Crise econômica impede melhoria do saneamento básico no país

A universalização do saneamento básico no país foi tema de debate na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo  Pedro França/Agência Senado

Crise econômica impede melhoria do saneamento básico no país

  

Da Redação e Da Rádio Senado | 05/11/2015, 20h04 - ATUALIZADO EM 05/11/2015, 20h10

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) debateu na manhã desta quinta-feira (5) o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) e a universalização dos serviços de água e esgoto. Os especialistas presentes na audiência pública alertaram para os altos custos do setor e a falta de investimentos para melhorar os serviços.

Para eles, a crise econômica do Brasil está afetando diretamente as empresas de saneamento básico que atuam nos estados e municípios, que enfrentam dificuldades financeiras. Isso prejudica a capacidade de investimento em melhoria na qualidade do serviço e na ampliação do acesso a água e esgoto. O presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), Aparecido Hojaij, explicou que um dos principais problemas do setor hoje é a conta de luz.

— Você tem a folha de pagamento como o primeiro componente e depois você tem a energia elétrica. [A solução] é buscar uma eficiência energética para que a gente tenha condição de reduzir custo para ter uma prestação de serviço de qualidade. Melhorar a capacidade financeira dos prestadores de serviço, discutindo aí um novo modelo tarifário — explicou.

Marcelo Teixeira, representante da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), lembrou que outro fator que impactou os custos foi a variação cambial, porque insumos químicos são cotados em dólar. E disse que quem paga a conta do prejuízo são os estados e os consumidores.

— Não se gera em termos tarifários os recursos necessários nem para fazer o custeio do seu serviço. Os estados geralmente têm que bancar parte desses serviços através de recursos próprios. Isso causa impacto no usuário final, com aumento de tarifa. Isso pode levar a um aumento da inadimplência — ressaltou.

O Plano Nacional de Saneamento estipula que, até 2033, 99% do território nacional deve ter abastecimento de água potável e 92% de esgoto. O presidente da CDR, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), alertou que no ritmo atual de investimento, dificilmente a meta será cumprida.

— Isso é uma dificuldade nacional, evidentemente a falta de recursos sempre será o grande gargalo dessa discussão. Quando se fala que precisa-se de 25, 26 bilhões [de reais] por ano e quando tem um país que na média é investido 10 bilhões, a gente cai num problema que é a redução desse prazo. Na prática, ele já é inviável.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que integra a comissão, vai apresentar até o fim do ano um relatório de acompanhamento da política pública de saneamento.

 

Agência Senado

Notícias

Juiz autoriza mudança de nome de adolescente trans

Retificação Juiz autoriza mudança de nome de adolescente trans Magistrado destacou o direito ao nome como expressão da identidade do indivíduo. Da Redação segunda-feira, 16 de setembro de 2024 Atualizado às 11:58 O juiz de Direito Horácio de Miranda Lobato Neto, da 5ª vara Cível e Empresarial de...

Demonstração de transferência isenta ex-dono de carro de obrigações fiscais

NÃO É COMIGO Demonstração de transferência isenta ex-dono de carro de obrigações fiscais 16 de setembro de 2024, 12h48 Ao analisar o caso, o magistrado apontou que a jurisprudência do TJ-SP é firme no sentido de diante da demonstração inequívoca de transferência veicular, o antigo proprietário está...

Extrajudicialização dá cara nova aos cartórios e reduz carga do Judiciário

quarta-feira, 11 de setembro de 2024 Extrajudicialização dá cara nova aos cartórios e reduz carga do Judiciário A velha previsão do fim dos cartórios no Brasil, amparada pelo apelo à desburocratização, tem dado lugar a uma tendência no sentido oposto, impulsionada pela necessidade de reduzir o...