Juiz sugere fim de sistema semiaberto para presos

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Audiência Pública e Reunião Ordinária. Dep. Subtenente Gonzaga (PDT - MG)
O deputado Subtenente Gonzaga cobrou "decisões responsáveis" do Executivo

10/05/2017 - 18h53

Juiz sugere fim de sistema semiaberto para presos

O juiz da 12ª Vara Federal de Curitiba Danilo Pereira Júnior afirmou, nesta quarta-feira (10), que o regime semiaberto deveria deixar de existir por não ser efetivo na ressocialização de presos. “Apesar da boa vontade da lei, da intenção do regime progressivo, na prática ele não funciona”, disse.

Pereira Júnior representou a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) em audiência pública da Comissão Especial do Regime Penitenciário de Segurança Máxima (PL 7223/06 e apensados) para discutir os regimes aberto e semiaberto.

Segundo o juiz, atualmente o semiaberto é um gargalo no sistema, sem investimento e incapaz de inserir os detentos de volta à sociedade. Pereira Júnior afirmou que não é possível atender à previsão legal de progressão de regime depois de cumprido 1/6 da pena, com bom comportamento. “A ideia do modelo que nós temos no código [penal] é interessante, mas nós não conseguimos dar vazão a essa realidade”, disse.

A solução seria, para ele, ampliar o regime aberto com uso de tecnologia de monitoramento de presos - como as tornozeleiras eletrônicas - e ter dois tipos regimes fechados. O primeiro para quem comete crimes mais violentos ou contra a vida, como estupro e assassinato. E o segundo para presos por crimes com menor violência física, como corrupção, e que poderiam trabalhar dentro do presídio.

Hoje têm direito ao regime semiaberto os condenados a pena de prisão superior a quatro anos e inferior a oito anos, não reincidente; e os condenados a regime fechado, após o cumprimento de 1/6 da pena, desde que tenham bom comportamento.

Nas duas situações, o preso é autorizado a deixar o presídio durante o dia para trabalhar, devendo retornar à noite.

Executivo 
Para o relator na comissão, deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), cerca de 90% das questões para resolver no sistema penitenciário são de competência do Executivo. “É com a legislação atual e decisões políticas. Não precisamos de legislação para ampliar vaga, para contratar servidores, para condenar, precisamos de decisões responsáveis para dar efetividade ao que já existe.”

Já o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Edson Bez, afirmou que o Executivo não conseguirá resolver as demandas do sistema penitenciário isoladamente. Bez, que é deputado federal licenciado, sugeriu a criação de uma comissão com pessoas que “sentem na pele” o dia a dia do sistema, como secretários de Segurança Pública, juízes e agentes penitenciários.

A comissão
Instalada em fevereiro, a comissão especial analisa 39 projetos de lei que tratam de segurança pública e, entre outras medidas, sugerem alterações na Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84) para criar o regime de segurança máxima nos presídios brasileiros e incluir regras que permitam um melhor combate ao crime organizado
.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Sandra Crespo
Agência Câmara Notícias
 
 

Notícias

STJ terá sete novos ministros até o meio do ano

Extraído de JusClip STJ terá sete novos ministros até o meio do ano 14/03/2011 A presidente Dilma Rousseff deve indicar esta semana três novos ministros para o Superior Tribunal de Justiça. Dilma recebeu há um mês, do STJ, três listas tríplices com nomes de advogados que ocuparão o cargo de...

Descoberta de traição após núpcias não enseja anulação do casamento

Extraído de Arpen SP TJ-SC - Descoberta de traição após núpcias não enseja anulação do casamento A 3ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça manteve sentença da comarca de Itajaí, que julgou improcedente o pedido de anulação de casamento ajuizado por uma mulher que descobriu ter sido traída...

Repercussão geral

  STF julgará indulto e suspensão de direitos políticos Os ministros do Supremo Tribunal Federal entenderam que existe repercussão geral na discussão sobre a constitucionalidade ou não da extensão do indulto a medida de segurança decretada em relação a acusado considerado perigoso e submetido...

Distribuidora não pode vender a posto de concorrente

Extraído de domtotal 10/03/2011 | domtotal.com Distribuidora não pode vender a posto de concorrente Postos que firmam contrato de exclusividade com uma distribuidora de combustíveis estão obrigados a adquirir e revender os produtos apenas da empresa contratante. A decisão é da 15º Vara Federal do...

Lei mineira que impede desconto em folha inferior a 10 reais é contestada no STF

Quinta-feira, 10 de março de 2011 Lei mineira que impede desconto em folha inferior a 10 reais é contestada no STF A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4571) com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual contesta...

STJ garante à companheira partilha dos bens adquiridos durante união de 18 anos

09/03/2011 - 16h06 DECISÃO STJ garante à companheira partilha dos bens adquiridos durante união de 18 anos A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que reconheceu a união estável, pelo período de 18 anos, de um casal cujo homem faleceu, bem como a partilha dos bens...