Direitos dos consumidores terão atenção especial do Fórum da Copa

Foto: Gláucio Dettmar/Agência CNJ

Direitos dos consumidores terão atenção especial do Fórum da Copa

07/12/2012 - 07h55

A sete meses do início da Copa das Confederações, o CNJ criou o Fórum Nacional de Coordenação das Ações do Judiciário na Copa do Mundo e das Confederações. O objetivo é planejar os instrumentos que o Poder Judiciário terá para contribuir com a realização das duas principais competições de futebol do mundo. “Vamos discutir a instalação de juizados itinerantes para preservar os direitos do consumidor, por exemplo”, afirma o presidente do Fórum, conselheiro Bruno Dantas, acrescentando ter grande preocupação com o andamento de eventuais processos que envolvam direito dos consumidores estrangeiros. O Fórum foi aprovado pelo plenário do CNJ na sessão plenária realizada no dia 13 de novembro. Em entrevista à Agência CNJ de Notícias, Dantas anuncia os primeiros passos do fórum: reunir todos os magistrados que lidem com questões relacionadas e mapear todas as demandas judiciais relacionadas aos dois eventos. Veja os principais trechos da entrevista:

O que o CNJ poderá fazer em relação à fiscalização e ao acompanhamento das obras da Copa?

A primeira coisa é reunir os magistrados que estão lidando diretamente com essas questões. Existem diversas ações tramitando na Justiça Federal, na Justiça Estadual e é preciso que o CNJ saiba quantas são e onde estão essas demandas. A partir daí, o que o CNJ pode fazer nos tribunais é cobrar prioridade na tramitação desses processos. O CNJ não se imiscui no mérito das decisões judiciais, mas o fórum será um ambiente para que esses magistrados envolvidos com demandas relacionadas aos preparativos da Copa possam trocar experiências.

Como a troca de experiências pode ajudar o Poder Judiciário a lidar com as demandas judiciais relacionadas à realização da Copa?

Muitas vezes é possível compartilhar soluções e boas práticas. Eu acredito que essa função será muito importante. A mais importante é a de planejamento e efetivação  de políticas públicas relacionadas à garantia da legislação brasileira durante a Copa e durante o período que antecede a Copa porque teremos um fluxo muito intenso de pessoas no Brasil, já a partir da Copa das Confederações, em 2013, e precisamos estar preparados. É necessário avaliar qual  a melhor maneira de estruturar o Poder Judiciário: se é mediante a instalação de varas especializadas, se é mediante o incremento de juizados itinerantes, com localização nos pontos de maior aglomeração. O CNJ não tem uma fórmula pronta, vai discutir com os tribunais dos doze estados que vão sediar a Copa, assim como não vai perder de vista o diálogo com as demais instituições do sistema de justiça nem com os órgãos de controle.

É possível prever algumas demandas que vão requerer a ação do CNJ?

As que hoje já tem aparecido hoje são: exercício abusivo do direito de greve, preço abusivo de hotéis, algo que já se repetiu em outros grandes eventos e pode se repetir, caso não haja uma ação estatal forte. Precisamos fazer uma fiscalização para o transporte urbano também. Há uma gama imensa de serviços públicos que precisarão estar sob vigilância para que o Brasil não faça um mau papel aos olhos do mundo. É certo que há grandes compromissos internacionais assumidos e os olhos do mundo estarão dirigidos para cá.

Como o senhor acredita que o Poder Judiciário terá de interagir com os visitantes estrangeiros que estarão no Brasil para acompanhar a Copa do Mundo e a Copa das Confederações?

Tenho uma preocupação muito severa com a tramitação dos processos judiciais relacionados ao direito do consumidor estrangeiro. Fico imaginando torcedores que se deslocam de seus países para o Brasil e que eventualmente tenham algum direito seu infringido – passagens de avião, hotel, compras – e essa pessoa precise se socorrer do Poder Judiciário. Não vai adiantar marcar uma audiência para daqui a seis meses. Ninguém virá da Alemanha para participar de uma audiência. Ou o Brasil dá uma resposta nesses 30 dias em que a pessoa estará no Brasil ou então ficará muito mal diante dos olhos da comunidade internacional.

Existe já o primeiro passo de uma agenda do fórum?

Como presidente, vou oficiar aos presidentes dos tribunais para que designem seus representantes rapidamente. Assim que tivermos todas as indicações, faremos a primeira reunião, se possível ainda em dezembro.

 

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias

 

Notícias

Prática de racismo no ambiente de trabalho

Extraído de JusBrasil Apelidos racistas no ambiente de trabalho geram danos morais Extraído de: Direito Vivo - 38 minutos atrás   Na Justiça do Trabalho de Minas ainda é grande a incidência de processos que denunciam a prática de racismo no ambiente de trabalho. Mas a sociedade moderna e as...