Comissão adia votação do marco regulatório dos jogos

Deputados vão aguardar análise no Senado de outro projeto sobre o tema. Objetivo é unificar a proposta com o texto em análise na Câmara

06/07/2016 - 18h20

Comissão adia para terça-feira votação do marco regulatório dos jogos

Deputados vão aguardar análise no Senado de outro projeto sobre o tema. Objetivo é unificar a proposta com o texto em análise na Câmara.

 
Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária
Comissão começou a discutir nesta quarta-feira o texto que legaliza cassinos, jogo do bicho e bingos no País

Ficou para a próxima terça-feira (12) a votação, na comissão especial, do relatório do deputado Guilherme Mussi (PP-SP) que legaliza e regulamenta as atividades de cassinos, jogo do bicho e bingos no País, inclusive o funcionamento de máquinas de vídeo-bingo e caça níqueis.

A proposta também autoriza os estados a criarem suas próprias loterias – o que é proibido desde 1967. Já os jogos on-line, via internet, ficam proibidos.

substitutivo de Mussi engloba 15 projetos de lei sobre o assunto (PL 442/91 e apensados) e cria o marco regulatório dos jogos. Além de legalizar os jogos, o projeto anistia todos os acusados da prática de exploração ilegal de jogos de azar e extingue os processos judiciais em tramitação. Se aprovado na comissão, o projeto vai direto para o Plenário.

Projeto no Senado
O parecer começou a ser discutido nesta quarta-feira (6) e não foi votado por dois motivos: não houve consenso e os deputados preferiram esperar a votação, no Senado, de outro projeto que também legaliza os jogos – previsto para ir a Plenário hoje.

O presidente da comissão especial, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), preferiu adiar a votação para tentar incorporar a proposta do Senado ao texto da Câmara – em caso de aprovação pelos senadores. Isso abreviaria a legalização dos jogos, já que, se aprovado na comissão, o projeto poderia ir direto para o Plenário da Câmara e, passando, retornaria ao Senado sem precisar ser novamente discutido pelos deputados.

“Recebi telefonema do senador Ciro Nogueira [PP-PI], que é o relator da proposta do Senado. Ele argumentou que, se a comissão votasse hoje, tramitariam paralelamente duas propostas, em vez de uma só. Assim, seria mais prudente esperar uma semana para que o Senado aprove e a gente possa incorporar a proposta em um projeto só”, explicou Nascimento.

Falta de consenso
Também não houve consenso em relação ao texto de Guilherme Mussi. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) considerou a proposta restritiva demais, ao limitar o número de cassinos em, no máximo, três por estado e definir regras quanto a tamanho e número de quartos dos empreendimentos – que devem funcionar em complexos integrados de lazer.

“Não cabe a nós dizer para o empresário que ele tem que ter tantos quartos. O investimento é dele. E essa limitação no número de cassinos só beneficia o cartel e as empresas estrangeiras”, justificou Marquezelli.

Além de proibir os jogos on-line (pela internet), a proposta de Guilherme Mussi limita o funcionamento de máquinas caça-níqueis ao interior de cassinos e bingos.

Para diminuir as resistências ao projeto, Mussi concordou em eliminar as exigências de número mínimo de quartos e metros quadrados construídos nos hotéis cassinos. Outra mudança no seu relatório é a retirada da exigência de experiência comprovada de empresas que queiram explorar cassinos no País.

Segundo a deputada Renata Abreu (PTN-SP), esse critério beneficia empresas estrangeiras. “Se a gente exige larga experiência, estamos favorecendo empresas de fora e isso é inconsistente”, disse.

Diferenças entre projetos
A proposta do Senado (PLS 186/14), que os deputados pretendem incorporar ao substitutivo da comissão, tem diferenças em relação ao texto de Guilherme Mussi.

O do Senado legaliza apenas jogo do bicho, cassinos e bingos nos modelos presencial e on-line. Além disso, trata de tributação: cria uma contribuição social sobre a receita bruta dos estabelecimentos – de 10% nas casas de jogos e de 20% nos jogos pela internet. O da Câmara não trata disso.

O projeto do Senado também obriga os estabelecimentos a identificarem os jogadores – o da Câmara, não.

Os senadores também limitaram o número de casas de bingos nos municípios: uma para 250 mil habitantes. Ou seja, em um município de 1 milhão de habitantes, só poderiam existir quatro estabelecimentos. A exceção é o Distrito Federal, com uma casa de bingo para 150 mil habitantes.


 

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Antonio Vital
Edição – Pierre Triboli
Origem das Fotos/Imagens/Fonte: Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Manutenção da penhora em residência de família

Supremo Tribunal Federal (STF) Segunda-feira, 30 de maio de 2011   Ministro mantém penhora de imóvel residencial dado como garantia hipotecária   O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou pedido do empresário O.S. para que fosse suspensa decisão do Tribunal de...

Saúde do consumidor

  Plano de saúde não pode escolher tratamento Não se justifica a negativa de cobertura contratual para a realização de cirurgia bariátrica para redução dos sintomas de diabetes tipo II, uma vez que a operadora do plano de saúde não está autorizada a fazer a escolha do método mais adequado...

Reparação de danos por demora na transferência de propriedade

Extraído de Boletim Jurídico Compradora de veículo terá de reparar danos por demora na transferência de propriedade Inserido em 19/5/2011 Fonte: TJRS A 19ª Câmara Cível do TJRS reformou sentença proferida em 1ª Instância no Juízo de Santo Cristo e condenou ao pagamento de R$ 5 mil, por danos...

Incidente de inconstitucionalidade

30/05/2011 - 13h32 EM ANDAMENTO Norma do Código Civil sobre regime sucessório em união estável é alvo de incidente de inconstitucionalidade A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suscitou incidente de inconstitucionalidade dos incisos III e IV do artigo 1.790 do Código Civil,...

Consagrado o princípio da autonomia partidária

Extraído de Click Sergipe Diretório nacional responde por dívidas locais 30/5/2011 Para regulamentar os artigos 14, parágrafo 3º, inciso V, e 17, ambos da Constituição Federal, entrou em vigor, em 1995, a Lei 9.096, que revogou expressamente a antiga Lei Orgânica dos Partidos Políticos e suas...

REFORMA TRIBUTÁRIA

  Criar tributo aumenta insegurança jurídica Por Raul Haidar   Com uma carga tributária próxima de 40% do PIB o Brasil não tem a mínima chance de competir com os demais emergentes, além de correr sérios riscos de perder muitas industrias e até mesmo ver a inflação retornar a níveis...