Especialistas reclamam da demora no diagnóstico do câncer
Especialistas reclamam da demora no diagnóstico do câncer
A Câmara sediou o 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia.
Os problemas enfrentados pelos pacientes diagnosticados com câncer, definição de prioridades e alocação de recursos foram debatidos no 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, promovido pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam 566 mil novos casos da doença só em 2014. Porém, 60% dos diagnósticos só são dados em estágios avançados da doença, o que diminui as chances de cura.
Uma lei em vigor desde 2012 (Lei 12.732/12) assegura aos pacientes com câncer o início do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em no máximo 60 dias após a inclusão da doença em seu prontuário.
No entanto, a presidente do instituto Oncoguia, Luciana Holtz, afirmou que o diagnóstico precoce e a demora no acesso ao tratamento ainda são os maiores desafios no Brasil. "Hoje a gente prioriza a pessoa que ainda não é um paciente, mas que está com sintoma de câncer, mas ela está em uma fila. Então, a gente tem que juntar esforços, focar muito o trabalho para conseguir que essas pessoas, por exemplo, uma mulher que já sente um nódulo na mama, alguém que percebe que tem sangue nas fezes, essas pessoas precisam ser priorizadas, porque a gente consegue salvar a vida delas, fazendo uma detecção precoce.”
A especialista lembrou que, só na cidade de São Paulo, a fila para fazer uma colonoscopia é de seis meses.
O presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Fábio Ramalho (PV-MG), ressaltou que a Câmara está empenhada em resolver o problema.
Ele avalia que o diagnóstico precoce representa economia para o setor da saúde. "A gente vai tentar viabilizar, junto ao Ministério da Saúde, mais recursos para que se possa dinamizar. O custo também diminui quando você pega o diagnóstico antes, o tratamento fica bem menos caro e ainda dá uma qualidade de vida melhor ao cidadão."
Frente parlamentar
O seminário também contou com pré-lançamento da Frente Parlamentar do Diagnóstico, Tratamento e Prevenção do Câncer, que promete acompanhar mais de perto a questões relacionadas à doença.
A frente conta com o apoio de mais de 400 parlamentares e será coordenada pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC). A deputada afirma que a rede de serviço de saúde precisa estar organizada de tal forma que, tão logo esteja fechado o diagnóstico, o paciente tenha acesso rapidamente ao seu tratamento. "Quer seja pela cirurgia, pela quimioterapia, pela radioterapia ou outras condutas que os médicos especialistas solicitarem. O nosso papel é acompanhar a execução da lei, acompanhar a execução orçamentária e propor a inclusão de novas tecnologias quando houver comprovação científica de sua importância para certos tipos de câncer. E a gente tem tecnologias que estão se renovando."
Carmen Zanotto destacou ainda que a Frente Parlamentar vai consolidar todos os projetos de lei sobre o câncer em tramitação para que as medidas previstas sejam analisadas.
Pessoas com câncer podem entrar em contato com o instituto Oncoguia para tirar dúvidas, participar de eventos com outros pacientes, conseguir perucas emprestadas, lenços e próteses. O Oncoguia está nas redes sociais e também atende pelo telefone 0800- 873 -1666.
Edição – Regina Céli Assumpção