Educação financeira deve começar na infância, diz especialista
Educação financeira deve começar na infância, diz especialista
O número de inadimplentes no Brasil chegou este ano a 59 milhões de pessoas, 10% a mais que no ano anterior. Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, ensinar as crianças na escola a lidar com dinheiro desde cedo é a melhor forma de reduzir o número de inadimplentes no futuro.
Domingos participou de audiência pública, nesta terça-feira (29), que discutiu o tema na Comissão de Educação da Câmara.
O dirigente destacou que a entidade desenvolve um programa de educação financeira nas escolas, e os resultados são visíveis nas famílias.
"Uma pesquisa da Unicamp [Universidade de Campinas] compara as escolas que estão já utilizando a educação financeira nas suas grades curriculares e as escolas que não estão. É notório, é algo assim de 80 para um, o fato de que as famílias se engajam junto com a criança [no primeiro caso]", afirmou.
A representante da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Sandra Zita, afirmou que o tema já é trabalhado de forma transversal nas escolas, mas os projetos precisam ser ampliados para todo o País. "Nossa estratégia é ampliar o debate, levá-lo um maior número de escolas, pois não há resistência, mas sim ainda algum desconhecimento da temática."
Endividamento
O presidente da Comissão de Educação, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), afirmou que o estado de endividamento dos brasileiros é consequência direta da falta de educação financeira.
"Hoje todo mundo está endividado, é inadimplente. Nós temos que educar essas pessoas para que isso não aconteça. O MEC já tem um organismo estudando essa questão; é preciso mostrar às pessoas a necessidade da educação financeira", disse.
Para Faria de Sá, a inadimplência que atinge estados e municípios também é consequência dessa falta de educação.
Edição - Sandra Crespo