida por semelhança, enquanto a qualificada seria a firma reconhecida por autenticidade. É...

Tios devem justificar uso e administração de pensões e herança de sobrinha

Tios devem justificar uso e administração de pensões e herança de sobrinha 10/02/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do TJSC) Em Santa Catarina, um casal deverá prestar contas sobre os bens administrados de pensão e herança da sobrinha, referentes ao período pelo qual...

Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa

Caso de divórcio Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa Homem alegou que se casou sem saber de problema psiquiátrico, mas juíza não viu requisitos do CC para anulação. Em vez disso, concedeu o divórcio. Da Redação segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 Atualizado às...