CCJ votará pena maior para crime cometido em protestos

Taques e Eunício na comissão que elaborou o anteprojeto do novo Código Penal

14/04/2014 - 12h25 Comissões - Constituição e Justiça - Atualizado em 14/04/2014 - 13h06

CCJ pode votar aumento de pena para crimes cometidos durante manifestação  

Da Redação

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) examina, nesta quarta-feira (16), substitutivo de Pedro Taques (PDT-MT) que altera o Código Penal para aumentar as penas para crimes cometidos durante manifestações populares ou concentração de pessoas.

No texto, é considerado agravante para a pena o uso de máscara, capacete ou outro expediente que dificulte a identificação de quem comete o crime. As medidas visam reprimir o vandalismo nas manifestações. Taques relatou o anteprojeto do novo Código Penal na comissão especial - presidida pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) - criada para tratar do assunto.

No projeto original (PLS 508/2013), o autor, senador Armando Monteiro (PTB-PE), propõe a criação de lei específica para tipificar o crime de vandalismo e estabelecer penalidades. Mas Pedro Taques optou por aumentar as penas para crimes já tipificados, quando praticados “em manifestações, concentração de pessoas ou qualquer encontro multitudinário”.

Em caso de lesão corporal nessas situações, a pena prevista de três meses a um ano de detenção seria aumentada pela metade. E homicídio, se cometido durante manifestações, pode passar a ser qualificado, cuja pena é de 12 a 30 anos de reclusão.

O substitutivo também tipifica o dano ao patrimônio público ou privado praticado durante manifestações públicas. A pena é de reclusão de dois a cinco anos, além de multa.

Apoio

Tramitam no Congresso outras proposições que visam coibir o vandalismo nas manifestações, mas o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, decidiram priorizar o substitutivo de Taques, para agilizar a votação das medidas até 12 de junho, quando começa a Copa do Mundo de Futebol.

– A ideia é que o relator Pedro Taques concentre todas as sugestões apresentadas, do governo e dos parlamentares, para que tenhamos um texto que agrade à sociedade brasileira e possa ser aprovado com alguma rapidez – afirmou o ministro, em reunião quinta-feira (10) com Renan e Eduardo Alves.

Na ocasião, Taques ressaltou que o objetivo não é coibir manifestações populares, mas reprimir crimes praticados durante as aglomerações. O relator poderá acatar sugestão do governo para incluir punição para policiais.

– O ideia é que esse projeto possa também tratar de violência praticada por policias contra o cidadão – disse, ao explicar que isso seria feito por meio de alteração da Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65).

Pedro Taques acredita na possibilidade de o projeto produzir efeitos já no Mundial, mas o presidente da CCJ, Vital do Rego (PMDB-PB), considera difícil a aprovação rápida do texto.

– Acho muito complicado valer para a Copa por causa do tempo que temos – disse Vital.

Depois de aprovado na CCJ, o substitutivo será submetido ao Plenário do Senado e depois enviado à Câmara dos Deputados.

Agências reguladoras e eleições

Na reunião de quarta-feira a CCJ analisa ainda outras 39 proposições, como o PLS 464/2007, que altera as regras para indicação de diretores de agências reguladoras. O texto, apresentado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), prevê, entre outras medidas, que o indicado tenha no mínimo dez anos de experiência profissional no setor da agência reguladora.

A comissão também deve votar, em turno suplementar, substitutivo a projeto (PLS 60/2012) que proíbe doações de empresas em dinheiro, ou por meio de publicidade, a candidatos e partidos políticos. Se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, a matéria será enviada à Câmara dos Deputados.

A agenda inclui ainda projeto que define novos critérios para o limite dos gastos com publicidade dos entes públicos em ano de eleição (PLS 231/2010).

 

Agência Senado

 


 

Notícias

Entenda PEC que quer o fim da escala de trabalho de 6x1

Trabalho Entenda PEC que quer o fim da escala de trabalho de 6x1 Texto foi proposto pela deputada Erika Hilton e depende do apoio de 171 parlamentares para ser analisada no Congresso. Da Redação segunda-feira, 11 de novembro de 2024 Atualizado às 12:07 Uma PEC - proposta de emenda à constituição...

Artigo - ITCMD e doações com elementos no exterior: tema superado?

Artigo - ITCMD e doações com elementos no exterior: tema superado? A incidência do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) em heranças e doações que envolvam doadores e bens de propriedade de de cujus no exterior tem sido objeto de intensos debates no Brasil. Em 2021, em sede do...

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem

Penhora de bem alienado fiduciariamente por dívidas propter rem Flávia Vidigal e Priscylla Castelar de Novaes de Chiara O STJ mudou seu entendimento sobre a penhorabilidade de imóveis alienados fiduciariamente em execuções de despesas condominiais, reconhecendo a possibilidade de penhorar o bem,...

Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural

Impenhorabilidade Ministro do STJ exclui área ambiental do cálculo de pequena propriedade rural STJ decidiu que, para impenhorabilidade, apenas a área produtiva de pequenas propriedades rurais deve ser considerada, excluindo-se a área de preservação ambiental. Decisão baseou-se em assegurar que...

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós

Tribunal nega registro civil tardio de casamento de bisavós 20/07/2021 Prova de existência de filhos não é suficiente. A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve decisão do juiz Seung Chul Kim, da 1ª Vara Cível de Cotia, que negou pedido de registro tardio de...