Comissão retomará análise de projeto da Lei de Responsabilidade Educacional

26/01/2016 - 22h01

Comissão retomará análise de projeto da Lei de Responsabilidade Educacional

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Bacelar
Bacelar: votação do relatório foi adiada a pedido do Ministério da Educação, que apresentará sugestões

A comissão especial que analisa o projeto da Lei de Responsabilidade Educacional pode votar o relatório final no primeiro semestre de 2016. A proposta (PL 7420/06) define padrões de qualidade na educação, avaliação periódica e progressão e transferências da União condicionadas a melhorias no ensino.

O descumprimento da lei acarretará em crime de responsabilidade e suspensão das transferências da União. A proposta tem prazo de cinco anos para implantação.

A Lei de Responsabilidade Educacional é uma exigência do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, e já deveria estar em vigor. Ao todo, 21 propostas tramitam em conjunto sobre o tema.

O relator da proposta na comissão, deputado Bacelar (PTN-BA), afirmou que o relatório não foi aprovado em 2015 porque o Ministério da Educação (MEC) pediu um tempo para apresentar suas sugestões ao projeto.

"Nós tivemos uma reunião com o ministro, com o secretário executivo do MEC e com o corpo técnico. E o ministério, entendendo a responsabilidade e a importância de uma Lei de Responsabilidade Educacional, decidiu um prazo maior, mas não tão longo, para que apresente as suas sugestões", disse o relator.

Qualidade na educação
Bacelar destacou que o País precisa enfrentar três problemas básicos na educação: o analfabetismo, a universalização do acesso à escola e a qualidade na educação.

O texto propõe a inelegibilidade de governadores e prefeitos em caso de queda no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) durante sua gestão. "Eu acho que não avançar nos índices de educação é uma condição de inelegibilidade. Só assim os planos e metas na área da educação sairão do papel para a realidade", defendeu o deputado.

Essa medida causa impasse dentro da comissão. O argumento dos gestores é que a universalização do acesso ao ensino, também prevista no PNE, causa em um primeiro momento uma diminuição nos índices de desenvolvimento educacional, porque reúne na mesma escola crianças com níveis diferentes de desenvolvimento.

"A responsabilidade do governador e do prefeito é gastar o que tem que gastar em educação, aplicar os mínimos constitucionais, cumprir os requisitos da legislação do Fundeb, garantir o número de professores necessários. Mas há muitos outros fatores sobre os quais o governador e o prefeito não têm controle: a cabeça do aluno, a aprendizagem lá na ponta", explica a representante da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Marisa Abreu.

Audiências
Em uma audiência pública em São Paulo, o promotor de Justiça João Paulo Fastinoni defendeu a regulamentação do artigo 23 da Constituição Federal, que define as atribuições de cada ente federado. Segundo ele, após a regulamentação, ficará mais fácil para a Justiça fazer seu trabalho.

"E no final das contas, quem é o responsável? Se nós sempre passamos por esse discurso de atribuir ao outro a responsabilidade, no final entramos neste ciclo em que ninguém se responsabiliza efetivamente por nada", disse Fastinoni.

A comissão também ouviu durante todo o segundo semestre de 2015 especialistas em educação, representantes das três esferas de governo e o Poder Judiciário.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Luciana Cesar
Origem das Fotos/Fonte: Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Juiz penhora 50% dos presentes de casamento de devedor

Se deu mal Juiz penhora 50% dos presentes de casamento de devedor A medida foi adotada para garantir o pagamento de uma dívida pendente, dado que o executado, apesar de ostentar um elevado padrão financeiro, não cumpriu suas obrigações judiciais. Da Redação terça-feira, 27 de agosto de...

Troca de primeiro nome por apelido não depende de constrangimento ou vexame

SOCIALMENTE CONHECIDO Troca de primeiro nome por apelido não depende de constrangimento ou vexame Danilo Vital 20 de agosto de 2024, 13h51 “O distanciamento entre o nome civil e o nome social, por si só, é capaz de causar constrangimento”, afirmou a ministra ao votar pelo provimento do recurso...

Falta de prova de constituição em mora impede expropriação de imóvel

LEILÃO CANCELADO Falta de prova de constituição em mora impede expropriação de imóvel Paulo Batistella 20 de agosto de 2024, 9h53 A cliente alegou que o banco credor no caso se negou a receber o valor relativo à dívida dela sob o argumento de que a consolidação da propriedade já estava em...

STJ: Credor que assume dívida de recuperanda não tem prioridade

Sub-rogação STJ: Credor que assume dívida de recuperanda não tem prioridade Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva ressaltou que sub-rogação não confere direitos adicionais, mantendo o crédito vinculado ao contrato original. Da Redação sexta-feira, 16 de agosto de 2024 Atualizado às 13:56 Credores que...

Caso julgado pelo TJ-SP suscita debate sobre herança de bens digitais

Opinião Caso julgado pelo TJ-SP suscita debate sobre herança de bens digitais Marcelo Frullani Lopes 19 de agosto de 2024, 17h18 Como a legislação atual brasileira não trata especificamente da transmissão desses bens por herança, o Poder Judiciário foi convocado, em diversas ocasiões, a decidir o...

TJ/SP manda desvincular débitos anteriores à arrematação de imóvel

Hasta pública TJ/SP manda desvincular débitos anteriores à arrematação de imóvel Para colegiado, a manutenção dos débitos no cadastro do imóvel contraria o princípio da legalidade e poderia inviabilizar a venda do bem. Da Redação domingo, 18 de agosto de 2024 Atualizado em 16 de agosto de 2024...