Deputados defendem regulamentação da lei dos royalties para financiar a educação

Luis Macedo / Câmara dos Deputados  -  Deputados da Comissão de Educação ressaltaram que a lei, sancionada em 2013, ainda não foi regulamentada por norma do Executivo

Deputados defendem regulamentação da lei dos royalties para financiar a educação

Preocupados com os cortes no orçamento do Ministério da Educação e o fim do Fundeb em 2020, os deputados buscam alternativas para financiar a educação.

Parlamentares da Comissão de Educação da Câmara alertaram para a necessidade de se regulamentar a Lei 12.858/13, que destina 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do pré-sal para a educação. A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2013. Na época, o governo estimava em R$ 112, 25 bilhões o total de recursos dos royalties canalizados para a educação e a saúde entre 2013 e 2022.

Os deputados se reuniram com autoridades do setor nesta terça-feira (26). A ideia é identificar alternativas de financiamento à educação, diante do término, em 2020, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do corte anunciado no orçamento do MEC da ordem de R$ 9 bilhões.

O Fundeb recebe contribuição de estados e municípios (20%) e da União (10%), a título de complementação. O coordenador do Fundeb, Vander de Oliveira Borges, explicou que o dinheiro é repassado conforme o número de alunos matriculados e a receita do ente federativo. A partir daí, se faz uma redistribuição dos recursos de forma a privilegiar os governos com maior número de alunos e menor receita. Segundo ele, hoje fundo atende a 86% das matrículas em educação básica nos municípios.

Dificuldades
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) acha difícil estimar o dinheiro dos royalties destinados à educação básica. Na opinião do parlamentar, o cenário dificulta o alcance da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de investir 10% do PIB no setor a partir de 2024.

"Ainda não está claro como isto está compondo o orçamento, se esse recurso já está sendo, de fato, aplicado; então essa amarração ainda precisa ser feita para garantir o cumprimento dessa meta que é essencial”, avaliou Betinho.

“O Plano Nacional de Educação (PNE) é muito bem feito, muito bem elaborado, mas sem a definição do financiamento, certamente a gente vai ter muita dificuldade em garantir uma educação de qualidade para o Brasil", acrescentou.

R$ 7 bilhões
Vander de Oliveira Borges, coordenador-geral do Fundeb, também reforçou a necessidade de regulamentar a lei dos royalties. No entanto, ele afirma que esse dinheiro já financia a educação básica.

"Hoje nós já temos, sim, alocados no orçamento federal em torno de R$ 7 bilhões desses recursos, que estão permitindo financiar vários programas, inclusive programas da educação básica para os quais já estão alocados aproximadamente R$ 4,5 bilhões. São vários os programas de educação, como o transporte escolar, dinheiro na escola que já contam com recursos dessa origem", disse.

Salário dos professores
Durante a reunião, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), disse que é preciso equilibrar o piso salarial dos professores para atender as diversidades regionais, em especial no Nordeste e no Centro Oeste. Para isso é preciso criar regras para que os estados e municípios que fazem sua parte nas políticas públicas de educação recebam recursos complementares do governo federal.

"Acho que, às vezes, a gente tem a luta errada, a nossa luta não é a reivindicação dos professores. A nossa luta tem de ser para que o dinheiro da educação fique com a educação, para que a União faça a parte dela na complementação desses recursos", afirmou.

Pela lei em vigor (Lei 11.738/08), o piso salarial dos professores da educação básica, é de R$ 1.917 desde o início de janeiro deste ano. O MEC informa que entre 2009 a 2014 a correção do piso foi da ordem de 78,63%, valor superior à elevação do salário mínimo no período e ao reajuste das demais categorias profissionais.

O deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES) também alertou para o baixo piso salarial dos professores, em especial em municípios. Conforme ele, os valores que excedessem aos 60% dos recursos do Fundeb (mínimo a ser gasto com pessoal) deveriam ser financiados com recursos públicos, como forma de aumentar os salários.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Newton Araújo

 

Notícias

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou Novo sistema dos cartórios permite aos juízes escolher os bens de acordo com o valor para serem bloqueados, cobrindo apenas o valor da dívida Anna França 30/01/2025 15h00 • Atualizado 5 dias atrás O avanço da digitalização dos...

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...

Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte?

Precaução Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte? Dueto póstumo envolvendo Marília Mendonça e Cristiano Araújo ilustra como instrumentos jurídicos podem preservar legado de artistas. Da Redação quinta-feira, 23 de janeiro de 2025 Atualizado às 15:07 A preservação do legado...