Comissão aprova educação de jovens e adultos em dois turnos de classe

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
10/06/2016 - 17h55

Comissão aprova educação de jovens e adultos em dois turnos de classe

Proposta aprovada na Comissão de Educação ainda será votada pela CCJ

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou em 1º de junho o Projeto de Lei (PL)2721/15, do deputado Damião Feliciano (PDT-PB), que garante oferta de classes para Educação de Jovens e Adultos (EJA) em, no mínimo, dois turnos.

 
Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Sergio Vidigal
Vidigal: “As escolas abertas nos períodos matutino e vespertino também devem proporcionar oportunidade a jovens e adultos."

Pela proposta, a oferta deverá valer para todos os segmentos, como alfabetização e ensino fundamental, e ser ofertada nos turnos matutino e noturno ou vespertino e noturno. 

Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) não estabelece que a oferta tenha de ocorrer em dois turnos.

Segundo o relator na comissão, deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), várias situações dificultam haver aulas só no período noturno, como alunos que trabalham à noite ou que moram em áreas de risco, com dificuldade de sair depois de certo horário. 

“As escolas abertas nos períodos matutino e vespertino também devem proporcionar oportunidade de estudo para os jovens e adultos. Em muitas localidades, assim já é feito”, afirmou.

Demanda 
Vários deputados questionaram a obrigatoriedade de se oferecer dois turnos de aulas, mesmo com pouca demanda.

“É um incentivo, mas não conseguimos ofertar em todas as escolas. Não adianta abrir vaga e não ter demanda”, disse a deputada Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). Segundo ela, a preocupação é manter a obrigatoriedade no texto. “Entendo que nenhum de nós é contra a proposta, entendemos que é responsabilidade e direito. Tenho receio de que a lei acabe atrapalhando a oferta”, afirmou.

O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) também afirmou que a obrigatoriedade não é a melhor opção. Segundo ele, as próprias secretarias deveriam definir onde precisa haver dois turnos ou não. Para o deputado Moses Rodrigues (PMDB-CE), a demanda é o ponto central.

Na opinião do deputado Átila Lira (PSB-PI), não se pode legislar sobre tudo nas escolas. “O excesso de legislação engessa.”

Ao contrário, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) disse que o poder público deverá garantir dois turnos de ensino de jovens e adultos se existir demanda. “A demanda existindo, o poder público vai ter de assegurar turmas em dois turnos. Mas se a demanda não se faz presente, não precisa manter a turma aberta”, afirmou. Segundo ele, fazer uma legislação autorizativa pouco muda a situação.

Para o deputado Pedro Uczai (PT-SC), afirmou que é uma questão de cidadania oferecer turnos diferentes. “Cada sistema terá de adequar de acordo com a demanda que tem. O projeto permite adequar à demanda.”

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Adriana Resende
Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou Novo sistema dos cartórios permite aos juízes escolher os bens de acordo com o valor para serem bloqueados, cobrindo apenas o valor da dívida Anna França 30/01/2025 15h00 • Atualizado 5 dias atrás O avanço da digitalização dos...

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...