Indefinição sobre alcance do poder dos delegados é polêmica na MP

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputado
04/11/2014 - 22h41Atualizado em 04/11/2014 - 23h41

Indefinição sobre alcance do poder dos delegados é polêmica na MP

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 426/14, do Senado, que aumenta de 23,5% para 24,5% o repasse de recursos da União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM); e análise da Medida Provisória 657/14, que altera a carreira de delegados da Polícia Federal. Ao centro, dep. Henrique Fontana (PT-SP)
Henrique Fontana discute emenda com deputados em Plenário.
 

A maior divergência durante a votação da Medida Provisória 657/14 foi sobre o alcance do poder dos delegados da Polícia Federal na corporação.

O texto original da MP estabelece que os delegados são responsáveis pela direção das atividades do órgão, o que foi interpretado por alguns como dar apenas aos delegados todos os cargos de chefia da corporação – da direção da Polícia Federal às chefias de áreas técnicas, como Comunicação, Medicina e Recursos Humanos.

“A interpretação de muitos é que todas as funções de coordenação só poderão ser ocupadas por delegados”, disse o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS). É a mesma opinião do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). “Só delegado vai poder ser chefe de Recursos Humanos, chefe de paiol e outras funções”, afirmou.

O relator da proposta, deputado João Campos (PSDB-GO), reconheceu que a redação pode ter uma interpretação ampla, mas garantiu que as chefias administrativas não serão reservadas aos delegados porque a MP trata da direção de atividades e não em órgãos. Ele disse que tentou negociar esse ponto, mas não teve sucesso.

Emenda do governo
O governo chegou a propor uma emenda para que os cargos em comissão da corporação, exceto a direção da Polícia Federal, pudessem ser ocupados por agentes, papiloscopistas, peritos e outras carreiras, mas o texto foi rejeitado por ter sido considerado muito amplo pelos deputados.

João Campos avaliou que a proposta do governo, ao dar abertura aos cargos de comissão para outras carreiras, permitiria que os agentes comandassem superintendências e outros órgãos policiais – que deveriam ser reservados aos delegados. Essa tese também foi defendida pelo líder da minoria, deputado Domingos Sávio (PSDB-GO).

Para o líder do PR, deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), ao aprovar a emenda que garante autonomia aos peritos, o Plenário da Câmara já decidiu que as áreas técnicas serão comandadas por áreas técnicas. Ele criticou a possibilidade de um agente ou outro cargo senão o delegado ser nomeado para comandar uma superintendência da Polícia Federal em um ou outro estado.

Sabatina
Outro ponto de discussão foi a emenda para obrigar a sabatina, pelo Senado, do indicado a diretor-geral da Polícia Federal. Defendida pelo PSDB e pelo DEM, a proposta foi rejeitada.

O líder do governo, deputado Henrique Fontana, disse que não faz sentido a sabatina do diretor da PF. “É uma alteração na estrutura do Estado, daqui a pouco vão querer sabatinar o diretor da Receita Federal. Pergunto se isso não ampliaria negociações políticas que se querem evitar num cargo tão estratégico”, disse.

Para o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), a sabatina seria uma forma de a sociedade conhecer melhor as propostas do indicado para o cargo máximo da corporação.

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli
Agência Câmara Notícias
 
 

 

Notícias

Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país

Reprodução assistida Inseminação caseira: Veja impacto jurídico da prática não regulada no país Recente decisão do STJ, reconhecendo dupla maternidade em caso de inseminação caseira, denota a urgência do tema. Da Redação segunda-feira, 4 de novembro de 2024 Atualizado às 09:56 Registrar o...

Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada

Derrota dos estados Câmara derruba taxação de transmissão por herança de previdência privada 30 de outubro de 2024, 21h22 A rejeição do Congresso Nacional em dispor no texto da lei sobre a incidência do ITCMD nos planos de VGBL é um bom indicativo de que a pretensão dos estados não deve ser...