Ficou para 2014

18/12/2013 - 14h45

Sessão é cancelada e conclusão do Código de Processo Civil fica para 2014

Deputados ainda precisam votar sugestões de mudanças em temas como honorários para advogados públicos, penhora on-line e regime de prisão para devedor de pensão alimentícia.

TV Câmara/Panorama
Segurança pública - Presídio - Prisão - Preso - Cela 283x173
Bancada feminina quer que a prisão em regime fechado seja a regra nos casos de condenação por não pagamento de pensão alimentícia. 

Ficou para 2014 a votação dos destaques ao novo Código de Processo Civil (CPC – PL 6025/05, apensado ao 8046/10). O texto-base foi aprovado no final de novembro, mas ainda resta a análise de cerca de 40 destaques que questionam pontos polêmicos da proposta. A votação estava prevista para esta quarta-feira (18), porém a sessão do Plenário da Câmara dos Deputados foi cancelada em virtude do falecimento do senador João Ribeiro (PR-TO).

O pagamento de honorários para advogados públicos, previsto no projeto, é objeto de um dos destaques mais controversos. PP e PMDB querem retirar o dispositivo do texto, com o apoio do Planalto.

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), argumentou que o Executivo toparia discutir o pagamento de honorários para os advogados da União em um outro projeto de lei, fora do Código de Processo Civil, mas a proposta não foi aceita pelos advogados. Esse ponto, segundo o líder, pode inviabilizar a votação do novo CPC.

Esse dinheiro é pago pela parte perdedora da ação, de acordo com o valor estipulado pelo juiz. Atualmente, nas causas da União, o dinheiro é incorporado ao orçamento federal. Alguns estados e municípios têm leis que permitem o uso desse dinheiro em fundos de investimento no órgão ou até mesmo a distribuição entre os advogados públicos.

Prisão
O regime de prisão para devedor de pensão alimentícia é outro destaque polêmico. O projeto prevê a prisão do devedor inicialmente em regime semiaberto, no qual o condenado fica preso à noite e pode sair para trabalhar durante o dia. O regime fechado seria apenas para os reincidentes e, nos dois casos, a prisão seria convertida em domiciliar se não houvesse como manter o devedor separado dos presos comuns. A bancada feminina é contra esse dispositivo e quer retomar a redação atual do código, que prevê o regime fechado como regra. O relator, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), também concorda com a alteração.

Outro ponto que a bancada feminina questiona é o prazo para o pagamento do inadimplente. O projeto dá dez dias para que o devedor de pensão pague ou justifique a falta de pagamento, antes de decretar a prisão. A bancada quer voltar ao prazo em vigor, que é de três dias.

Esses pontos são objeto de nove destaques apresentados por vários partidos.

Contas e Investimentos
Outro ponto que vai causar discussão é a emenda do PTB que quer inviabilizar o confisco de contas bancárias e investimentos, a chamada penhora on-line. A intenção é impedir que o juiz possa congelar as contas por meio de liminar.

Atualmente, o Banco Central tem um sistema chamado Bacen-Jud, que permite ao Judiciário, por meio da internet, efetuar determinações e bloqueio, desbloqueio e transferência de valores em contas correntes, de poupança e demais ativos. A maioria dessas operações é feita por meio de liminar.

Penhora de salário
O PSDB apresentou um destaque para permitir a penhora de até 1/3 do salário para o pagamento de dívidas. A lei atual proíbe o confisco do salário, a não ser para o pagamento de pensão alimentícia. Esse ponto chegou a ser discutido na comissão especial que examinou a matéria, mas os deputados não concordaram com a penhora de salários.

O Congresso já chegou a aprovar um projeto, em 2006, que autorizava a penhora de até 40% dos rendimentos mensais que excederem 20 salários mínimos, calculados após os descontos legais. Esse dispositivo, no entanto, foi vetado pelo ex-presidente Lula ao sancionar a Lei 11.382/06. Nas razões do veto, o então presidente explicou que o item quebraria a tradição normativa brasileira da impenhorabilidade da remuneração e, assim, deveria ser debatida com mais profundidade pela comunidade jurídica.

 

Íntegra da proposta:

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Marcelo Oliveira

Foto/Ilustração/Imagem: TV Câmara/Panorama
Agência Câmara Notícias

 

Notícias

STJ garante à companheira partilha dos bens adquiridos durante união de 18 anos

09/03/2011 - 16h06 DECISÃO STJ garante à companheira partilha dos bens adquiridos durante união de 18 anos A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que reconheceu a união estável, pelo período de 18 anos, de um casal cujo homem faleceu, bem como a partilha dos bens...

Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo

Extraído de Veredictum Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo by Max De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, o pedido de concessão do benefício da justiça gratuita pode ser feito pela parte a qualquer momento ou grau de jurisdição. Quando for solicitado...

Trabalhador retirou-se da audiência porque calçava chinelos de dedos

  Indenização para trabalhador que, calçando chinelos, foi barrado em audiência (04.03.11) Um dia depois da matéria de ontem (3) do Espaço Vital sobre exigências formais (gravata, paletó e calçados) para participar de atos judiciais, surge a notícia de que a União foi condenada a reparar o...

Não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas

23/02/2011 - 14h21 STJ decide que é impossível reconhecer uniões estáveis paralelas A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu que não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas entre um funcionário público aposentado do Rio Grande do Sul e duas mulheres, com as quais manteve...