Deputados aprovam MP que aumenta os percentuais de biodiesel e etanol misturados ao óleo diesel e à gasolina
06/08/2014 - 13h15
Deputados aprovam aumento de mistura de biodiesel e etanol em combustíveis
A medida provisória ainda precisa ser analisada pelos senadores.
TV Câmara
O óleo extraído da mamona (foto) é uma das principais fontes de biodiesel no País.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (6) a Medida Provisória 647/14, que aumenta os percentuais de biodiesel e etanol misturados, respectivamente, ao óleo diesel e à gasolina vendidos nos postos de combustível do País. O texto aprovado foi proposto pela comissão mista do Congresso que analisou a matéria, de autoria do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Pelo texto, o percentual obrigatório de mistura do biodiesel ao óleo diesel já subiu para 6% em 1º julho e passará para 7% a partir de 1º de novembro deste ano. Até a edição da MP 647, o percentual era de 5%.
O texto original da MP permitia ainda que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) retornasse ao percentual de 5% por motivo justificado. Mas o texto aprovado, proposto por Jardim, autoriza a redução até o limite de 6%. Na prática, como explicou o relator, o CNPE poderá trabalhar com qualquer valor entre 6% e 7%.
A MP 647 também estabelece que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deverá fixar os limites de variação. E que o biodiesel adicionado ao óleo diesel deverá vir, prioritariamente, da agricultura familiar. O governo deverá editar normas garantindo essa preferência.
Etanol
O texto aprovado traz ainda outra mudança proposta pelo relator, que determina que o percentual obrigatório de adição de álcool anidro à gasolina poderá subir para 27,5%, desde que constatada sua viabilidade técnica. Atualmente, segundo a Lei 8.723/93, o governo pode elevar o percentual de mistura do etanol anidro até o limite de 25%, ou reduzi-lo até 18%. O parecer mantém o piso de 18%.
Jardim comentou em Plenário que durante a tramitação da MP outros temas ligados ao setor energético, como contratos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e assuntos relacionados a termelétricas, também foram analisados. Mas, segundo ele, após negociações com o governo, ficou acertado que temas estranhos ao texto original da MP deveriam ficar de fora.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Natalia Doederlein
Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara Notícias