Estudo quer identificar empresas aptas a atuar na área da internet das coisas

BNDES quer contratar empresa para mapear oportunidades no âmbito da internet das coisas  Marcello Casal/Agência Brasil

Estudo quer identificar empresas aptas a atuar na área da internet das coisas

30/03/2016 10h06  Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil


A elaboração de um plano de ação que sirva de base para o mapeamento de oportunidades e para a criação de políticas públicas no âmbito da chamada internet das coisas (IoT, do nome em inglês) é o objetivo de estudo técnico que será selecionado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A internet das coisas se refere à conexão de objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores e entre si, como eletrodomésticos, smartphones, televisores e computadores.

O BNDES promove amanhã (31), no escritório de São Paulo, sessão de esclarecimentos da chamada pública, feita com o objetivo de contratar instituições e empresas interessadas na elaboração do estudo. A participação deverá ser confirmada pelo e-mail estudoiot.fep@bndes.gov.br. As propostas deverão ser entregues até o dia 9 de maio. A ideia é iniciar o estudo com a empresa contratada em agosto, de modo que seja entregue um plano de ação para cinco anos (2017-2022).

A proposta vencedora receberá financiamento do BNDES, constituído com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP) do banco. “A empresa tem que construir uma proposta de estudo robusto que atenda ao escopo traçado”, afirmou a engenheira Maria Luiza Carneiro da Cunha, do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (Defic) do BNDES. O financiamento será flexível e será adequado à melhor proposta. No caso da internet das coisas, o propósito é a criação de políticas nos diferentes segmentos da tecnologia, desde políticas de financiamento até leis. “Tudo que puder ser feito no âmbito público, para estimular no país essas tecnologias”, acrescentou.

De acordo com estimativa da consultoria McKinsey, publicada no ano passado, a internet das coisas deverá gerar em 2025, em nível global, receitas entre US$ 3,9 trilhões e US$ 11,1 trilhões, o que contribuirá com até 11% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Outra consultoria citada pelo BNDES, a BI Intelligence, prevê que o número de dispositivos conectados à internet deverá subir de 10 bilhões, em 2015, para 34 bilhões, até 2020, o que significará uma média de mais de quatro dispositivos por pessoa.

Maria Luiza disse que o BNDES já apoia atualmente, em suas linhas, empresas que estejam desenvolvendo tecnologias de internet das coisas, em setores diversos. Para ela, há carência de maior articulação estratégica para acelerar a internet das coisas no Brasil. Segundo a engenheira, é preciso identificar os setores em que o país tem maior potencial de criar valor com a internet das coisas. É esse diagnóstico que o estudo técnico tentará revelar.

Parceria

Ao longo de todo o estudo, o BNDES vai trabalhar em parceria com os ministérios das Comunicações, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além de entidades privadas do setor de tecnologia da informação e comunicação. Maria Luiza esclareceu que não se trata de um estudo do banco, mas de toda a sociedade. “Nosso desafio, como coordenador, é fazer com que tenha o máximo de envolvidos, principalmente aqueles que, depois, vão ter que tomar ações com base no resultado dos estudos.”

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) indicam a relevância do mercado de bens de tecnologia da informação e comunicação, no Brasil, em termos mundiais. O movimento registrado em 2014 atingiu US$ 158 bilhões, o que levou o país a ocupar a quinta posição no ranking internacional. O setor de TIC nacional representa em torno de 9,1% do PIB.

Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil

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"Internet das coisas" pode ser instrumento de política pública, diz especialista

02/09/2015 17h33  Brasília
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil

Até 2020, cerca de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à chamada "internet das coisas" – conexão de objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores e entre si, como eletrodomésticos, smartphones, televisões e computadores. Segundo estudos, o setor movimentará algo em torno de US$ 19 trilhões. Para a administração pública, em especial para as prefeituras, o grande desafio será fazer os investimentos necessários para transformar a nova tecnologia em instrumento de políticas públicas.

Segundo o analista de Infraestrutura e chefe do Núcleo de Internet das Coisas do Ministério das Comunicações, Guilherme Corrêa, as empresas interessadas em prestar serviços nessa área às prefeituras precisam mostrar que as aquisições podem representar economia e redução de gastos para os municípios. “A internet das coisas inevitavelmente será usada para auxiliar a administração pública a ampliar e melhorar suas políticas públicas. Isso ficará mais claro até o final do ano, quando lançaremos as diretrizes do Plano Nacional M2M [termo que se refere à comunicação entre máquinas]”, disse Corrêa à Agência Brasil, após participar de um painel no seminário Huawei Innovation Day, em Brasília.

O analista citou estudos prevendo que, até 2020, haverá no mundo cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet das coisas, e que isso acarretará na necessidade de investimentos em larga escala para a prestação de serviços por meio dessa tecnologia. "Para os municípios brasileiros, isso poderá acarretar em dificuldades, caso não resolvam os problemas de falta de recursos", afirmou.

Ao se dirigir a representantes do setor privado, Corrêa sugeriu que, ao oferecer seus produtos, as empresas precisam deixar claro que as propostas representam “economia e redução de gastos”. “A solução será, por exemplo, mostrar [às prefeituras] que a economia com iluminação pública ou transporte público será maior do que o custo para a implantação da internet das coisas nos postes ou no sistema de transportes”.

Essa estratégia pode também ser adotada no âmbito do governo federal, que planeja acionar órgãos e ministérios com potencial de uso da tecnologia para a oferta de políticas públicas. Com esse propósito, o Ministério das Comunicações tem mantido diálogo constante com as pastas de Agricultura; Cidades; Minas e Energia; e Educação. “Se embarcarmos juntos, criaremos demanda e escala. Com isso reduziremos preços”.

O governo poderá usar também sua capacidade de mobilização para fazer a tecnologia avançar a um custo mais barato por meio da economia de escala, com a ajuda de outros setores. “Uma alternativa será o uso de recursos não-financeiros, por meio do poder de mobilização do Estado junto a diversos setores, também com o propósito de criar demanda e escala”.

Ainda está dentro das estratégias do governo e das diretrizes do Plano Nacional M2M – para tornar mais barata a prestação de serviços e de políticas públicas por meio da internet das coisas - viabilizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação e estudos de padrões de segurança e interoperabilidade dessa tecnologia.

Edição: Maria Claudia
Agência Brasil

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