Ministro diz que país tem perdido batalha contra mosquito da dengue

Brasília - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado para debater o aumento do número de casos de microcefalia no país  Antonio Cruz/ Agência Brasil

Ministro diz que país tem perdido batalha contra mosquito da dengue

16/12/2015 12h48  Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse hoje (16) que houve certa contemporização no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika.

"Não quero culpar ninguém. Não é esse o nosso objetivo. Mas temos 30 anos com a presença do Aedes aegypti no Brasil. Se o mosquito está vencendo essa batalha é porque não fizemos as ações que seriam necessárias para destruí-lo."

Após participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Castro lembrou que o mosquito pode levar à morte em casos graves de dengue, provocar incapacidade, por meio de infecções por chikungunya, e a casos de microcefalia e de síndrome de Guillain-Barré, provocadas pelo vírus Zika.

"A verdade é que essa batalha o mosquito tem ganhado. Daí eu dizer que houve uma contemporização. Não estou dizendo que foi de A, B ou C. Na verdade, estou me referindo a nós todos, cidadãos e cidadãs brasileiros, que poderíamos ter nos empenhado mais no combate ao mosquito."

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

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Vacina contra a dengue será testada em mil voluntários de Manaus

15/12/2015 19h17 Manaus
Bianca Paiva - Correspondente da Agência Brasil

Manaus é uma das 13 cidades brasileiras onde a vacina contra o vírus da dengue será testada em humanos e, para isso, mil voluntários vão ser selecionados em uma área da capital amazonense, ainda a ser definida, para começar os testes no primeiro semestre de 2016, com duração de cinco anos.

A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, que é um centro de referência em pesquisas na área, ficará responsável pela coleta de dados na cidade. A superintendente da instituição, Graça Alecrim, explica como os voluntários serão selecionados.

“Os pesquisadores vão detectar um local onde se tem uma maior densidade do vetor, que é o Aedes aegypit. Daí, vão procurar essas pessoas, conversar com elas dentro de suas residências. Elas farão uma bateria de exames. A gente precisa saber como elas estão, desde o cardiológico até o simples exame de sangue. Elas serão selecionadas e aquelas que quiserem colaborar com a pesquisa tem que assinar um termo de responsabilidade e serão vacinadas”, explicou a pesquisadora.

Serão selecionadas pessoas de dois até 59 anos de idade, sem doenças crônicas. Grávidas não vão poder participar. Esta é a terceira etapa de desenvolvimento da vacina, que é feita com o vírus inativado da dengue. O Instituto Butantã, em São Paulo, está à frente das pesquisas. De acordo com a Graça Alecrim, as etapas anteriores foram satisfatórias e, se comprovada a eficácia em humanos, a vacina vai combater os quatro tipos de vírus da dengue. Os testes iniciais já mostraram que ela não tem eficácia contra o vírus da febre chikungunya e o zika vírus.

A expectativa do Instituto Butantã é que a vacina já esteja disponível para a população em 2017. Além de Manaus, os testes serão feitos em Porto Velho, Boa Vista, Aracaju, Recife, Fortaleza, Brasília, Cuiabá, Campo Grande, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte e Porto Alegre.

Edição: Jorge Wamburg
Agência Brasil

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Casos notificados de microcefalia sobem para 2.401 em 19 estados e no DF

15/12/2015 13h0415/12/2015 17h53  Brasília
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

Até o último sábado (12), foram notificados 2.401 casos de microcefalia em 549 municípios de 20 unidades da Federação. Desses, 134 foram confirmados como tendo relação com o vírus Zika, 102 foram descartados (não têm relação com a doença) e 2.165 estão em investigação. Os números foram divulgados hoje (15) pelo Ministério da Saúde.

O balanço mostra ainda que 29 óbitos por microcefalia foram notificados, desde o início do ano: um no Ceará, confirmado como tendo relação com o vírus Zika; dois casos no Rio de Janeiro, descartada a relação com o zika; e 26 estão em investigação.

Em relação ao boletim anterior, divulgado pela pasta na semana passada, seis estados entraram para a lista de unidades com casos suspeitos de microcefalia provocada pelo vírus Zika: Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Equipes técnicas de investigação de campo do ministério trabalham, neste momento, em Pernambuco – onde se concentram a maioria dos casos – no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Sergipe e no Ceará.

Protocolo

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, avaliou que a implantação do novo protocolo emergencial para os casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika pode levar um certo tempo e que isso faz com que a maior parte dos casos permaneça com a classificação de suspeito.

Ontem (14), a pasta divulgou o Protocolo de Atenção à Saúde e Respostas à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. Segundo Maierovitch, é preciso que estados e municípios divulguem essas normas e capacitem suas equipes de saúde. "Nossa orientação é que, caindo naquele critério classificado como suspeito, o caso deve ser notificado", disse.

Recomendações

O secretário lembrou ainda que, em razão das festas de fim do ano, muitas pessoas viajam e deixam as residências fechadas. "É preciso fazer uma verificação minuciosa em toda a habitação, tanto na parte interna como no quintal, nas coberturas e em qualquer lugar que possa servir como criadouro do mosquito", disse Maierovitch.

A orientação do ministério é que as pessoas que vão viajar para áreas onde há circulação do vírus Zika - sobretudo gestantes - se protejam do mosquito por meio do uso de repelente e de roupas como calças e camisetas de manga comprida.

Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil


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