Drogas permitidas matam mais que as ilícitas no Brasil

Luiz Alves/Câmara dos Deputados

28/10/2015 - 00h23

Deputado diz que política atual antidrogas gera aumento dos índices de violência

Luiz Alves/Câmara dos Deputados
Audiência Pública para debater a política sobre drogas
Comissão realizou audiência pública para debater medidas de controle às drogas

Drogas permitidas matam mais que as ilícitas no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O assunto foi discutido em audiência pública nesta terça-feira (27) pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a política brasileira de combate às drogas, que tem um caráter proibitivo e criminalizador, tem fortalecido organizações criminosas e aumentado os índices de violência no País. Ele também afirmou que o Brasil tem de ousar mais em suas políticas, como fez o Uruguai. Na visão dele, as políticas que tratam de drogas precisam ser humanizadas.

"A questão das drogas tem que ser tratada com políticas de saúde, de prevenção, de educação. Políticas que levem o Estado a áreas onde não há Estado. Porque a guerra às drogas tem feito mais mal que as próprias drogas. Nós temos no Brasil, hoje, por ano, 57 mil homicídios e cerca de 300 pessoas que morrem por abuso de drogas. Ora, 57 mil homicídios demonstram que a política de guerra às drogas mata mais do que as drogas", disse Teixeira.

Tratamento inadequado
O representante da Associação Juízes para a Democracia, José Henrique Torres, foi enfático ao afirmar que a atual Lei de Drogas (11.343/06) não respeita os direitos humanos, principalmente por tratar o usuário como inimigo. Além disso, ele ressaltou que a lei não define a diferença entre usuário e traficante.

Torres afirmou que o Brasil poderia seguir o mesmo caminho de países como o Uruguai e propor medidas de regulamentação e controle de drogas. "Em primeiro lugar, descriminalizando, isso é imprescindível. A regulamentação é pelo controle mesmo das drogas de outra forma: classificação, venda, o próprio governo produzir e vender, controlar através de clubes. Enfim, alternativas têm que ser encontradas", declarou.

O coordenador de segurança humana da organização não governamental Viva Rio, Ubiratan de Oliveira Angelo, acrescentou que é preciso repensar a legalidade das drogas e redefinir o papel das forças de segurança.

No ano que vem, o Brasil participará de encontro promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que discutirá o tema e que deve propor um novo marco legal.

Reportagem – Ana Gabriela Braz
Edição – Pierre Triboli
Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Jurisprudência: Testamento. Cláusulas Vitalícias. Abrandamento

Extraído de Recivil Jurisprudência: Testamento. Cláusulas Vitalícias. Abrandamento. A Turma asseverou ser possível, em situações excepcionais de necessidade financeira, flexibilizar a vedação do art. 1.676 do CC/1916 e abrandar as cláusulas vitalícias de inalienabilidade, impenhorabilidade e...

Violência doméstica

  Lei Maria da Penha vale para relação homoafetiva Embora a Lei Maria da Penha seja direcionada para os casos de violência contra a mulher, a proteção pode ser estendida para os homens vítimas de violência doméstica e familiar. O entendimento é do juiz Alcides da Fonseca Neto, da 11ª Vara...

Seguradora não pode exigir segunda perícia

Extraído de Olhar Direto 18/04/2011 - 14:57 Seguradora não pode exigir segunda perícia Conjur Se o INSS, com seus rigorosos critérios técnicos, reconhece a incapacidade do segurado, não será necessária outra perícia médica para comprovar a mesma situação diante da seguradora. A partir deste...

Venda casada de cartão é ilegal

Extraído de JusClip Venda casada de cartão é ilegal 18/04/2011 A 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve sentença de 1ª Instância e condenou um banco a ressarcir em dobro a aposentada C.L.S., moradora da capital mineira, por cobrar taxas pelo uso de um cartão de...

TJ/PR decide que é possível devolver veículo adquirido por leasing

TJ/PR decide que é possível devolver veículo adquirido por leasing mesmo antes do final do contrato Para TJ/PR, agravante que "adquiriu" um veículo financiado mediante contrato de leasing, agora impossibilitado de pagar as prestações que estão por vencer, poderá devolvê-lo à financiadora (Banco...