Especialistas discutem a melhor forma de controlar a publicidade infantil

11/09/2012 14:56

Especialistas defendem lei federal para controlar a publicidade infantil

Desde 2001, os deputados discutem um projeto de lei (5921/01) que disciplina a propaganda de produtos infantis.

Especialistas ligados ao processo socioeducativo de crianças e adolescentes são praticamente unânimes em afirmar que a publicidade direcionada ao público infanto-juvenil precisa de um controle maior do Estado. O principal argumento é o de que a autorregulamentação do setor e o próprio controle dos pais não são suficientes para evitar que a publicidade acabe tendo mais influência no desenvolvimento infantil do que a própria educação.

Dados do Painel Nacional de Televisores do Ibope, de 2007, mostram que as crianças brasileiras, entre 4 e 11 anos, passam, em média, 5 horas por dia em frente à TV. É mais tempo do que elas passam na escola (em média 4 horas).

"Até os 12 anos de idade, as crianças não têm capacidade de separar o que é programação do que é publicidade”, alerta a representante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elizabetta Recine. “Consequentemente, a criança não tem capacidade de julgar o que é uma informação verdadeira do que é apelo ao consumo”, completa.

“Especialmente quando essa publicidade se utiliza de recursos especiais, e mistura fantasia com realidade. E essa não identificação da publicidade já é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor”, concorda Pedro Hartung, assessor do Instituto Alana - Projeto Criança e Consumo.

 
DOMINGOS DUTRA CH 20120314
Para Domingos Dutra, o Estado deve regulamentar a publicidade infantil.

A preocupação com a proteção integral desses públicos frente aos apelos de consumo foi tema do 1º Seminário Infância Livre de Consumismo, promovido em agosto pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

O presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), considera que as crianças brasileiras são atualmente vítimas de um bombardeio publicitário. “Há uma propaganda direcionada que leva principalmente ao consumo de alimentos de baixo valor nutricional e, em consequência disso, a obesidade”, diz Dutra, que defende a tese da regulação pelo Estado.

 

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Natalia Doederlein

Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

Herança digital e planejamento sucessório

Herança digital e planejamento sucessório Luiz Gustavo de Oliveira Tosta No universo digital, legado também se planeja. Influenciadores e profissionais de mídia precisam proteger sua herança online com estratégia jurídica e visão sucessória. domingo, 6 de abril de 2025 Atualizado em 4 de abril de...

Se for de alto padrão, bem de família pode ser executado

Dignidade garantida Se for de alto padrão, bem de família pode ser executado 1 de abril de 2025, 12h57 Para o juiz, o dono da loja tem condições financeiras suficientes para não ficar desamparado. Ele determinou, então, a penhora do imóvel, e destinou 50% do valor à autora da ação. Confira em...

Pacto antenupcial: Liberdade, proteção e maturidade a dois

Pacto antenupcial: Liberdade, proteção e maturidade a dois Marcia Pons Mais do que divisão de bens, o pacto antenupcial tornou-se uma escolha consciente de casais modernos que valorizam autonomia, planejamento e vínculos duradouros. domingo, 30 de março de 2025   Atualizado em 28...

Vontade de um dos cônjuges é suficiente para a concessão de divórcio

LAÇOS ROMPIDOS Vontade de um dos cônjuges é suficiente para a concessão de divórcio Rafa Santos 28 de março de 2025, 8h23 Ao analisar o caso, o desembargador acolheu os argumentos da autora. “Antes da Emenda Constitucional n. 66/2010, a Constituição exigia separação judicial ou de fato antes da...