Justiça mineira elimina 1,2 milhão de documentos

Marcelo Albert/TJMG

Justiça mineira supera meta e elimina 1,2 milhão de documentos

05/02/2018 - 11h50

Eliminar 1,2 milhões de documentos parece uma meta bastante ambiciosa. Ultrapassar essa cifra, porém, soa como algo ainda mais difícil. No entanto, em 2017, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), conseguiu eliminar 1.214.731 documentos judiciais. O índice de cumprimento foi de 101,22%.

Todo esse material só pode ser descartado porque atende a requisitos técnicos, como os prazos definidos na Portaria Conjunta 330/2014, que instituiu o Plano de Classificação e Tabela de Temporalidade (PCTT) dos Processos Judiciais da Justiça de Primeiro e Segundo Graus do Estado de Minas Gerais.

Cada documento tem um prazo durante o qual precisa ficar guardado. Alguns ficam sob a custódia das comarcas, outros vêm para a Capital. A permanência pode durar meses, décadas ou mesmo centenas de anos.

No ano passado, foram coletados documentos elimináveis em 76 comarcas. Isso corresponde a 50.321 caixas com documentos retirados dos arquivos locais. Com isso, houve a liberação imediata de 1.460m² nesses imóveis.

A equipe da Diretoria Executiva de Gestão da Informação Documental (Dirged) fez 54 intervenções, remotas ou presenciais. Desse total, a análise técnico-arquivística concluiu, em 24 ocasiões, pela negativa de locação de imóvel para arquivo. Em outros quatro casos, foi sugerida a devolução de imóveis alugados.
Responsabilidade

Segundo André Borges Ribeiro, da Dirged, a preocupação sempre foi desenvolver uma política para documentos administrativos e judiciais que aliasse sustentabilidade, gestão do conhecimento, memória cultural e uma administração eficiente dos recursos públicos.

O diretor (abaixo, na foto, falando sobre o tema) explica que o foco da proposta é a otimização, quer na liberação de espaço físico nos fóruns e prédios do TJMG, quer na redução do gasto com aluguel de imóveis para arquivos. Todavia, são observadas regras adequadas quanto a produção, tramitação, uso, arquivamento e avaliação.

Essa medida tem como meta a definição do destino dos documentos, que pode ser a eliminação ou a guarda permanente, mas, de acordo com o diretor, busca, em todos os casos, “preservar o acervo dotado de valor histórico, probatório e informativo, bem como a memória institucional”, garantindo o respectivo acesso a informações relevantes por parte da sociedade.

“A informação produzida na instituição deve ser sempre acessível e seu armazenamento precisa ser funcional e obedecer aos parâmetros legais. Caso o acervo não seja gerido com competência, seguindo rotinas estabelecidas, dados importantes podem se perder e prejudicar indivíduos, empresas e a coletividade”, afirma.

Em Minas, a preservação, a guarda e a eliminação de documentos são regidas pela Constituição, pela Lei Federal 8.159/1991, pela Recomendação 37/2011 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ,) pela Resolução 749/2013 do TJMG e por orientações do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname) do CNJ, lançado em dezembro de 2008.

No TJMG as decisões em torno das tabelas de temporalidade e outras questões afetas à gestão documental são apreciadas pela Comissão Técnica de Avaliação Documental (Ctad), instituída pela Portaria 3.069/PR/2014.

Fonte: TJMG
Extraído de CNJ

Notícias

Informativo de Jurisprudência do STJ destaca usucapião especial urbana

quarta-feira, 26 de julho de 2023 Informativo de Jurisprudência do STJ destaca usucapião especial urbana Processo: REsp 1.799.625-SP, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 6/6/2023, DJe 15/6/2023. Ramo do Direito: DIREITO CIVIL, DIREITO CONSTITUCIONAL Tema: Usucapião...

Herança digital: Advogada explica como ficam os bens após a morte

Herança digital: Advogada explica como ficam os bens após a morte Embora legislação seja escassa, é possível deixar registrados os desejos para o pós-morte. Da Redação terça-feira, 25 de julho de 2023 Atualizado às 16:11 A atriz Whoopi Goldberg revelou, em entrevista recente, que sua imagem não...

Justiça paulista cancela penhora determinada após venda de imóvel

TARDE DEMAIS Justiça paulista cancela penhora determinada após venda de imóvel 24 de julho de 2023, 21h15 Por José Higídio Já em maio de 2019, ao encaminhar a escritura pública para o registro na matrícula, os compradores souberam da penhora, determinada em uma ação de alimentos contra um dos...

Herança digital: entenda os limites do uso da imagem de pessoas mortas pela IA

Herança digital: entenda os limites do uso da imagem de pessoas mortas pela IA Rafael Farias Teixeira, colaboração para a CNN São Paulo 18/07/2023 às 04:00 Pelo Código Civil, tendo autorização do herdeiro, como foi no caso, não teria problema jurídico algum em explorar a imagem da pessoa já...