'Lei das Antenas'

08/11/2012 - 19h30 Comissões - Banda larga - Atualizado em 09/11/2012 - 10h59

Visando transmissões em 4G, governo e empresas pressionam por 'Lei das Antenas'

Da Redação

Visando à expansão da rede de telefonia celular e da internet banda larga, especialmente a que utiliza tecnologia de quarta geração (a 4G), o governo federal e as empresas do setor defendem uma “Lei das Antenas”. Com uma nova lei de âmbito federal, eles esperam superar as restrições que as legislações municipais impõem à instalação de antenas – o argumento das prefeituras se refere a questões como risco à saúde, impacto ambiental e preocupações urbanísticas. Para discutir o assunto, várias comissões do Senado realizaram conjuntamente uma audiência pública nesta quinta-feira (8).

O ponto de partida do debate foi o PLS 293/2012, projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) que pode dar origem à Lei das Antenas. Ao final da reunião, o relator da matéria, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), informou que receberá sugestões ao texto até a próxima quarta-feira (14). E que apresentará seu relatório no dia 20 de novembro.

– Esperamos votar esse projeto no Plenário do Senado daqui a três semanas – declarou o senador, que defende a aprovação da proposta.

Um dos problemas apontados numa eventual Lei das Antenas seria o conflito entre uma lei federal e diversas legislações municipais. Mas, segundo Eduardo Braga, o projeto “pode estabelecer diretrizes e parâmetros no âmbito da competência concorrente” – ou seja, a União estabelece as normas gerais e estados e municípios podem ter leis específicas, mas que não podem ir contra a lei federal. Ele reiterou que “há competência constitucional para que essa lei estabeleça as diretrizes”.

– Quando se trata de um plano nacional, não pode haver, por exemplo, uma regra para a cidade do Rio de Janeiro que não permita levar a comunicação para Niterói, porque tudo isso depende da interconexão – explicou.

Porém, mesmo dentro do governo federal não há consenso. Representante do Ministério do Meio Ambiente, o consultor jurídico Mauro O' de Almeida ressaltou que “não é do interesse do ministério federalizar questões de licenciamento ambiental relacionadas a esse tipo de atividade”.

– Da forma como está esse projeto de lei, pode haver problemas na sua efetividade – afirmou ele, referindo-se aos problemas de competência constitucional.

O consultor do Ministério do Meio Ambiente ressaltou que a Lei Complementar 140/2011 fixou atribuições específicas para os municípios no que se refere ao licenciamento ambiental. Também argumentou que essa lei complementar “é indiretamente uma norma constitucional”, já que regulamenta o artigo 23 da Constituição.

Além disso, ele disse à Agência Senado que “o fórum adequado para discutir as questões técnicas de licenciamento ambiental relacionadas a esses casos seria o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)”.

Copa e prazos

Representando as empresas de telefonia, Antonio Carlos Valente, presidente da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) lembrou que as operadoras têm prazo – fixado pelo governo – até o final de abril do ano que vem para implantar redes 4G nas cidades-sede da Copa das Confederações, evento preparatório para a Copa do Mundo de 2014.

– A instalação de equipamentos depende, entre outros itens, de licenciamento municipal. Mas estamos enfrentando muitas dificuldades – disse.

Segundo Antônio, há mais de 250 legislações estaduais e municipais, mas principalmente municipais, que restringem ou proíbem a implantação de infraestrutura de telecomunicações.

– E nosso entendimento é que as estações rádio-base não se enquadram como atividades poluidoras – afirmou.

Antonio também observou que a meta é finalizar a rede 4G em todas as cidades-sede da Copa de 2014 até o final do ano que vem. E, até maio de 2014, as operadoras já deveriam atender todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes.

Ao defender uma lei federal que ofereça uma uniformização nas exigências, o presidente da Telebrasil reiterou a dificuldade e complexidade para atender várias legislações diferentes.

Diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra também ressaltou que o prazo para a implantação do 4G para a Copa das Confederações “está acabando”.

– São raríssimos os casos em que prefeituras emitem as respectivas licenças em menos de seis meses. E com frequência os licenciamentos saem após um ano – informou.

Para Artur Coimbra, quando os municípios atuam com leis que restringem a instalação de antenas para evitar possíveis doenças decorrentes de radiação (segundo ele, um receio “pouco justificado”), pode ocorrer uma “reação perversa”, porque as antenas restantes, para atender a mesma cobertura – antes feita por um número maior de antenas –, acabam aumentando sua potência e a exposição da população a eventuais radiações.

Essa audiência pública foi promovida por quatro comissões do Senado: de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), de Assuntos Sociais (CAS) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

 

Agência Senado

 

Notícias

STJ: Fiança, crimes hediondos, prisão: como interpretar a nova redação do CPP

Extraído de: Associação dos Magistrados do Estado de Goiás - 2 horas atrás   STJ: Fiança, crimes hediondos, prisão: como interpretar a nova redação do CPP A terceira e última manhã de debates do seminário A Reforma do Código de Processo Penal, que se realizou na Sala de Conferências do...

Herdeiros podem receber indenização por danos morais sofridos por falecida

STJ reconhece: herdeiros podem receber indenização por danos morais sofridos por falecida A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito dos herdeiros de uma senhora falecida aos 99 anos de receber indenização por danos morais em decorrência de abalos estruturais...

Viúvo perde bens para enteado

Viúvo perde bens para enteado Um viúvo de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que reivindicava parte da herança da contadora M.N.F., que morreu antes de conseguir se divorciar dele não terá direito aos bens registrados em nome do filho dela. O funcionário público R.C.F. alegava que...

Gravação telefônica

  TST aceita prova feita sem conhecimento da parte A 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que não há ilicitude na prova apresentada por um ex-empregado da Fiat Automóveis S.A. Graças a conversa telefônica gravada por um interlocutor, sem o conhecimento do outro, ele confirmou a...

SDI-2 considera válido substabelecimento feito diretamente no recurso

Extraído de: Tribunal Superior do Trabalho - 31 de Agosto de 2011   SDI-2 considera válido substabelecimento feito diretamente no recurso A Subseção 2 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho deu provimento a recurso de uma ex-bancária do Banco Citibank...

Fabricante responde por carro que concessionária não entregou

Fabricante responde por carro que concessionária não entregou Inserido em 29/8/2011 Fonte: STJ A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a fabricante de veículo deve responder solidariamente em processos movidos por consumidores que, embora pagando, não receberam o bem...