Conselho de Medicina regulamenta uso do canabidiol no tratamento de epilepsia
Conselho de Medicina regulamenta uso do canabidiol no tratamento de epilepsia
O vice-presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, explica que a liberação foi baseada na comprovação científica da eficácia da substância no tratamento de alguns tipos de epilepsia. A liberação para outras doenças ainda depende de novos estudos.
Crianças e adolescentes podem, oficialmente, receber um composto da maconha para fins medicinais. O Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou o uso do canabidiol, derivado da planta, para pessoas com doenças neurológicas com convulsão de difícil controle.
A decisão faz parte da resolução que detalha os critérios para emprego do canabidiol com fins terapêuticos no país, veda a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal, bem como de quaisquer outros derivados.
Os pais da pequena Anne Fischer, de 6 anos, tornaram-se os exemplos e símbolos da luta pela liberação do CBD, como é conhecido o canabidiol. Antes do tratamento, sua filha, que é portadora de uma síndrome genética rara que se manifesta com convulsões, tinha aproximadamente de 30 a 80 convulsões por semana. Após a utilização do CBD, passou a apresentar uma média de duas crises por mês.
Para debater o assunto, o Com a Palavra... entrevistou o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Britto Ribeiro. Ele lembra que a Anvisa ainda deve se posicionar sobre o tema, mas que a resolução do CFM já representa um grande passo para a liberação da prescrição do medicamento. Ele reforça, ainda, que a tomada de decisão, tanto pelo Conselho Federal de Medicina como pela Anvisa, é feita sempre de maneira muito técnica, baseada na comprovação científica da eficácia dos medicamentos, devendo estar sempre “à margem de toda a pressão popular” que possa vir a existir.
Nesse sentido, Mauro Luiz explica que o canabidiol é exclusivo para tratamento de alguns tipos de epilepsia e não serve – ou pelo menos ainda não está comprovada a eficácia do medicamento – para tratamento de outras doenças como Mal de Parkinson ou Alzheimer.