Debatedores destacam necessidade de mudanças para garantir saneamento

23/03/2016 - 11h21

Debatedores da comissão geral destacam necessidade de mudanças para garantir saneamento

A secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), pastora luterana Romi Bencke, defendeu há pouco uma mudança do estilo de vida consumista atual como ação de cuidado com o saneamento básico.

“O saneamento básico é um tema invisibilizado e não angaria votos. Ele tem a ver tanto com política pública quanto com o estilo de vida das pessoas. Se não mudarmos o estilo de vida consumista estaremos destruindo nosso meio ambiente”, afirmou.

Para o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, a fiscalização do poder público precisa ser acompanhada da educação sobre o saneamento básico. “Se não nos educarmos para o saneamento básico, inutilmente faremos cobrança. Sabemos das necessidades da fiscalização, mas creio que é fundamental a prática educativa.”

Eles participaram de comissão geral sobre a Campanha da Fraternidade de 2016, "Casa Comum, Nossa Responsabilidade", encerrada há pouco. A campanha, iniciativa anual da Igreja Católica para refletir sobre um tema social para gerar mudanças em atitudes individuais e políticas públicas, debate neste ano o saneamento básico.

A Campanha da Fraternidade neste ano é ecumênica, a ação é coordenada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), que é composto pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia e Igreja Presbiteriana Unida.

O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), afirmou que não entende como, até hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso a sistema de água potável. “É difícil de compreender como esse contingente de pessoas consegue viver assim. É a desumanização da humanidade.” Ele lembrou que a falta de investimento governamental em saneamento e direito à água é uma ação irracional. “Todos os especialistas mostram a correlação do direito à água e ao saneamento com problemas de saúde”, disse.

Para o deputado Padre João (PT-MG), o desafio de cuidar do meio ambiente deve se expressar nas votações. “Falar na tribuna é fácil, mas e as votações nas comissões? Nosso voto mostra nosso zelo à casa comum? Viabiliza que cada cidadão tenha acesso à água, à terra, à moradia?”, questionou.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 51% da população do território nacional têm saneamento básico.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Mônica Thaty
Origem da Foto/Fonte: Agência Câmara Notícias

 

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