Debatedores pedem regras mais flexíveis em programas de acesso à universidade

20/02/2013 - 19h48

Debatedores pedem regras mais flexíveis em programas de acesso à universidade

Luis Macedo
José Roberto Covac (assessor jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras da Educação Superior - ABMES)
Covac (E) quer que alunos do ensino a distância possam ser beneficiados pelo Fies.

Representantes de faculdades privadas defenderam, nesta quarta-feira (20), mudanças nos principais programas federais de financiamento estudantil e acesso ao ensino superior. Em audiência pública da comissão especial que analisa a proposta que prevê a concessão de bolsas de estudo e crédito educativo a alunos de baixa renda em instituições particulares (PEC 32/99), o assessor jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras da Educação Superior, José Roberto Covac, afirmou que o texto representa uma oportunidade para corrigir distorções.

Na opinião de Covac, no caso do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), a primeira alteração a ser feita é permitir que alunos do ensino a distância possam ser beneficiados. Já em relação ao Programa Universidade para Todos (ProUni), ele pediu a eliminação da exigência de que os estudantes, no ensino médio, tenham estudado na escola pública ou em colégios privados como bolsistas integrais.

Segundo o assessor jurídico, de cerca de 1 milhão de inscritos para o ProUni, pouco mais de 150 mil conseguem uma vaga na universidade. De acordo com os convidados da audiência, isso é resultado da ausência de vagas, mas também da falta de flexibilidade das regras de acesso ao programa.

Atualmente, para participar do ProUni, além de ter feito o ensino médio gratuitamente, estudante tem de ter nota média de 450 pontos no Enem e renda de 1,5 a 3 salários mínimos.

Qualidade
O reitor da Universidade Católica de Brasília, Ricardo Mariz, no entanto, destacou que não adianta expandir o acesso à universidade sem cuidar da qualidade da formação no ensino médio. Ele ressaltou que muitos alunos que chegam hoje à faculdade não têm condições de acompanhar as exigências de um curso superior: são infantilizados e não possuem a cultura geral necessária.

Luis Macedo
Dep. Jorginho Mello (PR/SC)
Jorginho Mello acha que o financiamento estudantil não deve ser aplicado no ensino médio.

"Inclusão sem qualidade é exclusão adiada. O País vem crescendo enormemente no acesso [à universidade], o que é bom, mas se esse processo não for acompanhado por permanência e qualidade, as futuras gerações serão prejudicadas", declarou.

Política de Estado
O vice-presidente da Associação Brasileira de Faculdades Isoladas e Integradas, Décio Corrêa Lima, ressaltou que a PEC, apresentada pelo então deputado Pompeo de Mattos, inclui na Constituição o direito ao financiamento da educação nos níveis médio e superior. Para ele, é importante que isso deixe de ser uma política de governo para se tornar uma política de Estado.

No entendimento do relator da proposta, deputado Jorginho Mello (PR-SC), é preciso garantir que os mais pobres tenham o direito de fazer curso superior. Ele, porém, não acredita que o modelo de financiamento estudantil sirva para os três últimos anos da educação básica. "Entendo que está claro na Constituição que os estados, com a ajuda da União, têm a obrigação de oferecer o ensino médio público à população. Devemos fortalecer o repasse de recursos, mas não mexer na estrutura, que está funcionando bem”, sustentou.

 

Reportagem – Vania Alves/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira - Foto: Luis Macedo

Agência Câmara Notícias
 
 

 

Notícias

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou Novo sistema dos cartórios permite aos juízes escolher os bens de acordo com o valor para serem bloqueados, cobrindo apenas o valor da dívida Anna França 30/01/2025 15h00 • Atualizado 5 dias atrás O avanço da digitalização dos...

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...