Congresso Nacional de azul

 02/04/2011 - 20h37

Congresso Nacional se une a esforço para avanços no tratamento do autismo 

O Palácio do Congresso Nacional se iluminou com a cor azul na noite desse sábado, como forma de chamar atenção para o Dia Internacional para a Conscientização a respeito do Autismo, celebrado em 2 de abril. No momento em que o prédio foi iluminado subiram a rampa do Congresso os senadores Paulo Paim (PT-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Wellington Dias (PT-PI), acompanhado de pessoas portadoras de autismo e familiares delas.

Durante a cerimônia, o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou que existem 70 milhões de autistas no mundo, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas. Paim afirmou que o Congresso Nacional está fazendo a sua parte, não só ao participar do evento e iluminar o prédio, mas também ao examinar projeto de interesse dos autistas.

[foto: José Varella / Agência Senado]

Paim pretende que seja aprovado ainda neste semestre projeto que começou a tramitar nesta semana na Comissão de Direitos Humanos e que define os direitos da pessoa diagnosticada com autismo - agora denominado transtorno do espectro autista (TEA) - e as diretrizes para sua inserção na sociedade.

Com a aprovação do projeto, a pessoa portadora de autismo também passará a ser classificada como pessoa com deficiência. O autista passará a ter todos os direitos que as pessoas com deficiência já conquistaram em termos de políticas públicas.

- Hoje é um dia especial, o planeta ficará mais azul. Essa mobilização visa a dar visibilidade à causa do autista - ressaltou Paulo Paim.

O senador Wellington Dias (PT-PI), pai de uma menina de 13 anos portadora de autismo, afirmou que o maior desafio em todas as formas de deficiência humana é o preconceito. Para o senador, o estabelecimento de políticas públicas para as pessoas com autismo melhorará a vida desses cidadãos e de suas famílias. Wellington Dias anunciou que será o relator do projeto que tramita na Comissão de Direitos Humanos e que beneficia os autistas.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o evento chama atenção do Brasil para a existência do autismo e para a necessidade de que as pessoas portadoras da síndrome sejam tratadas com carinho.

- É preciso quebrar os preconceitos. Algumas crianças nascem de um jeito, outras nascem de outro - disse.

O consultor do Movimento Orgulho Autista, Fernando Cotta, destacou que o evento é simbólico e demonstra a necessidade de serem criadas políticas públicas para pessoas portadoras de autismo. Fernando ressaltou que o papel do Senado é fundamental para que essas demandas sejam atendidas.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), era aguardado no evento, mas não pode participar da cerimônia porque se encontra em Macapá (AP) para o enterro do seu segundo suplente, Salomão Alcolumbre (PMDB-AP), que morreu na sexta-feira (1º) do coração. O enterro será domingo, às 11h.

Iluminação

A iluminação criada especialmente para a cerimônia foi preparada pela Companhia de Eletricidade de Brasília (CEB), com autorização do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Distrito Federal, uma vez que o Palácio é tombado. Segundo o gerente de manutenção e iluminação da CEB, Jaziel Ribeiro de Souza, não houve custos para o Senado com o evento uma vez que foi apenas aplicada uma película fornecida pela CEB sobre refletores já existentes no local.

Prédios e monumentos foram iluminados com a cor azul em vários países ao mesmo tempo, às 18h de Brasília, e em todos os estados do Brasil. Em Brasília o Palácio do Buriti também ficou azul. No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor foi iluminado de azul na sexta e, em Nova Iorque (EUA), o mesmo foi feito com o Empire State. É a primeira vez que essa homenagem ocorre. No nosso país, a celebração foi organizada pela Associação em Defesa do Autista (Adefa).

Outras homenagens a portadores de deficiência ocorrerão este mês no Congresso. No dia 5 haverá a implantação na Câmara dos Deputados da Frente Parlamentar de Políticas para a Inclusão das Pessoas com Deficiência e, no dia 8, haverá uma sessão especial no Plenário voltada para a pessoa com deficiência.

Silvia Gomide / Agência Senado
 

 

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