Expectativas distintas

Regular uso de máscaras é um dos objetivos do governo com lei específica 

07/03/2014 - 11h00 Especial - Atualizado em 07/03/2014 - 11h00

Senadores esperam proposta de lei específica para protestos com expectativas distintas

Da Redação

 

Parte dos senadores considera projeto do governo necessário e prevê aprovação rápida. Outros argumentam que abusos em protestos podem ser combatidos com a legislação já existente.
 

O governo deve enviar ao Congresso na próxima semana proposta que coíbe abusos em manifestações de rua. Se chegar ao Legislativo com regime de urgência, como se espera, a Câmara e o Senado terão, cada um, 45 dias para votá-lo ou a pauta do Plenário será trancada.

Embora não tenha antecipado o conteúdo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, adiantou que os objetivos do governo são proibir o anonimato durante protestos – banir, por exemplo, o uso de máscaras – e enrijecer o tratamento para quem coloca vidas em risco ou danifica patrimônio público ou privado.

Na opinião de alguns senadores, como Ana Amélia (PP-RS) e Jorge Viana (PT-AC), o texto pode atingir consenso e ser aprovado rápido – o governo gostaria que isso ocorresse antes da Copa do Mundo.

– O Executivo percebeu as dificuldades que teve para administrar as manifestações populares [de junho passado]. Está em jogo mais do que a imagem do Brasil, mas a segurança dos brasileiros, dos torcedores estrangeiros, de delegações oficiais e mandatários. A bola está com o governo – resumiu a senadora.

Viana frisou que o Brasil precisa de uma lei clara para regular as manifestações – um direito fundamental previsto no artigo 5º da Constituição – e garantir que os participantes possam ser identificados.

– Ficará claro o papel da polícia e o direito a livre manifestação conquistado pela democracia. Por outro lado, essa lei não deixará a sociedade exposta a risco, porque tem o regramento claro de tudo. O Brasil precisa de lei clara para que todos saberem e cumprirem – argumentou.

Também o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) concorda ser necessária uma lei mais dura para lidar com quem vai a uma manifestação com o intuito de cometer crimes ou quebra-quebra.

– Isso é coisa de bandido e temos de endurecer com esse pessoal – disse nesta quinta-feira (6).

Riscos

Outro grupo de senadores, no entanto, avalia que não há necessidade de uma legislação específica para as manifestações. Paulo Paim (PT-RS) observou que uma das propostas é tipificar condutas que já estão abrangidas na legislação penal, como depredar, matar ou saquear. Ele teme um retrocesso nas conquistas relacionadas à democracia.

– Se durante uma manifestação alguém cometer um crime deverá responder pelo que fez. Mas não chego a achar necessário um projeto dessa natureza, porque já há leis que enquadram todo aquele que cometer qualquer tipo de crime.

Ele advertiu que qualquer projeto que venha no sentido de proibir manifestações e protestos, seja contra o Legislativo, o Executivo ou o Judiciário, não é bem-vindo nem será aceito pela ampla maioria dos senadores. E pensa como Viana: o protesto é legítimo desde que seja de cara limpa e sem quebrar.

– É uma posição que percebo ser da ampla maioria do parlamento. Não somos contra as formas de coibir a agressão, a covardia, o quebra-quebra. Ninguém é a favor disso, mas uma lei que proíbe a manifestação é mais prejudicial que benéfica.

Na mesma linha se posiciona o senador Gim (PTB-DF), que prevê dificuldades para a aprovação do projeto, se não houver um amplo debate com participação da sociedade.

– Vamos procurar uma saída, ver o que é melhor e, para isso, devemos fazer audiências públicas. À força, esse projeto não passa – apostou.

Sem pressa

A oposição, segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), não deve ser contra o projeto, mas também não tem compromisso com sua aprovação imediata.

– Toda proposta que chega em função da Copa do Mundo está sob suspeição. Eu, como acredito que seja a maioria dos brasileiros, não estou preocupado com as imposições da toda-poderosa Fifa. Mas tem nosso apoio toda proposta que tende a por fim à violência, como criminalizar o uso de máscaras ou as depredações.

 

Agência Senado

 

Notícias

Juiz explica direitos dos homossexuais

Extraído de Recivil Juiz explica direitos dos homossexuais Família decorrente do casamento, da união estável e a monoparental que é formada por um dos pais e seus descendentes são as únicas formas de unidade familiar prevista na Constituição Federal. Mas com a recente decisão do Supremo Tribunal...

Dá para baixar?

  Honorários ajudam a construir imagem do escritório Por Lucas dos Santos Faria   Qual advogado nunca titubeou ao apresentar seus honorários ao cliente em potencial? Será que ele aceitará? E se pedir desconto? De fato, a estimativa e negociação do valor dos honorários é um delicado...

Casos sobre união homoafetiva podem ser revistos

Extraído de LiberdadeeJustica Casos sobre união homoafetiva podem ser revistos Posted by liberdadeejustica ⋅ maio 14, 2011 Fonte: ConJur No início de fevereiro deste ano — portanto, antes de o Supremo Tribunal Federal reconhecer a união homoafetiva e os direitos decorrentes dela aos casais...

Trabalho para servidores

  Falta de advogado nos JECs dificulta acessibilidade Por Gabriela Schiffler   A Lei 9.099/95, que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, foi criada com o intuito de oferecer uma justiça mais rápida, simplificada, eficiente e que preste atendimento às pessoas com menor...

Procuração sem identificação de quem a assina é considerada inválida

Extraído de DireitoNet Procuração sem identificação de quem a assina é considerada inválida 16/mai/2011 Fonte: TST - Tribunal Superior do Trabalho  Não cabe ao magistrado examinar contrato social e ata de audiência para conferir se a assinatura da procuração é do sócio proprietário da empresa....

Condomínio não pode propor ação de reparação por danos morais a condôminos

16/05/2011 - 09h04 DECISÃO Condomínio não pode propor ação de reparação por danos morais a condôminos O condomínio não possui legitimidade para postular em juízo reparação por danos morais sofridos pelos condôminos. A decisão é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proveu,...